Sublime Amor de Mãe

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#PRATODOSVEREM 👁️| banner cor salmão(ou cor terrosa). À esquerda, lê-se "Sublime amor de Mãe", título do conto, na cor nude. À direita, ilustração de um menina e uma mulher, ambas de cabelos ruivos. A mãe está com os braços à volta da criança, a abraçando. De maneira aleatória, há brilhos espalhados pelo banner. Conto escrito por Thays Grigorio

"― Você engravidou porque quis, isso não é problema meu. Agora se vira."

Faziam exatamente oito meses que eu ouvira essas palavras de Robert, que, destruíram a minha vida por completo. Eu estava sozinha, tinha acabado de descobrir a minha gravidez, estava com uma tempestade de hormônios brigando dentro de mim, tinha medo de enfrentar o meu pai, pois, ele jamais aceitaria sua única filha grávida solteira!

Minha esperança era de que Robert ficasse feliz com a vinda de um bebê, e garantisse a meu pai que iríamos nos casar o quanto antes, assim, a reputação da família, que meu pai tanto preza, estaria protegida.

Mas, não foi isso o que aconteceu. No momento em que contei a Robert que estava grávida, ele simplesmente disse que o filho não era responsabilidade minha, que eu deveria me cuidar. No dia seguinte, descobri que Robert pediu demissão do escritório em que ele trabalhava e deixou a cidade, me deixando sozinha com um filho na barriga e um mundo de responsabilidades para lidar, além de um pai completamente furioso.

Não foi fácil enfrentar meu pai.

Não foi fácil ser colocada para fora de casa somente com a roupa do corpo.

Mas, em momento nenhum pensei em desistir de ser mãe, pois desde o momento em que vi as duas tirinhas aparecerem naquele teste de farmácia, eu senti que era mãe.

Minha melhor amiga me aconselhou a abortar, pois, de acordo com ela, não seria fácil para mim criar um filho sozinha, e que eu poderia facilmente me livrar do problema fazendo um aborto.

Só que isso nunca passou pena minha cabeça!

Eu sempre soube que, no importa o que eu tivesse de passar, desistir de meu filho nunca seria uma opção!

Esses últimos oito meses não foram nada fáceis para mim. Trabalhei durante todo este tempo fazendo os dois horários para conseguir levantar dinheiro, aluguei uma kitnet e comprei apenas os móveis básicos, todos a prestação, mas, o importante é que aos poucos eu consegui ir ajeitando a minha vida.

Quando eu estava com quatro meses de gestação, em uma ultrassonografia, o médico me disse que eu estava grávida de uma menina, e, eu decidi dar a ela o nome de Maria Das Graças, que é o mesmo nome de minha mãe.

Não conheci minha mãe, ela morreu ao me dar a luz, literalmente dando a vida dela pela minha, e, eu cresci ouvindo histórias da mulher incrível que ela foi, e do quanto ela me amou desde o momento em que descobriu que eu estava sendo gerada.

Tenho certeza de que, se minha mãe estivesse viva, ela jamais teria me deixado.

Tenho certeza de que ela viveria comigo todas as alegrias de minha gestação e que amaria saber que tem uma neta a caminho.

Eu não sei se serei uma boa mãe.

Acho que isso eu só vou saber no momento em que e tiver a minha filha em meus braços. Mas, o que eu posso dizer, é que já amo a minha Maria das Graças e que, por ela, eu já sou capaz de tudo.

― Está pronta, Esther? – ouço a enfermeira me chamar, tirando-me de meus pensamentos.

― Sim, estou. – respondo, alisando o meu ventre volumoso.

A enfermeira então me ajuda a passar da cama para a cadeira de rodas, e, seguimos para a sala de parto, onde tudo está pronto para a minha cesariana. Eu gostaria muito de ter um parto normal, mas, infelizmente, tive problemas de saúde graves durante a minha gestação e, infelizmente, isso me impossibilitou de ter um parto normal. Mas, mesmo tendo um parto cesariano, tudo o que importa é que minha Maria das Graças venha com saúde. É só isso o que importa.

Após tomar a anestesia na coluna, sou colocada na maca, tudo está pronto para a cirurgia.

Todo o meu coração é tomado por uma emoção sem igual, sinto meu coração bater de forma completamente descompassada contra o meu peito, e só consigo pensar em Maria das Graças, e no quanto eu quero minha filha em meus braços.

Penso em minha mãe, pois sei que, se ela estivesse viva, estaria aqui, do um lado, e eu jamais iria passar por essa experiência sozinha.

Fecho os meus olhos por um momento e, quando os abro, tenho a impressão de ver o vulto de uma mulher sorrindo para mim. Essa mulher tem a mesma aparência de minha mãe, das fotos dela que eu sempre vi.

Sinto meu coração reconfortado e, é neste momento, que um choro estridente toma conta da sala de parto. No segundo seguinte, uma menininha é colocada em meus braços, minha Maria das Graças.

O amor que eu sinto por ela simplesmente triplicou em meu coração. Sinto meu coração explodir em um sentimento que é simplesmente inexplicável, um amor muito profundo e, eu sei que por essa menina, pela minha Maria das Graças, eu já sou capaz de tudo.

Olho para o lado e, a alegria toma conta de mim, pois mais uma vez, vejo aquele vulto sorrindo, o vulto que tem o rosto de Maria das Graças, minha ãe que, mesmo depois de morta, continua cuidando de mim, com seu sublime amor de mãe.


Escrito por: Thais Grigorio

Contos para se emocionar: porque amor de mãe é infinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora