A nova vida de Momo Parte VI

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Passo vários minutos com Wei me abraçando na cama, os braços quentinhos sobre os meus, me passando seu calor. Não demora até que meu corpo se estabilize. Até mesmo solto um suspiro satisfeito e aconchegante. Minha mente estava tão relaxada que eu parecia um pouco drogado.

- Momo? -Wei me chama, estranhando minhas expressões.

Sorrio o olhando e me aconchego mais em seu abraço, afundando meu rosto em seu peito como um bebê.

- Humm? -Passo a olhá-lo e sinto um desejo absurdo de tocar seu pescoço, então, antes de perceber, estou com meus braços circulando os mesmos, meu rosto cocando seu pescoço esquerdo.

- M-momo? -Wei me chama, atordoado e completamente corado. Isso pegou a todos de surpresa.

- O que está fazendo? -Anna pergunta, confusa.

Acabo mexendo nos cabelos de Wei e em pouco tempo meio que acho o que procurava inconscientemente, uma marca atrás da orelha do ruivo. O desenho imitava a um sol tribal e ela, diferente do resto, estava preta e parecia escurecer a pele com um cinza ao redor.

- O que é isso... -Dipper indaga, perplexo e curioso, bem como a todos os demais. – Veja se Momo também o tem!

Wei começa a procurar em mim, logo achando.

- Eu tenho o desenho de uma lua tribal? -Wei pergunta. – M-mas... Porque está criando raízes?

Raízes? O dele não tinha isso. Talvez seja a doença.

- O de você é diferente. -Bill diz. – Talvez seja como a minha e de Dipper uns anos atrás, como se uma completasse a outra de alguma forma. -Diz pensativo. – Será uma maldição?

- Não, isso é um divisor. -Anna responde, pegando o livro e o entregando a Dipper. – Eu li sobre.

Os ignoro, meus instintos me mandavam fazer algo, como se eu precisasse a todo custo. Era como se fosse uma droga me chamando. Então levo meus dedos ao desenho e no momento em o toco a "fumaça" cinza ao redor começa a aumentar e ficar com raízes. Sinto como se um peso, que até então nem havia percebido em mim estar, sair e no mesmo momento ouço Wei gemer de dor.

Isso me trás a realidade. Minha consciência volta e percebo que ele realmente está mal.

- O-o que aconteceu? -Pergunto preocupado, me afastando.

- É algo único das almas gêmeas e mesmo entre elas é extremamente raro. – Anna explica. - Quando um está em perigo eles podem dividir a dor ou a própria doença, como até mesmo seus dons. Não se sabe exatamente o que ela faz além disso, já que quase ninguém a teve. Só se tem registro de dois casais até hoje.

Os olhos de todos se arregalam, até os meus, agora mais sóbrios, ao menos um pouco.

- E-espera. Então quer dizer que eu posso acabar passando o que eu tenho pro Wei? -Pergunto assustado.

Anna não me responde, sabendo o que eu temia e o que eu faria. Mesmo assim minha pergunta foi retórica, pois já havia entendido muito bem, então rapidamente me separo do ruivo, me levantando da cama logo depois.

- Onde você vai? -Wei pergunta, preocupado.

Não respondo, apenas vou em direção a porta. Em um pulo Wei pula pra fora da cama e fecha a porta que abro, me impedindo de sair e me obrigando a olha-lo em seguida.

- Você não vai se machucar por minha causa. Não mais. -Digo firme.

- Sabe que não vou te deixar morrer. -Diz, as sobrancelhas unidas e a voz decidida.

Uma Nova Versão De Você (Novo Verão Em Gravity Falls)Onde histórias criam vida. Descubra agora