Capítulo 1

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NOTAS: Izuku tem uma doença chamada Hanahaki - Basicamente o hanahaki é uma doença literária, uma doença literária é uma doença que não existe no mundo real, apenas em livros e em coisas fictícias.

Essa doença atinge pessoas que não tem o amor correspondido, fazendo assim com que elas sufoque perdendo o ar até a morte.Quando se está com essa doença a pessoa tosse pétalas de flores, posteriormente, flores inteiras. Até chegar ao estágio do buque. Há quem diga que a pessoa possa virar um jardim inteiro. No estágio do buque é o estágio em que a pessoa pode morrer.O termo "Hanahaki Byou" vem do japonês はなはき びょう (Doença de Cuspir Flores).


                                                                                 ***

Há uma tragédia em ser altruísta.

Izuku Midoriya resumiu isso a uma arte.

Izuku seguiu Katsuki sua vida inteira. Ele várias vezes meditou se teve um momento específico ao qual ele se apaixonou pelo loiro, mas ele foi incapaz de encontrar. Havia centenas de lembranças de quando eles eram jovens que vinham a sua mente com o pensamento. Ele pensou que talvez seu afeto fosse desaparecer em seus anos de ensino fundamental, quando tudo o que ele ouvia de Bakugou eram o seu ódio e sua amargura, mas isso não aconteceu. À medida que ambos foram se tornando heróis e crescendo, eles acabaram se tornando amigos novamente. O perdão foi dado e merecido, e gradualmente, Izuku encontrou aqueles olhos carmesins persistindo, Katsuki o procurando para treinar, mãos roçando enquanto estudavam juntos.

E então a confissão.

Ele se culpou, no final, por não perceber antes. Por ignorar o aperto na garganta, o sangue que às vezes escorria entre seus dentes. Ele estava muito cego pela alegria, pelo alívio esmagador que finalmente, finalmente, alguém o amava.

Esse foi o seu primeiro erro.

Sua tragédia começou lá, acreditando que ele poderia ser o suficiente para Katsuki Bakugou. Ele se iludiu em acreditar que eram as suas mãos que Kacchan queria segurar, seus olhos que Kacchan queria encarar, e a sua risada que Kacchan desejava inspirar. Ele se convenceu que os anos de amadurecimento que eles compartilharam iam ser o suficiente para fazê-lo ficar.

Ele deveria saber que ele nunca iria satisfazer Katsuki.

Izuku nunca foi bom o bastante. Porque isso iria mudar agora?

Foi a sua ingenuidade que o impediu de perceber a verdade. Ele era meramente um substituto para outra pessoa. Alguém com cabelos vermelhos, não verdes. Alguém com dentes afiados e um grande sorriso, alguém com cabelo espetado e uma voz barulhenta.

Alguém que era, de todas as formas, melhor do que Izuku.

No entanto, ele não era um idiota, e logo percebeu isso também. Quando Mina terminou com Kiri, Katsuki foi o primeiro ao seu lado. Ele ficou no quarto do ruivo por horas, consolando ele e dando seu ombro para que ele chorasse. Ele cancelou o treino com Izuku para colocar Kirishima de pé. Ele adiou seus encontros para poder preparar o jantar para ele. Desconsiderando as mensagens de Izuku para passar tempo com ele.

E Izuku, tragicamente, entendeu.

Assim que a primeira pétala caiu de seus lábios partidos depois de voltar de uma patrulha em uma noite de março em seu terceiro ano, ele entendeu perfeitamente.

Primeiro, ele queria ficar bravo. Ele queria gritar e lamentar e derrubar um prédio em cima dos dois. Mas ele não podia. Katsuki tinha sido um namorado maravilhoso. Ele se preocupou com Izuku mesmo que ele nunca realmente o tenha amado, isso era mais do que Izuku poderia desejar. Ele tinha segurado suas mãos e afastado seus cachos para beijar suas sardas. Ele sorriu com Izuku e fez Izuku sorrir, olhos carmesins se iluminando a qualquer momento pelos sons emitidos. Ele cozinhou Katsudon a qualquer momento que ele pedisse, ele lhe trouxe flores, ele escutou Izuku falar de heróis por horas a fio.

Ele tinha sido perfeito.

Tão perfeito que fazia sentido Izuku ser inadequado.

Sete meses. Izuku teve sete meses com Kacchan. Enquanto estava sentado em seu quarto, olhando para a foto de seu namorado que havia sido escolhida para a tela de bloqueio de seu telefone, ele chorou. Ao fazê-lo, sentiu algo dentro dele quebrar. Anos de tormento, negligência, e abuso finalmente o alcançaram, e ele se despedaçou no chão do dormitório.

Na manhã seguinte, ele se levantou, sorriu para os colegas, namorado, professor e continuou.

                                                                                      ***

Izuku merecia mais. Isso era algo que Katsuki sabia por um tempo agora. Ele merecia alguém que o amasse descaradamente. Ele merecia alguém que nunca iria olhar para outro enquanto estivesse com ele.

"Deku" ele pausou. Izuku merecia mais do que isso, do que tudo isso. Ele merecia o mundo. O mínimo que Katsuki podia fazer depois de tudo era chamá-lo pelo nome. "Izuku."

Seu namorado levantou a cabeça do ombro do loiro. "Hmm?"

"eu..."

Ele respirou fundo, tremendo, e se preparou para o pior.

"Eu estou apaixonado pelo Kirishima."

Izuku não reagiu como ele pensou que ele iria. Não teve gritos e socos no rosto com o All for One. Ao invés disto, uma mão cheia de cicatrizes se fechou ao redor da sua e apertou. Os olhos arregalados de Katsuki dispararam até os dele. As íris verdes brilhavam com uma compreensão terrivelmente gentil.

Os lábios de Izuku se curvaram em um sorriso muito triste. "Eu sei, Kacchan."

O estômago de Katsuki caiu. "O que?"

"Você sempre me disse como "irritantemente inteligente" eu sou, Kacchan", o garoto respondeu com uma risada. "Você realmente achou que eu não notaria?"

O adolescente explosivo piscou em choque.

"Eu apenas estou honrado que você me deixou amá-lo por um tempo," Izuku sorriu, e por um momento Katsuki viu o garoto de cinco anos de idade de anos atrás. Izuku esteve apaixonado por ele desde que eles eram crianças, e agora Katsuki estava quebrando seu coração novamente. "Agora vá."

"Izu-,"

"Você não tem que dizer nada, Kacchan. Esses últimos meses foram os melhores da minha vida," ele sussurrou, e Katsuki tentou ignorar como seu peito apertou pelas lágrimas em seus olhos verdes. "E eu amo você. Eu amo você, Kat, O que significa que eu tenho que te deixar ir. Agora corra. Eiji provavelmente está esperando por você."

Katsuki apanhou as mãos de Izuku e as beijou.

"Obrigada, Izu."

O sorriso que ele recebeu foi dolorosamente lindo. "Adeus, Katsuki.".

Se ele tivesse pensado um pouco mais além do alívio vertiginoso, Katsuki teria descoberto que Izuku havia usado seu primeiro nome com aquele tom de luto. Ele não esperou para pensar em tais coisas, no entanto, soltou as mão de Izuku e partiu em direção ao seu amor. Ele não percebeu a flor que foi arrancada da garganta de Izuku quando seu ex-namorado desapareceu na esquina.

Ninguém o fez.

Living with Thorns Crushing My HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora