Capítulo 2

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Eles começaram uma agência juntos. Eles a chamaram de 1-A, e Aizawa negou seus olhos enevoados enquanto Bakugou e Midoriya cortavam a fita vermelha que se estendia pelas portas. Era quase inédito para dois jovens heróis, apenas dois anos depois de se formarem na Yuuei, começarem sua própria empresa, mas eles conseguiram. Jirou, Lida, Kaminari, Shinso, e claro, Kirishima, juntaram-se a eles em seus esforços. O time deles logo subiram nos Ranks, e os sonhos que cada um deles nutria desde a infância finalmente começaram a se realizar.

Entre os sorrisos e as batalhas heróicas, Izuku sentiu a planta em seu peito continuar a crescer. Bakugou e Kirishima se tornaram um dos casais favoritos do público, e os rostos deles agraciam as capas das múltiplas revistas e jornais todos os meses. Fofocas sobre o noivado e o casamento começaram a se espalhar, e Izuku tentou ignorá-los.

A primeira flor inteira irrompeu de sua garganta cheia de sangue no dia em que eles derrotaram Shigaraki.

Era uma terça-feira comum. O céu estava nublado, pronto para explodir com torrentes a qualquer momento. A liga de vilões estava em sua última tentativa de trazer o caos ao Japão. All for One prosperou por meio de Shigaraki, e ele encontrou Izuku no campo de batalha com olhos vazios e a voz rugindo. Izuku, de acordo com a imprensa no dia seguinte, estava estranhamente quieto durante a entrevista. Ele tinha dominado a guerra como Aquiles, implacável e corajoso. Com nove individualidades em suas mãos, ele voou através do ar como uma bala, pousando como um meteoro, e desferindo golpes como seu antecessor.

"Você vai falhar!" Shigaraki gritou com a sua voz distorcida.

Izuku, ensanguentado, ossos quebrados, não sorriu. Em vez disso, ele limpou o nariz quebrado e respondeu de volta, calmo, controlado e absurdamente seguro.

"Melhor você acreditar que eu irei," ele riu. "mas eu vou levar essa sua bunda dura comigo."

Ele nunca tinha usado o United States of Smash antes, mas o mundo iria lembrar dessa estreia. Relâmpagos irromperam por todo o céu. Luzes esverdeadas desceram das nuvens escuras e entraram em seu corpo. Do lado de fora, todos os seus companheiros ficaram boquiabertos com o poder que ondulava em seus ombros largos.

"Puta merda," Kaminari sussurou.

"Não brinca", Jirou bufou.

Katsuki sorriu orgulhoso.

Izuku escutou as vozes de seus antepassados ressoarem em sua mente. Ele levantou seus olhos, Verde vibrante e carregado com mais energia do que ele jamais sentiu antes.

Shigaraki nunca teve uma chance.

Somente alguns minutos depois de ter acabado foi que seus amigos ousaram se aproximar. Lentamente, escalaram sobre os detritos e pedregulhos do prédio, eles se aproximaram da figura estremecida do herói Deku. Luz verde crepitava ao redor de seu corpo. Sua respiração ofegante e pareceu não notar a aproximação deles.

"Deku," Kacchan começou a dizer com a voz rouca.

Assustadores olhos verdes se voltaram para encontrar os seus. O loiro congelou.

"Sou apenas eu, nerd. Sou eu o seu Kacchan."

Izuku sentiu as vertigens do One for All se dissiparem, acalmando, voltando ao seu estado adormecido nele. A energia voou dele como formigas correndo do fogo e ele caiu. Katsuki o pegou, Fortes braços segurando-o antes que ele caísse de cara no chão. Sangue saia de sua boca, nariz e lados.

"Shh, shh, Eu te peguei," Katsuki abaixou-se o deitando no chão, preocupação estampado em seu rosto.

Izuku se curvou em seu abraço. "Está... está acabado?"

Seu melhor amigo colocou uma mão ensanguentada pelos cachos verdes. "Sim, nerd. Você fez isso."

"Nós fizemos isso," o homem sardento corrigiu. Ele levantou o punho. Kacchan tocou com o seu próprio.

"Sim, Izu. Nós fizemos isso." Bakugou curvou-se protetivamente ao redor dele, puxando ele para mais perto entre seus braços tentando parar o sangramento.

O peito de Izuku apertou-se e sua garganta fechou-se. Ele começou a tossir por uma razão totalmente diferente da dos seus ferimentos. Sangue encharcou seu queixo novamente, misturando-se com a chuva assim que atingiam sua pele. Ele sentiu as pétalas começarem a fazer o seu caminho até o esôfago e ele engasgou, tentando empurrar Katsuki dele.

"Nerd, Deku! Pare!" Katsuki continuou correndo os dedos entre seus cabelos e o segurando mais forte. "Pare! Você está machucado!"

Seus outros amigos começaram a se reunir enquanto sua visão ficava mais turva. Sua respiração vacilou em seus pulmões apertados e ele deu um último suspiro antes de sua visão escurecer. Ele sentiu uma pétala na língua; ele só rezou para que nenhum deles notasse.

Ele acordou no hospital. Estava quieto. A dor crivava seu corpo, mas ele estava vivo.

Um ronco suave ressoou ao seu lado. Ele olhou para a esquerda e foi saudado com a visão mais bonita que ele já havia testemunhado.

Katsuki estava recostado contra a sua cama, cabeça fazendo seus braços de travesseiro, soando adormecido.

Izuku sorriu com carinho, alcançando seus dedos para passá-los através dos cabelos dourados. Sua garganta pinicou, e ele deveria ter parado. No entanto, Izuku nunca soube quando a dor era demais, e ele não tinha ideia se ele poderia ter esse momento novamente.

Ele parecia tão lindo daquele jeito. A luz do entardecer tornando-o dourado. Izuku ponderou se isso era como Kirishima o via todas as manhãs. Ele estava assim calmo? Assim doce? Ele abria os olhos carmesins e encarava Eijiro como se ele fosse a coisa mais perfeita que ele já viu?

Seu peito doeu de repente e ele se inclinou. Uma invasão horrível tomou conta da sala silenciosa e suas vias aéreas se fecharam.

A textura familiar das pétalas da flor preencheram sua boca, mas dessa vez era muito maior.

Ele retraiu a sua mão dos cabelos de Katsuki e tossiu entre seu cotovelo. O som alertando sua companhia, que começou a acordar. Tremendo violentamente, ele sentiu uma pétala cair de sua boca, pegajosa e coberta de vermelho. Só que não era uma pétala.

Era uma maldita flor inteira.

Merda.

Ele se mexeu, empurrando a flor para atrás do travesseiro antes que Katsuki pudesse notar.

"Izuku!" Bakugou avançou, puxando-o para um abraço apertado.

Izuku permitiu que o abraço acontecesse, e tentou se convencer que os soluços eram de alívio. 

Living with Thorns Crushing My HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora