Capítulo 7

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NOTAS: Cada palavra uma lágrima. Só vim dizer para checarem as mídias, por favor. E comentem e deixem estrelas. Apesar de faze-los sofrer ainda amo vocês.


"Quanto tempo você tem?"

Essa foi a primeira coisa que Shota Aizawa perguntou assim que ele abriu a porta. A mão de Izuku, ainda levantada batendo contra a porta, congelou. Seus olhos se arregalaram e ele engoliu: "Perdão?"

Seu ex-professor, agora um herói aposentado e um mentor para os jovens estudantes, examinou ele com seus olhos tristes. "Eu não sou os seus amigos, garoto problemático. Eu sei que você tem Hanahaki."

O coração de Izuku se apertou. Ele nunca rotulou o nome do problema que ele tinha. Parte dele esperava que tudo isso fosse só uma gripe, que isso fosse somente um sonho ruim, que tivesse sido acertado com uma daquelas individualidades anos atrás e nunca tivesse se recuperado.

Parte dele esperava que um dia ele acordaria e a dor tivesse desaparecido, Katsuki estaria em sua porta, e tudo estaria bem.

Ele deveria estar parecendo uma grande bagunça. Ele sabia que as olheiras sob os seus olhos estavam escuras, seu olhar perdido. Os ossos proeminentes de suas bochechas estavam mais à mostra do que nunca. Embora a sua forma física de heroico símbolo da paz ainda esteja intacto ele se movia como um homem velho; cada gesto rangia como tábuas de madeira antiga. Ele se olhava no espelho de manhã e ponderava quantas pessoas ainda não tinham notado. Então novamente, lembrou-se que sempre foi muito bom em fingir que ele era invencível.

"Midoriya?" a mão de seu professor descansou em seu ombro. Apertando um pouco mais onde ele segurava, um porto seguro quando tudo o que ele queria era sair voando por aí. "Quanto tempo?"

Izuku sorriu tristemente. "Eu não sei. Eu estou chocado que ainda não tenha acontecido."

Aizawa suspirou. "É o Bakugou, não é?"

Ele acenou.

Seu professor abriu a porta e o deixou entrar. Ele guiou seu estudante favorito ao sofá.

Izuku sentiu um pouco da sua ansiedade e tristeza se desvanecer nesse lugar tão familiar. Especialmente depois que All Might se foi, ele se aproximou mais de seu ex-professor desde então. Ele tem uma ótima habilidade de convencer Izuku de que ele valia alguma coisa, mesmo que temporariamente.

"Você é inteligente, Izuku," o uso de seu nome de batismo o lavou como um banho quente. "Se você tivesse que por um tempo nisso, quanto tempo você diria que tem?"

Ele engoliu em seco, os ombros caindo enquanto ele se recostava no sofá macio. Ele se moveu, olhos encontrando os de seu mentor. Ébanos se inundando em empatia e afeto. Um sorriso preenchendo os cantos de seus lábios. "Eu acho que conseguirei fazer o meu discurso de padrinho no casamento de Hitoshi e Denki. Eu não acredito que durarei mais do que isso."

Shota tirou alguns cachos de seu rosto. "Você também vai falar no dele, não é?"

"Hmm?"

"Bakugou e Kirishima."

Izuku assentiu. "Fiquei lisonjeado que eles me pediram."

"Embora isso tenha te machucado, certo?"

Ele sussurrou. "Sim"

A mão de seu professor permaneceu em sua cabeça, acariciando os cabelos rebeldes no topo da cabeça. "Você sempre usou o seu coração como escudo. Mesmo no primeiro ano, eu podia ver que você o amava.Vocês se desafiavam, enquanto empurravam um ao outro ao limite. Mas vocês também se inspiravam. Ele também te amava."

Isso doeu mais porque era verdade. Katsuki o amou muito, mas não era o amor de que Izuku precisava. "Eu sei".

"Eu suponho que tentar te convencer a fazer a cirurgia não ia dar em nada."

"Nah." Ele levantou seus olhos novamente. "Você ... você está chorando?"

Um dedo acariciou a sua bochecha "Eu desejei que você se permitiria ser feliz, criança problemática."

Izuku suspirou. Seus olhos ficando embaçados. "Eu também."

"Você veio me perguntar sobre o All for One, não veio?"

O jovem abismado, deixou escapar uma risada surpresa por seus lábios trêmulos. "Como adivinhou?"

Shota deu de ombros, com um sorriso presunçoso. "Eu tenho alguns anos de experiência, criança problemática. Além do mais, você sempre pensou que a única coisa que importava em você, a vida inteira, era a sua individualidade. Eu presumi que isso estaria pesando muito em sua mente."

Izuku assentiu. "E está. Eu não sei para quem dar isso."

"Deixe esse poder ir com você"

A concisão das palavras de Aizawa o atravessaram. Ele flexionou as mãos. Cicatrizes permeiavam a sua pele. "Mas ainda não acabou-,"

Aizawa se moveu para perto, agarrando seus ombros. "Sim, acabou, Izuku. One for All serviu o seu propósito. Você derrotou Shigaraki e acabou com o All for One no seu primeiro ano como um herói profissional. Seu propósito foi completado. Não sobrecarregue alguém mais com o legado de Yagi, como ele fez com você. Não faça outra criança carregar esse peso."

Ele fungou. Ninguém entendia o peso que ele tinha como o Aizawa entendia. Sua vida toda, seu poder ( ou a falta dele) tinha sido a única coisa que importava sobre ele. Toda a sua linha de raciocínio era dedicada ao que ele podia fazer pelos outros, em quem ele iria ajudar depois, o que ele poderia sacrificar para que os outros pudessem ser felizes. Shota uma vez disse que isso era porque ele fora criado em uma sociedade ensinou a ele que ele só tinha valor se servisse para outros; ele provavelmente estava certo. Talvez seja por isso que Izuku nunca ficou bravo porque Bakugou não era dele. Talvez seja por isso que ele não tenha lutado por ele durante o ensino médio. Ele nunca tinha merecido as coisas que os outros possuíam, que as pessoas com individualidade tinham. Ele recebeu cada golpe como era esperado, como se tivesse merecido, como se fosse certo.

"Há uma tragédia em ser tão altruísta," Shota murmurou suavemente, uma mão de volta ao seu cabelo. A outra limpando as lágrimas que molhavam as suas bochechas. "Você acreditou que todos os outros vinham antes de você, e ninguém jamais foi capaz de ajudá-lo a acreditar no contrário."

"Está tudo bem." Izuku se inclinou para o conforto que seu mentor provinha. Era tão raro que ele se sentia mais calmo.

Aizawa sorriu, mas ele parecia muito mais devastado. "Não, não está."

Ele deu de ombros em resposta, contente por se deixar aproveitar esse pequeno alívio. Ele raramente se sentia contente agora. Ele estava frio, sempre vazio. Era impossível encontrar calor vivendo com os espinhos esmagando seu coração. Mas isso, isso era o mais próximo que ele chegava do prazer, e era o suficiente.

Isso tinha que ser.

"Você se saiu tão bem, Izuku."

Por um momento, Izuku se deixou acreditar nisso.

Living with Thorns Crushing My HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora