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CHAPTER THREE III. the rumors whisper through the air
abril de 2000, dois meses depois.
A primeirasemanadatemporada de basquete era um dos únicos momentos onde todos os alunos da Woodvale High agiam como uma grande família unida. A escola parecia uma sociedade onde panelinhas não existem e o espírito de amistosidade corre solto. Durante esse período, os atletas do time se tornavam praticamente celebridades, considerando que eram tratados como tais, especialmente durante vésperas e dias de jogo. As líderes de torcida faltavam aula para ensaiar sua coreografia, como se decorar os movimentos fosse mais importante que passar de ano. Os integrantes do time treinavam feito loucos e injetavam anabolizantes como se fosse insulina para diabéticos. Era tudo muito intenso, mas essa era toda a graça da temporada.
Além disso, existia uma regra não oficial rigidamente obedecida por todos os alunos da escola e essa era: Você não incomoda o treinador Carter sob nenhuma circunstância. Precisa de nota extra em educação física? Nem tente. Esbarrou nele no corredor? Saia de cabeça abaixada antes que ele perceba quem foi. Afinal, não era nenhum segredo que a temporada de basquete deixava os nervos de Lawrence Carter à flor da pele.
No entanto, James e Carter tinham um relacionamento diferencial. Interessante, de sua forma única. Assim como nos filmes, quando o personagem principal desenvolve uma relação familiar com o seu orientador, James havia encontrado algo parecido com o treinador do time de basquete. Time do qual ele não fazia parte, para começar.
Tudo começou quando Carter tentou recrutar James, visto que ele sempre sucedia nas aulas de educação física e seria uma ótima adição ao time. James recusou, obviamente, pois nunca se submeteria a tamanha humilhação quanto a de fazer parte de algo que Tommy também fazia parte. Porém, a conversa que teve com o treinador o deixou pensativo pelo resto da semana, feito um filósofo de fachada. Ele nunca havia tido uma conversa tão genuína com uma figura adulta antes. Uma conversa onde xingamentos não estão presentes. E pela primeira vez em anos, James não se sentiu tão miserável quanto normalmente se sentia.
Por essa razão, James passou a almoçar na sala do treinador, o que era muito melhor do que se expor aos valentões no refeitório que o incomodavam por estar almoçando sozinho. Inicialmente, Carter se posicionou contra James estar passando seus intervals ali, mas eventualmente acabou cedendo. Ele almoçava saladas diversas e tomava vitaminas proteicas todos os dias. Já James, almoçava um sanduíche de rosbife preparado em casa e uma latinha de coca-cola que comprava na cantina. Em geral, conversavam sobre a vida na escola, que era um dos únicos assunto que tinham em comum. Carter reclamava do time de basquete, especificamente sobre Tommy, que aparentemente nunca sabia quando levar o treino a sério. Aquela era definitivamente a parte preferida de James.
