Para sempre.

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Na semana entre o natal e o ano novo, Chan deveria ir na viagem da cidade vizinha conhecer outros cirurgiões mentores.

Isso porquê, logo depois do jantar de natal, Seungmin e Chan foram arrumar as malas.

Eles sairam pela manhã, deixando a chave do apartamento com Minho. Disseram para checar de dois em dois dias pra ver se tudo está em seu lugar.

Infelizmente, Minho não respeitou a promessa. Ele ficou adoentado depois disso.

Já que Minho não podia checar o apartamento, a chave acabou nas mãos de Felix. Ele recebeu claras instruções de não deixar a casa ao relento e de não levar ninguém lá.

É, então está bom.

É do Felix na qual estamos falando.

Agora, muitas coisas aconteceram na semana. Começaremos pelos Minsung.

Com Chan, Seungmin e Felix ocupados, a única alternativa era ligar para Jisung.

E não entenda errado. Jisung estava disposto a cuidar dele.

O problema era que Jisung nunca ficou doente em 21 anos.

Nem uma vez. Seu sistema de imunidade era de outro mundo.

Sim, seus irmãos já ficaram doentes algumas vezes. Mas não desse jeito. Então ele teve que pesquisar na internet como se cuida de gente doente.

- Você tem certeza que está respirando? - Jisung questionava após sacudir a pilha de cobertas que ele chamava de namorado.

- Eu pareço morto pra você? - Minho disse, com a cabeça surgindo do meio das cobertas.

Seu cabelo estava uma bagunça, tinha olheiras e a voz estava áspera e rouca.

- Sim! - Respondeu sem hesitação. - Está parecendo um defunto.

- E onde você viu um defunto?

- Funerais, claro. - Respondeu, nervoso.

- Aqui tá falando que eu tenho que fazer uma sopa, te deixar quentinho e trocar suas roupas quando você suar demais.

- Sungie... - Minho começou a gemer como um bebê.

- Você está carente. No artigo não diz esse efeito colateral.

- Deita aqui comigo, Sungie!

- Não, com certeza não. Eu vou fazer a sopa. Você fica ai e dorme.

Mesmo vivendo em um apartamento pequeno com três pessoas, Jisung era um bom cozinheiro. Ele gostava de cozinhar para os irmãos, mas não se comparava a Hyunjin.

Quando terminou a sopa, ele subiu as escadas para buscar Minho.

Quando ele tentou abrir a porta, ele sentiu algo a empurrando. Ele usou toda a força para abrir uma fresta, conseguindo notar que Minho estava apoiado sobre ela.

- Hyung, o que você está fazendo?

- Sungie me deixou sozinho. Eu queria ir atrás dele. Minhas pernas só seguiram.

- Vem cá. - Jisung disse ajudando Minho a se levantar.

Eles chegaram no primeiro andar da casa e Jisung colocou o mais velho em uma cadeira.

- Pessoas doentes são fracas. É quase doloroso ver. - Murmurou Jisung, colocando a mão na testa do outro, que estava queimando.

Depois de comer, Jisung convenceu Minho a dormir, mas a condição seria que Jisung seria seu travesseiro.

Ele revirou os olhos e deitou com Minho, apoiando a cabeça em seu peito.

- Eu te amo, Sungie. - O mais velho disse, confortável.

- Eu sei, hyung, você me disse ontem. Eu espero que não seja a febre que esteja falando. - Respondeu o mais novo, brincando com as mechas macias de Minho.

No meio da noite, Jisung acordou Minho para trocá-lo de blusa. O outro ainda estava zonzo pela febre.

Jisung tirou a camisa suada e ajudou o outro a colocar uma limpa.

- Continue, garotinho. O sol brilha toda manhã, mesmo que você não o veja. - Jisung disse, de repente.

- O que é isso? - Minho perguntou, ainda meio dormindo.

- Apenas palavras encorajadoras que eu dizia pra mim mesmo quando criança. Me ajudou a passar por umas poucas e boas. Você vai ficar bem, hyung.

- Obrigado por cuidar de mim, Sungie... Você tem o coração mais doce que eu já encontrei. - Sussurrava Minho abraçando Jisung.

Lágrimas desceram pelas bochechas de Jisung. Ele chorou em silêncio, enterrando a cara no pescoço de Minho.

Era a segunda vez que Minho o elogiava. Jisung não estava acostumado. Era estranho ouvir coisas boas em vez de gritos.

Nos dois dias seguintes, Minho continuou igual. Foi quando Jisung começou a ficar preocupado.

Ele pediu conselhos a Changbin, mas o irmão disse que não precisava se preocupar.

Ele tinha alguns flashbacks de quando Jeongin ficou doente e seus pais não ligavam para ele. Jisung tinha 8 anos e pensou que ia mesmo perder o irmãozinho.

Ele sentiu o coração acelerar, e a respiração enfraquecer.

Ele não queria acordar Minho, mas parte dele esperava que Minho abrisse os olhos e o presenteasse com um sorriso. Tudo para saber que Minho não estava tão dolorido assim.

Quando não recebeu resposta do outro, ele colou a mão na testa quente do outro e fechou os olhos para sentir o calor. Ele queria sentir o que Minho sentia.

Se eles tivessem as mesmas dores, talvez ele pudesse entendê-lo.

A parte mais difícil era ajudar Minho a tomar banho. Principalmente porque Jisung tinha que se conter.

Ele não fazia desde a briga com Minho.

Tanto tempo e aqui estava ele. Lavando o corpo nu de Minho e cuidando dele sem segundas intenções.

Apesar das preocupações do mais novo, Minho ficou melhor no quarto dia. Ele estava completamente consciente, mas ainda meio mole.

- Como você está, hyung?

- Muito melhor graças a você. - Minho respondeu com um sorriso. - Finalmente consigo andar sozinho.

- Você me assustou. - Suspirou em alívio.

- Eu queria muito, muito te beijar agora, mas eu não quero que você fique doente. - Disse Minho, envolvendo Jisung em um abraço apertado.

- Eu não fico doente, hyung. Você pode fazer o que quiser comigo.

- Você não é um objeto, Sungie. Eu não quero possuir você. Eu quero te fazer ficar. - Disse Minho fazendo um contato visual com Jisung.

As orelhas do outro ficaram vermelhas mais uma vez.

- Eu fiquei contigo a semana toda. Não acho que você tenha que se preocupar. - Respondeu o mais novo, derrentendo ao toque de Minho. - Eu vou ficar com você para sempre...

Praise Me, Love Me, Kill Me (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora