Um casal diferente

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Três meses se passaram. 

O mundo estava caindo lá fora em forma de chuva, daquelas torrenciais que traziam sensações das mais diferentes possíveis, dividindo as pessoas que amam e detestam aquele clima tão terno e que fazia qualquer um navegar por aí, fosse para um lugar bom ou não.  Fosse para o bem ou para o mal, a chuva trazia suas nuances e aqueles a quem desejavam servir-se de seus desejos poderiam se fartar. 

E foi assim que Taehyung agiu, por impulso, mas agiu, ao adentrar a casa do namorado todo molhado. Hoseok não questionou de início, mas soube que o Kim sentiu um desejo gigantesco de lhe ver e por isso não se importou com a possibilidade de que pudesse chover. Ele só queria estar ao seu lado naquela noite que antecede sua folga e não queria esperar para o domingo raiar e assim ver seu ômega.  Seu coração pulsava loucamente por ele a cada segundo que se passava e não entendia como, em tão pouco tempo, havia se tornado dependente de Hoseok. 

Só queria ver seu sorriso doce e poder ouvi-lo sussurrar aqueles elogios meigos e aquelas palavrinhas que aprendeu a amar. 

Eu te amo. 

Foi uma surpresa do tamanho de Júpiter para si quando, em uma tarde ensolarada, Hoseok lhe disse aquilo na maior naturalidade do mundo. Claro que o alfa quase caiu no chão e gaguejou demais de forma tola e engraçada depois, responder a mesma coisa saiu logo após o momento de embaraço e ele viu as bochechas alheia ficarem em um lindo tom rosado depois que disse o mesmo. 

Taehyung segurou as mãos dele com as suas que tremiam um pouco e disse com todas as letras e todo sentimento que amava aquele ômega. Que era todo amor por Jung Hoseok. 

E aquele dia foi feito de risos, rostos corados e mãos trêmulas, estômagos gelando e corações acelerados. Claro que se beijaram muito e o cheiro deles era delicioso de sentir. Inundou o apartamento do Kim, onde estavam, por uma semana.  

Realmente o amor é o melhor perfume de todos os tempos. 

Quando o alfa chegou assim todo molhado foi automático colocá-lo para dentro de casa e lhe dar uma toalha limpa para se secar enquanto o guiava para o banheiro afim de lhe ofertar um banho quente. O alfa estava agradecido e incomodado com aquela roupa colada a si e tinha receio de pegar um resfriado e isso lhe causou pavor por não querer contaminar seu amado. 

Agiu totalmente sem pensar. 

Logo Hoseok não contava que Taehyung fosse acometido por inocência e tirasse sua blusa na frente do ômega. Inocência sim, visto que ele só queria tirar aquela blusa molhada e correr para a banheira quentinha. Mas quando percebeu estava corado dos pés a cabeça e se encolheu inteiro feito um filhote arteiro. 

Hoseok saiu de lá o mais rápido que pode, coração batendo rapidamente e bochechas coradas. Fechar os olhos e ver o corpo do Kim era um pecado para si. Já no banheiro, o alfa se perguntava se não tinha sido abusado demais. No final das contas eram dois meninos envergonhados. 

[...]

Estavam sentados na cama, um ao lado do outro tendo o alfa escondendo seu rosto com a toalha felpuda que o Jung havia lhe dado para enxugar seu cabelo. Suspiros de cá e suspiros de lá… Taehyung estava constrangido ainda e dizia a si mesmo que tinha sido um péssimo alfa ao se expor assim diante do seu ômega. Ele achava que essas coisas só aconteceriam depois de uma marca, um casamento, noivado ou algo assim. Todavia entendia que o mundo moderno não pensava o mesmo e que as pessoas estavam evoluídas demais para certas atitudes. 

Ele não queria dar uma de abusado e passar a ideia de que queria dar passos e mais passos em direção a um denominador comum. Ele não era um alfa adiantado e muito menos um assanhado. Ficou com aquilo na cabeça e com o anseio de se desculpar com seu ômega. 

Abraços QuentinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora