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A névoa da manhã cobria Verona como um manto translúcido, refletindo a turbulência interna que consumia Jeon. A lembrança da brusquidão com que tratara Caio no dia anterior o atormentava. Ele compreendia que a atitude de Caio, aconselhá-lo sobre seus sentimentos por Ingrid, nascia do genuíno desejo de vê-lo feliz.

Ao sair da joalheria e seguir para casa, Jeon ponderou sobre a necessidade de pedir desculpas ao amigo e, finalmente, abrir seu coração sobre as emoções que o dilaceravam.

Naquela manhã, levantou-se cedo, impelido por um turbilhão de pensamentos. Dispensando seus trajes habituais de empresário de sucesso, optou por algo mais casual. Afinal, quem ousaria questionar o estilo do chefe? A única regra era evitar a ousadia de comparecer ao trabalho de cueca.

Por volta das 9h30, a mente ainda em ebulição, Jeon decidiu buscar refúgio na companhia do amigo. Dirigiu-se à sala de Caio, pronto para desabafar sobre as tempestades que assolavam seu interior.

Caio, imerso em seu trabalho, digitava freneticamente no netbook. Seus cabelos loiros estavam despenteados, revelando o começo de um dia de trabalho intenso. Ao notar a presença de Jeon, ergueu os olhos, surpreso.

- Bom dia, Jeon. Que te traz por aqui? - perguntou Caio, voltando o olhar a tela.

- O que aconteceu com seu cabelo? - brincou Jeon, apontando para os fios rebeldes do amigo.

Caio levou a mão aos cabelos, tentando ajeitá-los sem sucesso.

- Ficou melhor agora? - perguntou, com um sorriso irônico.

- vamos dizer que sim! - retrucou Jeon, com tom sarcástico, e Caio apenas sorriu. - Vim te convidar para um café. Vamos lá.

Caio assentiu, levantando-se e pegando seu casaco. Em apenas 15 minutos, chegavam à " Lá Doce Vita". um refúgio aconchegante que frequentavam com assiduidade, localizado bem em frente à joalheria "Precious".

A pequena cafeteria, era um refúgio aconchegante para os amantes da boa mesa e do sossego. Famosa por seus pães frescos e cappuccinos cremosos, era frequentada por locais e turistas que buscavam um escape da agitação da cidade.

Numa manhã ensolarada, a luz dourada banhava as mesas de madeira e os livros dispostos nas prateleiras, criando uma atmosfera convidativa. Caio, com seus cabelos loiros agora, penteados para trás e óculos que emolduravam seus olhos perspicazes, folheava o cardápio com um sorriso discreto. Do outro lado da mesa, Jeon observava o movimento da rua através da grande janela de vidro, seus olhos negros absorvendo cada detalhe com uma intensidade quase hipnótica.

A garçonete, com seus cabelos vermelhos presos em um coque elegante e um sorriso radiante, aproximou-se da mesa com passos leves.

- Bom dia, senhores! O que desejam pedir hoje? - sua voz era melodiosa.

Caio ergueu o olhar do cardápio e, com um tom suave, pediu:

- O de sempre, por favor. Dois cappuccinos e uma torta de limão.

A atendente, ostentou um sorriso tímido antes de anotar o pedido.

- Dois cappuccinos e uma torta de limão para o Sr. Caio. Tudo anotado, fiquem à vontade. - Uma piscadela cúmplice foi dirigida a Jeon, que a recebeu sem entender, tomado por uma timidez que o fez corar. - A atendente então se retirou, deixando um ar de expectativa no ar.

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