Minha conversa com Bill no estacionamento, não passou de uma mera formalidade boba. Havíamos conversado sobre as novidades da pequena cidade e como os habitantes locais pareciam ter saído de algum filme clichê. Bill estava empolgado, pois havia recebido uma boa oferta de emprego e seria uma oportunidade para ele sair um pouco da proteção excessiva de Alex. Após alguns minutos, ouvimos passos apressados vindos de perto dos elevadores e Dave surgiu logo depois, parecendo bem distraído.
— Grace, o que aconteceu? A comida vai esfriar!
Dave colocou sua mão em meu queixo, sem ao menos perceber a presença de Bill. Suspirei fundo, tirando as suas mãos, na intenção de chamar a sua atenção.
— Foi mal, eu estava conversando com Bill! -disse um pouco sem jeito, apontando
— Desculpe, Sr. Shaw! Eu atrasei a Grace. Mas acho que não fomos apresentados corretamente. Prazer, meu nome é Bill. E me arrisco dizer que sou o cunhado da sua filha! -Bill abriu um sorriso simpático, estendendo a mão para cumprimentá-lo
Dave permaneceu imóvel ao meu lado por alguns instantes, olhando fixamente para Bill como se fosse jogá-lo por uma das janelas a qualquer instante. Ele revirou os olhos, coçando a sua nuca, algo que ele fazia sempre que algo o incomodava, cruzando os braços logo em seguida.
— Como você entrou aqui? -Dave retrucou de forma ríspida, ignorando a tentativa de aproximação vinda de Bill
— Eu acabei entrando com um dos carros, espero que não seja um problema -Bill disse cabisbaixo
— Você entra na casa dos outros sem pedir permissão? - Dave forçou um sorriso
— Ele só estava conversando comigo! E eu já estava subindo -engoli seco
— Está tudo bem, eu devia ter avisado que vinha. Me desculpe pela minha inconveniência, Sr. Shaw -Bill sorriu
— É, eu acho que devia ter avisado -Dave ergueu a sobrancelha
— Claro -Bill suspirou- — Acho melhor eu ir!
— Concordo! -Dave o encarou
— Dave! -chamei sua atenção
— Tudo bem, linda! Obrigado pela conversa. Fico feliz que tenha chegado bem -Bill deu um sorriso sem graça, dando um beijo em minha bochecha
— Obrigada por ter se preocupado! -retruquei
— E mais uma vez, me desculpe! -Bill sorriu para Dave, saindo logo em seguida
Eu mal podia acreditar que aquilo havia acontecido. Há poucos dias, Dave e eu estávamos enrolados nos lençóis quando conversamos sobre Bill. Apesar das provocações, eu nunca pensei que ele demonstraria o seu ciúmes de uma forma tão estúpida e desagradável. Virei-me em sua direção e ele ainda permanecia com uma expressão indecifrável.
— Que merda foi essa, Dave? -disse incrédula
— Não me culpe por isso, eu disse várias vezes que não queria ele e o irmão dele por aqui -retrucou
— Você é muito burro! Ninguém age assim, Dave! Ninguém! -revirei os olhos
— Ele invade a minha casa sem ser convidado e eu sou o burro? Eu podia ter atirado nele em legítima defesa -deu de ombros
— Estamos no estacionamento, então tecnicamente, não é a sua casa! -retuquei
— Eu não vou pedir desculpas por isso, ok? -ele franziu o cenho
— Tudo bem. Se você fosse se desculpar, teria que fazer isso com ele e não comigo -suspirei
— Olha Grace, sinceramente, eu não sei como você lida com tudo isso em relação ao Bill, mas eu não estou acostumado com isso e está sendo uma experiência nova ter que fingir que eu não sinto nada por você. Então, peço que entenda -engoliu seco

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FINE LINE | Grace Tuttle
Teen FictionApós concluir o último ano do ensino médio em Wisconsin, Grace Tuttle é convidada por sua melhor amiga, Nicole Shaw, para passar algum tempo em sua casa em Manhattan. Mas nesse tempo, ela acaba se aproximado de Dave Shaw, pai de Nicole. Que vive em...