Capítulo 14- Feliz Aniversário

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Os primeiros dias em Jim Thorpe foram incríveis. Desde a nossa chegada, mal havíamos visto Genevieve pela casa, já que ela estava dormindo em um quarto diferente do de Dave. A festa de aniversário seria naquela noite, mesmo com a ajuda de Nicole, era quase impossível prever o humor de Genevieve para tal data. Por mais que parecesse chateado e até um pouco pensativo, Dave havia reservado um tempo para que eu pudesse conhecer um pouco da vizinhança local e das florestas que cercavam a casa. O clima frio, fazia com que a paisagem fosse ainda mais bonita e favorável para uma boa caminhada pelas trilhas.

— Você costumava vir aqui com bastante frequência, não é? -sorri, me sentando em uma das pedras da nossa trilha

— Sim! Vinha aqui para tirar um tempo, pescar -Dave suspirou, sentando-se ao meu lado

— Não gosto de te ver assim, sabia? -franzi o cenho

— Assim como? -Dave tentou desconversar

— Triste -retruquei

— Não estou triste, Grace. Apenas cansado! -Dave desviou o olhar

— Por causa da Genevieve? -me aproximei

— Também

— Apesar das coisas estarem meio estranhas entre nós, saiba que eu ainda sou a Grace que te deu conselhos sobre casamentos, mesmo sem ser casada -ri

— Eu sei disso, sweetheart. -Dave sorriu- — A questão é que eu sempre achei que nessa altura da vida, eu estaria feliz e em paz com a minha família. Mas tem vezes que eu queria desparecer, sabe? -Dave balançou a cabeça, deitando-se entre as folhas

— Nossa -engoli seco-  — Eu não fazia ideia de que você se sentia assim. Sei que nem sempre queremos desabafar, mas não faz bem guardarmos esse tipo de coisa para nós mesmos

— Você é a primeira pessoa que me diz isso, eu acho. Quando eu contei sobre isso para a minha mãe, ela achou que eu queria me matar -Dave deu de ombros

— E você queria? -o olhei séria

— Não! Não sei... -Dave suspirou

— Eu não te julgaria se sentisse isso, muitas vezes achamos que não temos saída ou que a nossa vida não tem o mínimo de sentido. Mas sempre existe uma esperança para todos nós -sorri, me deitando ao seu lado

— Posso te falar uma coisa? -Dave coçou a garganta

— Nem precisa precisa pedir, eu sempre vou querer ouvir tudo aquilo que você tem para dizer -me virei, apoiando minha cabeça em minhas mãos

— Lembra da pequena festa que teve na Constance no mês de Abril, quando você estava com um vestido branco? -Dave me olhou

Olhei Dave com um certo espanto ao ouvir sua pergunta, pois essa festa havia sido há quase um ano e eu mal lembrava dos detalhes da minha roupa e muito menos do que se tratava a tal festa.

— Lembro, eu acho... -o olhei confusa

— Naquele dia, Nicole me mandou uma foto e você estava nela. E no momento em que eu encarei aquela foto, eu me apaixonei por você de imediato, mesmo sem fazer a menor ideia de quem era. -Dave suspirou- — Então, imagina qual foi a surpresa quando eu te vi naquele estacionamento com as malas nas mãos?

— Você está falando sério? -dei um sorriso tímido

— Estou sim, acredite. Eu achei que o meu coração fosse sair pela boca, e é assim sempre que eu te vejo -Dave disse me encarando

— Devo te confessar que eu senti a mesma coisa no dia em que eu te conheci, mas eu não queria ser a esquisita que se apaixona por alguém que mal conhece -suspirei

FINE LINE | Grace TuttleOnde histórias criam vida. Descubra agora