Capítulo 3 - O verdadeiro Moulin Rouge

3.1K 281 171
                                    

[POV MATTHEO RIDDLE]

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

[POV MATTHEO RIDDLE]

Guardei o que sobrou dos cogumelos e me encostei na cadeira, esperando o show começar. As luzes se apagaram, música começou, e os holofotes iluminaram o topo da escadaria em nossa frente, de onde uma mulher surgiu, cantando. Depois mais duas. Ou dez. As bailarinas desciam os degraus fazendo sua coreografia, em uma confusão de canto, dança e cor. Eu sabia que parte da minha fascinação era por causa do show de luzes e sons, e parte era os efeitos alucinógenos do cogumelo brincando com meu cérebro. 

Os garotos ao meu redor pareciam estar sentindo o mesmo que eu. Quando a primeira música acabou, nós nos juntamos ao coro de gritos e aplausos, enquanto os bailarinos (tinham homens também, agora eu podia ver) moviam-se pelo cenário, se preparando para a próxima música. Foram mais cinco músicas até acabar o espetáculo principal, e então uma meia luz se acendeu e os garçons voltaram a circular para um intervalo antes da segunda parte do show. 

Os efeitos do cogumelo quase já tinham passado por completo, mas nós estávamos empolgados com o show. Draco me pediu por mais enquanto conversava animado com Blaise conversavam e eu me lembrei que tinha algo que gostaria de perguntar para o Nott.

- Ei, então... você gosta de meninos, certo?

Ele me encarou com um sorriso no rosto.

- É, eu gosto.

- Mas também de garotas?

Eu perguntei porque notei como ele se aproximou da menina na recepção. Naquele instante os bailarinos voltaram, dessa vez para circular entre as mesas, e em algumas delas, subir em cima delas. Quase esqueci o que tinha perguntado quando Theo respondeu, com os olhos em uma bailarina ruiva gostosa que naquele momento, recebia a mão de um bailarino para subir em cima da nossa mesa.

- Sim, eu gosto de garotas também. Gosto dos dois.

Nós ficamos em silêncio por um instante, observando meio chocados a garota fazer a coreografia junto com os outros bailarinos, mas em cima da nossa mesa. Eu precisava desesperadamente me distrair, ou ia ficar de pau duro ali mesmo.

- Como... como você descobriu isso?

Theo bufou e olhou pra mim.

- Você simplesmente sabe.

- o quê?!

Eu perguntei de repente assustado. E se eu gostasse de garotos também e nunca tinha pensado sobre isso?? Nott pareceu ler os meus pensamentos, porque deu risada e pousou a mão no meu joelho.

- Relaxa Riddle, você é 100% hétero, eu posso ver isso.

- Você consegue saber?

Ele riu de novo, se divertindo muito com as minhas perguntas. Ou ele só estava chapado do cogumelo.

- Eu tenho um radar afiado. Você e Blaise, héteros com toda a certeza. Já Malfoy... eu sempre digo a ele que ele me confunde.

Eu segui seu olhar até Draco, que parecia muito ter ouvido nossa conversa, porque nos encarava com a cara fechada. Como se quisesse mesmo provar que gostava de garotas, ele acenou com a cabeça para a bailarina em nossa mesa, estendeu uma nota de cem libras pra ela. A garota se abaixou pra que ele colocasse a nota em seu decote, e depois disso, passou a dar uma atenção especial pra ele. Tenho certeza que foi só por isso que Malfoy quis vir até o Moulin Rouge.

- Mas se você quiser ter certeza Mattheo, há um teste simples.

Theo bebeu do seu copo, ainda sorrindo como se eu o divertisse.

- Qual teste?

Ele se aproximou de mim.

- Você pode beijar um garoto e descobrir.

Levei cinco segundos a mais para entender o que ele estava propondo. E então virei o restante de whisky e pensei: "eu já estou aqui, por que não?" e então beijei Theodore Nott.

Por exatos vinte segundos.

Aquilo simplesmente parecia errado, e eu me afastei com uma careta. Theo dava risada.

- Isso não... sem ofensas cara, mas isso simplesmente não deu certo.

- Eu te falei, Riddle.

Eu ainda fazia careta quando percebi Blaise e Draco nos encarando, divididos entre o choque e cair na gargalhada. Theo encheu nossos copos de novo.

- Pelas minhas contas, agora Malfoy e eu estamos empatados, e Blaise e Mattheo dividem o segundo lugar.

- Filho da puta. - Blaise sussurrou, e eu caí na gargalhada.

Não sabia se Nott tinha planejado isso, mas nosso beijo desajeitado tinha mudado o placar, e aquilo me fez dar muitas risadas. O show continuou com os bailarinos circulando pelas mesas, e quando acabou, eu já estava muito bêbado. Só percebi que tínhamos que ir embora quando Theo me puxou com ele pra fora da cadeira.

A bailarina ruiva sussurrava no ouvido de Draco e indicou pra nós uma porta nos fundos do salão. Depois que ela se afastou, ele explicou.

- Existe uma balada secreta no subsolo. Não sei vocês, mas eu não estou afim de terminar a noite por aqui.

Ele esperou pela nossa resposta, que obviamente, foi positiva, e nós mais uma vez percorremos os corredores iluminados pela luz vermelha do Moulin Rouge. Eu estava agradecido por irmos a uma festa, já que estava chapado e excitado depois de assistir tantas garotas rebolarem na minha frente.

Porra, a noite estava sendo insana. 

Mouling Rouge era muito maior do que realmente parecia. É claro que a maior parte das pessoas só conhecia o salão principal de shows, mas aqui dentro tinha realmente tudo para quem queria se divertir. Nós passamos reto pelas portas de vidro que se abriam para um cassino,  com uma enorme BMW em exposição, e entramos onde só poderia ser a entrada da balada.

Nós quatro estávamos muito bem servidos, mas de longe Malfoy se destacava. Onde quer que ele entrava, as mulheres o percebiam. Mas Draco tinha 17 anos, e por mais que sua postura enganasse, ele era novo o suficiente pra fazer elas ficarem com o pé atrás quando se aproximavam. E Malfoy adorou perceber que elas o desejavam e o temiam na mesma intensidade. Era impressionante observá-lo.

Eu sabia que era uma péssima analogia, mas não tinha como descrever de outra forma: Draco estava caçando. E seu método era incrível. 

Seja onde for, ele arrumava uma desculpa para atravessar o salão e correr os olhos por todo o lugar, deixando que o vissem também. Assim ele já percebia as garotas que o interessavam e se posicionava de forma que pudesse trocar olhares e escapar facilmente. E então ele fazia o jogo dele: pedia um copo de whisky, se encostava em alguma parede e esperava, deixando os olhos correr pelo salão e encontrar os olhares delas nele.

E então elas vinham até ele. Elas sempre vinham. 

*

SPIN OFF UF: Noite da Elite em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora