Capítulo 7 - Contract

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Ahmed caminha vagarosamente até mim, como se eu fosse um animal raivoso prestes a atacá-lo, quando na verdade eu não sei como reagir a este momento. O que ele está pensando? O que eu estou pensando? Seguro os papéis com tanta força em minha mão que chego a amassá-los.

- Thomas, isso foi uma ideia que passou pela minha cabeça. – Ele diz calmamente com a voz baixa, quase como um sussurro. – Nós não podemos conversar sobre isso aqui, você pode passar na minha casa hoje a noite e posso te explicar tudo.

- Você quer mesmo que eu espere até a noite para me dizer o porquê do meu nome está na porra de um contrato que diz que você pode me amarrar e me bater? – Pergunto elevando a minha voz.

- Eu queria fazer isso, ok? Ainda quero, mas não podemos falar sobre isso no escritório por uma série de questões legais.

Ele pega o contrato das minhas mãos e coloca de volta na sua mesa. Ahmed segura as minhas mãos e eu não ofereço nenhuma resistência. Olho para os seus olhos castanhos que tiram o meu fôlego. As pequenas marcas de expressão ao redor dos seus olhos dão um ar sábio para ele. Ele é tão bonito.

- Confie em mim, Thomas. Eu posso esclarecer tudo. Posso queimar isto aqui se você quiser. – Ele aponta para o contrato em cima da mesa. – Mas precisamos conversar e infelizmente não pode ser aqui e nem agora.

- Você estava lá ontem. – Eu digo. – Era isso que você estava se referindo quando disse que iria me punir.

- Quase isso. – Ele diz abrindo um sorriso. – Vá para casa, te mando o meu endereço mais tarde.

- Você quer que eu vá para a sua casa depois de ler isso aqui? – Eu pergunto ironicamente.

- Não vamos transar, Thomas. – Ele fecha a cara e eu acho que lá no fundo fico um pouco decepcionado. – Eu tenho uma reunião agora. Até mais tarde, Thomas.

- Até. – Eu digo saindo da sua sala.

Encontro Sabrina fora da sala. Ela me olha com um pouco de preocupação e eu apenas aceno para ela como despedida.

Dirijo de volta para casa atordoado com tudo o que aconteceu. Ahmed me quer como seu submisso. Mas isso é definitivamente o que eu não quero dele. Eu nem sei o que isso significa para falar a verdade. Mas a palavra não soa bem nos meus ouvidos.

Ao chegar em casa, corro até o quarto da minha mãe. Pego uma edição surrada de Cinquenta Tons de Cinza que ela lia em todos os lugares em 2013. Como eu queria ter continuado inocente para não saber sobre o que esse livro se tratava.

Folheio algumas páginas tentando ter uma pista sobre algo que Ahmed esteja planejando. Encontro tapas como punição, sexo com os braços amarrados. Será que Ahmed também não gosta de ser tocado? Ok, o livro não esclarece muito e os diálogos não são bons. Eu poderia assistir ao filme. Ou procurar no bom e velho Google.

- O que você está fazendo aqui? – Pergunta Aaron parado na porta do quarto. Eu tomo um susto tão grande que derrubo o livro no chão. – E lendo isso?

- O que você está fazendo aqui? – Eu pergunto em resposta. – Não deveria estar no hospital?

- Estou de folga. Misteriosamente ultrapassei a carga horária máxima semanal para estar no hospital. Estive lá pela manhã para estudar, mas me mandaram de volta para casa. E você não me respondeu.

- Me deixa em paz, Aaron. – Eu coloco o livro de vota em seu lugar e tento sair do quarto, mas Aaron barra a minha passagem.

- Qual é, irmãozinho, você sabe que pode se abrir comigo. – Ele diz com certa condescendência.

Good Master | Lovegoode livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora