SEXTA-FEIRA

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SEXTA-FEIRA

     Acabo de descer do ônibus, hoje é o dia que irei encarar o Messias e falar sobre o roubo ao banco de ontem. A Kass falou que já chegou e está esperando na árvore.

     — Oi, Kass — eu disse, assim que cheguei lá.

     — E aí, Taz, como você está? — ela levanta e me dá um abraço.

     — Meus braços ainda estão meio zoados, um atrofiou por causa do meu PEM e outro segurou uma explosão.

     — Nossa, mas o que aconteceu de fato? Me conta os detalhes.

     Então eu expliquei tudo para Kass, sem poupar nenhuma informação.

     — Meu deus, é muita coisa para processar... Eu vi a Sa’as chegando na escola antes de você chegar — ela responde.

     — Com certeza está aqui pelo ocorrido de ontem.

     — Vai dar tudo certo, é como eu disse, você e Pect tiveram a melhor das intenções.

     — Na verdade, eu não estou tão preocupado com isso igual eu estava antes de te ligar, suas palavras realmente me ajudaram.

     Pect chega cabisbaixo e diz:

     — E aí, pessoal.

     — Oi, Pect — Kass responde.

     — Salve, mano, como você está? — eu pergunto.

     — Meu peito tá dolorido da explosão que levei antes de ser jogado para fora do banco, fora isso, de boa até. Ligaram para sua mãe?

     — Como assim?

     — Meu pai foi convocado para escola hoje, pedi para ele ir na frente e vim encontrar vocês aqui.

     Puta que pariu, se minha mãe vir aqui eu vou levar o esporro da vida.

     — Eu não moro com minha mãe e ela não me mandou nenhuma mensagem, não sei te dizer se ela foi chamada.

     A Kass tira um baseado da mochila e acende.

     — Vocês querem dar uns tragos ou preferem encarar essa barra sóbrios? — ela pergunta.

     — Estou suave, meu pai está aí — disse Pect.

     — Estou tranquilo também, vou encarar sóbrio — eu respondo.

     Ela dá dois tragos e apaga.

     Ao chegar na escola, eu e Pect fomos direto para a diretoria, Kass foi para a aula dela, começo a me sentir ansioso e com medo de como o Messias vai lidar com a situação, talvez eu devesse ter aceitado uns tragos do baseado.

     Chegando próximo da diretoria avisto a Sa’as, majestosa como sempre, as asas dela quase não cabem no corredor.

     Vou pedir desculpas para ela.

     — Oi, eu queria me desculpar por ontem, agimos de forma irresponsável — falo para ela.

     Ela me olha, sorri e diz:

     — Cara, está tudo bem, ontem eu só estava de mal humor por ter que cooperar com o Incinerador, só queria terminar o trabalho o mais rápido possível.

     — Sério? Meu deus, que bom, eu pensei que dois membros da MDG já não gostassem da gente — disse Pect, contente.

     — Foi legal ouvir isso — respondo.

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