Eu vou ser pai?

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Positivo.

Eu li e reli aquela palavra tantas vezes que mal consigo contar. Vegas e eu tentamos tantas vezes nesse último ano, fomos a tantos médicos, mas parecia que não era para ser, e agora, simplesmente aconteceu. Não estávamos nem mesmo panejando isso. O que eu sinto nesse momento é difícil de explicar, esse misto de sensações que mexem com meu coração e mente. Mal podia acreditar que fosse real.

— Cacete! Eu vou ser pai? EU VOU SER PAI! — disse em voz alta, apenas para ter certeza de que aquilo não passava de mais uma armação do meu subconsciente.

Eu ri incrédulo, estava tão feliz. Olhei o teste de gravidez mais uma vez. Ele está aqui, o nosso bebê finalmente está aqui. Meus olhos encheram de lágrimas, esperei tanto tempo por isso que não posso mais conter minhas emoções, então eu chorei, chorei de desespero, chorei de alegria e por todos os momentos que me encontrei em desesperança. Coloquei a mão sobre a barriga ainda despercebida, meu bebê.

— Pete? — ouvi a voz de Nop do outro lado da porta fechada. — Khun Pete?

— Eu estou bem, Nop... — eu disse tentando o máximo possível encobrir a voz embargada.

Nop entrou no banheiro, congelando ao me ver, parecia óbvio que algo tinha acontecido.

— Aconteceu alguma coisa, Khun? — ele perguntou preocupado.

Desde que vim morar com Vegas, Nop e eu nos tornamos bons amigos. Ele viu de perto toda minha angústia sobre o tópico "bebê". Ouvir aquela pergunta foi o suficiente para me fazer chorar novamente, mas em meio as lágrimas eu comecei a rir.

— Pete?

— Eu estou grávido... — revelei ainda rindo.

Nop arregalou os olhos. Eu limpei as lágrimas e respirei profundamente tentando me controlar.

— Parabéns, Pete. — ele disse sorrindo. — Você e o Khun Vegas serão ótimos pais, eu sei disso.

Eu sorri com a simples ideia de imaginar isso. Vegas, eu nem fazia ideia de como contaria isso ele. Mas sem dúvidas seria uma surpresa e tanto para ele também.

— Eu preciso da sua ajuda, Nop. — disse, algo surgiu em minha mente.

— Estou aqui para isso. Onde eu devo comprar os sapatinhos de bebê? — ele disse prontamente, eu ri de sua empolgação.

[...]

Vegas chegou tarde naquela noite. Mas eu estava tão ansioso que nem mesmo consegui pensar em dormir, não deixaria para contar amanhã. Eu estava sentado na cama quando ele entrou no quarto. A expressão de cansaço sumiu automaticamente de seu rosto assim que me viu. Vegas colocou suas coisas sobre a mesa e veio em minha direção, ele se jogou ao meu lado na cama e abraçou minha cintura depositando um beijo na barriga, aquilo me fez ter um sobressalto incomum e ele riu. Era impossível que ele já soubesse, eu contei apenas a Nop e duvido muito que ele tenha falado a alguém ou até mesmo a Vegas. Ele não sabia, talvez eu estivesse um pouco nervoso demais.

Vegas deitou a cabeça sobre meu colo e me olhou em silêncio por algum tempo. Se não fosse o ar gelado circulando pelo quarto, eu provavelmente estaria derramando suor agora. Passei a tarde todo planejando como diria isso a ele e imaginando como ele reagiria, mas agora que estou vendo esse homem na minha frente simplesmente não consigo raciocinar normalmente. Meu coração está batendo rápido. Ele conseguia ouvir?

— Por que você está acordado tão tarde? — Vegas perguntou ainda me olhando.

Coloquei o livro que tinha em mãos ao lado. Eu precisava me acalmar. Está tudo bem.

Papa and Daddy - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora