Olá, Zaya

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Era uma menina.

Vegas e eu somos pais de uma linda garotinha. Eu a vi ontem através do vidro do berçário. Ela era enorme, isso explica o porquê eu sempre sentia que minha coluna ia quebrar ao meio. O médico disse que ela estava evoluindo bem e que poderíamos levá-la para casa assim que eu tivesse alta.

E por fala em mim, as coisas se complicaram um pouco, não lembro muita coisa do pré e pós-cirurgia. Quando acordei já não tinha mais meu bebê comigo, o médico disse que minha gestação foi extremamente perigosa e que não conseguiam explicar o porquê de nada ter sido identificado desde o início. Ao que tudo indica, meu corpo foi incapaz de produzir enzimas de proteínas durante a gravidez e isso acarretou um parto prematuro porque meu corpo não suportava mais.

Duas semanas haviam se passado desde aquele dia. Estou melhor e realizando tratamento para reposição de vitaminas. Pensado nisso, agora o medo me tomou, a simples ideia de perder minha filha e Vegas é assustadora.

Vegas não saiu um único momento do meu lado desde que haviam permitido visitas. Ele praticamente se mudou para meu quarto hospitalar, não ia para o trabalho ou qualquer outra coisa. Não tive muito tempo de conversar com ele sobre o que tinha acontecido, passava a maioria do tempo dormindo e quando estava acordado era o momento de fazer a reposição para depois dormir novamente.

Agora eu estava acordado. Mas Vegas não está no quarto como de costume. As janelas estavam abertas e a luz amarelada do sol cruzava as cortinas iluminando o espaço de paredes brancas. Me sentia leve, os enjoos haviam passado e meu corpo não doía mais como antes. Olhei ao meu redor e vi flores e os cartões de "melhoras" e "felicitações" espalhados por todo quarto.

Estirei a mão e peguei um que estava próximo a cabeceira da cama.

"Parabéns, Pete. Estou ansioso para conhecer seu bebê, quero ensiná-la a como chutar a canela dos garotos para manterem distância. Vai ser nossa garota!

Com amor, Porsche."

Eu ri das palavras de Porsche. Ele daria um bom padrinho.

Passei para o próximo cartão.

"Ela tem cara de joelho, mas por sorte o médico disse que vai melhorar. Espero que ele esteja certo. Parabéns, Pete.

Ps: Se ela continuar feia, coloque a culpa no Vegas.

Tankhun, aquele que você abandonou."

A risada alta saiu de mim, Tankhun era sempre o Tankhun. Seis anos haviam passado desde meu casamento com Vegas, mas ele não tinha superado esse fato ainda. Apesar de meio louco, eu sinto sua falta, espero que ele ame minha filha tanto quanto eu.

- Do que você está rindo? - a voz de Vegas soou.

- Do cartão que Tankhun env...- eu parei de falar quando levantei o olhar e vi Vagas parado próximo à porta segurando algo pequeno nos braços.

Vegas sorriu genuinamente para mim.

- Alguém veio dizer "olá" para o papai...- ele disse se aproximando mais de mim. Meu coração estava acelerado, mas dessa vez não era por medo ou qualquer coisa do tipo, eu estou feliz.

Soltei todos os cartões e arrumei minha postura sentando corretamente na cama. Vegas estendeu os braços passando-a para mim.

Eu queria tanto sentir ela em meus braços, desde o parto, era como se eu tivesse perdido um pouco dela. Minhas mãos tremiam, estava ansioso por segurá-la mas também estava temeroso em acabar machucando ela de alguma forma. Ela era tão pequena, parecia tão frágil em minhas mãos desajeitadas.

Papa and Daddy - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora