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Matheus, Lobo

Era domingo e eu tava afim de sair pra algum lugar.

Montei na minha moto e fui até a praça e avistei minha preta sentada no banco com a Victória e a Rebeca.

Desci da moto e fui até elas.

Luanna: tá me perseguindo? - revirou os olhos.

Lobo: qual foi gracinha? Tá assim porque? - apertei a coxa dela.

Não obtive resposta da Luanna. Confesso que gosto muito dela mas as vezes eu queria que ela fosse mais sincera comigo e tivesse menos medo de se entregar pra mim, nunca iria machucar ela e muito menos julgar e desrespeitar ela, e ela sabe muito bem disso.

Luanna: eu preciso ir pra casa. - levantou do banco e nem olhou pra mim. - até depois, Vic.

Ela saiu andando com a Rebeca e eu fiquei observando.

Victória: acho melhor tu ir atrás dela. - olhei pra ela sem entender. - os pais dela brigaram de novo, Lobo. Foi maior confusão, dessa vez a coisa foi feia.

Dei um beijo na testa da Victória e fui atrás da minha preta.

Lobo: porra Luanna! Me fala o que está acontecendo. - parei a moto do lado dela.

Luanna: me deixa em paz, Matheus, eu não estou com cabeça pra te dar explicações. - gritou e continuou andando.

Lobo: tá bom Luanna, depois conversamos. - segurei a mão dela e quase deixei a minha moto cair. - deixa eu te levar pra casa?

Luanna: não precisa, eu tenho pernas.

Lobo: não vou deixar tu ir sozinha não, sobe logo na porra da moto. - ela me encarou mas subiu na moto.

Levei ela pra casa, vi a Rosângela lavando a calçada e fui dar um abraço nela e ela começou a me contar oque tinha acontecido.

Rosângela: eu ia começar a fazer o almoço e eu fui no mercadinho comprar umas coisas que estava faltando, acabei vendo o Barão de papo com uma novinha, cheio das segundas intenções e era nítido que a menina estava desconfortável com a presença dele ali. - deu um suspiro pesado. - me aproximei e comecei a bater palmas pra ele, até porquê ele merece não é mesmo?! E foi aí que a discussão começou, chegou na porta de casa e eu comecei a falar umas verdades pra ele, pelo visto ele ficou ofendido porque me xingou tanto.

Lobo: tia, eu não tenho nada haver com isso, minha mãe me ensinou que em briga de marido e mulher não se mete a colher mas vocês poderiam começar a olhar um pouco pra filhas de vocês. A Luanna tá com raiva e pelo visto está chateada também. - montei na moto e fiquei com o pé apoiado na calçada.

Rosângela: eu sei meu filho. - olhou pro chão. - mas o Barão não tem jeito, parece que gosta de me provocar e eu sou muito explosiva, não tenho freio na língua não.

Lobo: aaa já sei quem a Luanna puxou. - começamos a rir.

Rosângela: obrigado pelo conselho, Lobo. - me deu um abraço. - cuide bem da Luanna, você é um bom rapaz e nesses momentos de conflitos ela vai precisar de um apoio.

Lobo: prometi pra senhora que sempre iria cuidar dela e fazer de tudo pra ela ficar feliz. - sorrir quando vi a Luanna na janela. - sou homem de palavra, tia.

Dei um beijo na testa dela e acelerei a moto.

...

Lobo: para mãe! - tirei os braços dela do meu pescoço.

Ana: eu estava com saudade, filho da puta. - me deu um tapa na cabeça.

Lobo: tu sabe como é difícil vim pro asfalto né? - ela concordou. - e meu pai odeia quando eu venho pra cá.

Ana: manda teu pai ir chupar um pau, aquele corno do caralho! - me puxou pra sentar no sofá. - além de falar pra todo mundo que eu sou puta e vagabunda só porque eu não baixava a cabeça pra ele, ele também fica tentando te afastar de mim. - bufou.

Lobo: para com isso mãe, nem se meu me manter em cativeiro, eu deixo de vim vê a senhora. - ela sorriu.

Ana: vamo parar de falar daquele arrombado né?! - ela virou pra mim. - e as namoradinha? Vai me apresentar quando?

Lobo: quando o pai dela deixar eu namorar com ela. - soltei uma risada abafada.

Ana: como assim? - franziu o cenho.

Lobo: me envolvi com uma menina de 15 anos.

Ana: sério? - começou a rir. - foi com 15 anos que eu comecei a namorar com seu pai, ele tinha sua idade. Eu lembro que eu sair de casa sem a benção dos meus pais e fui morar no morro com teu pai, ele não era envolvido com nada, meus pais não gostava dele por causa do pai dele que era dono do morro. - se encolheu no sofá. - eu lembro que o seu pai era o homem mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida, era carinhoso, engraçado e divertido, eu amava demais ele.

Lobo: papo reto mãe, eu sinto que tu ainda gosta do meu pai. - ela me encarou.

Ana: tá maluco? Perdeu o juízo?! - falou alto. - depois de um tempo o teu avô morreu e eu lembro que na época você tinha acabado de nascer, o teu pai se transformou da noite pro dia. Começou a sair muito, começou a fumar e beber, chegava em casa e ficava me rebaixando e me humilhando.

Lobo: namoral, eu não queria que tudo isso acontecesse. - ela me abraçou.

Ana: relaxa filho, eu também não era nada fácil, não posso colocar toda a culpa no seu pai. Eu batia nele, e um dia eu quase dei uma facada nele. - comecei a rir.

Lobo: eu tenho certeza que ele provocava, mãe.

Ana: provocava mesmo. - comecei a rir. - vai dormir aqui?

Lobo: tô querendo, tu deixa?

Ana: óbvio. - sorrir.

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