06

222 19 0
                                    

• Alfa, terça-feira

Invasão, parte final

Alfa: eai Lobo, você fez o que eu te pedi? - ele confirmou.

Lobo: vai chegar daqui a pouco. - olhei surpreso pra ele.

Alfa: foi rápido demais.

Lobo: tenho meus contatos. - jogou a maconha que estava fumando no chão e apagou com o pé.

Alfa: vai começar a namorar quando? - ele me olhou deu um sorriso e balançou a cabeça negativamente.

Lobo: quero ter um lance com uma mina aí, mas o pai impede. - ele deu um sorrisinho de lado.

Alfa: Luanna?

Lobo: como tu sabe? - soltei uma risada abafada.

Alfa: todo mundo ver que tu é um pau mandado com aquela mina. Tu acha que vale a pena tentar ter um relacionamento com uma mina de 15 anos, com o pai em cima de vocês?

Lobo: com a Luanna tudo vale a pena. - comecei a rir.

Alfa: qual foi moleque? - dei um empurrãozinho no ombro dele. - tá todo bobo aí, o chá foi bom.

Lobo: nunca toquei nela não, pai. - franzi o cenho. - só uns amassos.

Alfa: nunca tocou na mina e já tá assim? Imagina quando sentir ela, vai virar cachorrinho com coleira. - começamos a rir. - pra tu ficar com a Luanna vai ser difícil, o pai dela vai ter que morrer.

Lobo: não fala assim não, pai. Um dia ela vai crescer q vai querer viver sua vida e o pai dela vai ter que aceitar.

Alfa: eu conheço o Barão desde quando eu era um pivete, sei que a Luanna é a protegida dele, vi aquela menina dar os primeiros passos. Se tu tivesse visto o jeito que o Barão reagiu quando percebeu que a menina ia fazer 15 anos, você choraria.

Lobo: como assim? Que papo é esse? - sentei na cadeira e pedi pra ele sentar do meu lado.

Alfa: o Barão acha que a Luanna vai sempre a bebezinha dele, tá sendo difícil pra ele lidar com o fato dela estar crescendo. Por isso te falei, tu só fica com ela depois que ele morrer.

Lobo: um dia eu ainda vou casar com aquela preta, pai, tu vai ver. Nem o pai dela e nem o presidente vai me impedir, isso é uma promessa. - bateu no peito e olhei pra ele e sorrir.

Major: Alfa, os armamentos chegou. - levantei e sair da laje.

Cheguei na parte de baixo do morro e vi três caminhões parados, os homens pegando as armas e fui até o responsável pelas armas e dei o dinheiro.

|Quarta-feira|

Fiquei a madrugada toda na boca esperando a Bope e a desgraça só chegou depois de meio dia, fez isso pra me cansar mas eu tava suave.

Ouvir os fogos e eu sair, cada grupo já estava posicionado, só faltava eu ir para a parte de cima do morro. Subir pra parte de cima correndo e já vi a Bope subindo com tudo.

Alfa: ninguém vai atirar até eu mandar. - falei no radinho.

Vi os cinco camburão da Bope se aproximando e dei o sinal para começarem a atirar.

Fui correndo pra cima da laje de uma casa abandonada que tinha ali. Aquela casa era do meu pai, a maior casa do morro e ficava no fim do morro.

Comecei atirar de lá de cima e vi que um carro da Bope parou. A Ana desceu e mirou em mim, deitei no chão e fiquei ali.

Alfa: tem uma mulher loira, mirando na minha direção. - falei no radinho. - continuem atirando, fiquem escondidos.

Levantei um pouco pra ver se Ana estava mirando na minha direção e ela estava em pé parada com a arma apontada para os lados.

A troca de tiros estava só piorando, cada vez ficava pior e parecia um filme de terror.

Desci da laje e fui descendo o morro devagar, vi que o Barão estava em um beco e fiz sinal pra descer, fiquei prestando atenção no Barão que acabei dando de cara com a Ana.

Alfa: caralho. - sussurrei e apontei a arma na cabeça dela.

Ana: é bom te ver também, Michael. - debochou.

Alfa: qual foi, Ana. Vai fica nessa palhaçada até quando? Não vou ceder meu morro não, filhona.

Ana: não quero essa porcaria, não precisa disso, só estou fazendo o meu trabalho.

Alfa: seu trabalho é invadir o lar de várias pessoas honestas e matar várias vidas inocentes? - soltei uma risada. - que trabalho merda.

Ana: você faz a mesma coisa, Alfa.

Alfa: só faço quando a pessoa age de má fé e quando certas pessoas resolve invadir meu morro. Estou defendendo minha comunidade.

Ana: para com esse showzinho, atira logo essa porra! Se você me odeia tanto e quer ter paz é só apertar o gatilho, caralho! - gritou.

Eu não queria fazer aquilo, odeio a Ana mas não odeio a mulher que deu a luz ao meu filho e que viveu momentos importantes ao meu lado.

Ameacei apertar o gatilho mas eu não iria atirar, e eu só ouvir o disparo.

Ana: NÃOOOOO! - gritou e me empurrou para o lado.

Quando olhei para trás, eu vi a pior cena, aquilo não me destruiu, aquilo me rasgou por dentro.

Ver o Barão no chão com um tiro na cabeça, a Ana tentando ajudar e eu só conseguir olhar para uns dos caras da Bope que tinha feito aquilo e fui atirando contra ele. Eu nunca tinha disparado uma arma com tanta raiva, dei mais de 30 tiros no cara.

Ana: faz alguma coisa, Alfa! - gritou.

Alfa: saí do meu morro. - ela me olhou. - SAÍ DO MEU MORRO CARALHO!

Ela entrou no carro e eu só vi dois carros saindo do morro.

Olhei pro Barão que estava no chão e coloquei a cabeça dele no meu colo. Depois de tanto tempo, eu sentir lágrimas escorrer pelo meu rosto...

Meu amigo se foi.

__________________________

Amor Proibido Onde histórias criam vida. Descubra agora