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Luanna

Faltava apenas um dia para a mudança acontecer, e eu não tinha falado com ninguém sobre isso. Não tive coragem de falar com meus amigos e nem com o Lobo, com certeza ele já deve saber mas ele deve estar esperando eu dizer para ele e explicar a situação.

Era sexta-feira e eu estava voltando da escola, eu estava andando mais rápido do que o normal porque eu precisava terminar de arrumar minha coisas e depois eu iria contar para a Victória e o Lobo que eu iria ir embora no sábado a tarde.

Cheguei no portão da minha casa e vi a Victória sentada na porta da casa dela e fui até ela.

Luanna: tudo bem? - sentei do lado dela.

Victória: tô um pouco cansada...

Luanna: você foi trabalhar com sua mãe hoje? - ela confirmou. - eu preciso te contar uma coisa.

Victória: pode contar. - deu de ombros.

Luanna: eu vou me mudar amanhã de tarde. - ela me olhou e arregalou os olhos.

Victória: tá maluca? Isso é brincadeira né? - neguei. - como assim, mano?

Luanna: me desculpa avisar em cima da hora mas eu estava com medo, muito informação pra tão pouco tempo.

Victória: tudo bem Luh... Eu entendo, não deve está sendo fácil pra vocês superarem a morte do seu pai, vocês precisam se afastar daqui mesmo, esse lugar não é mais seguro e ninguém merece morar em um lugar que só tem tragédia atrás de tragédia.

Luanna: aqui era um lugar tão tranquilo, eu realmente não entendo o que aconteceu...

Victória: o mundo tá mudando e eu sinto que só vai piorar. - olhei pra ela e dei um abraça apertado.

Luanna: promete que vai sempre ligar pra minha mãe pra gente conversar?

Victória: claro! Onde você vai morar? Você pode vim visitar a gente de vez em quando. - ela sorriu.

Luanna: sinto muito mas eu acho que a visita vai ser um pouco difícil de acontecer. - ela me encarou. - vou ir morar no complexo da maré.

Victória: o morro mais protegido do Rio de Janeiro? - confirmei. - sua mãe fez uma boa escolha, mas vocês não tem dinheiro pra pagar o aluguel?

Luanna: não sei... Meus parentes por parte de pai moram lá, talvez eles ajudem e minha mãe disse que iria arrumar um emprego.

Victória: me desculpa pela pergunta amiga, mas a sua mãe vai se adaptar com essa nova vida? Ela sempre ficou em casa e sempre trabalhou pra si mesma, e seu pai sempre bancava tudo. Ela vai conseguir viver sem o restaurante e os luxos?

Luanna: meus Deus, Victória! Sua noção foi parar lá na puta que pariu né?! - cruzei os braços. - tô me despendido de você, estou aqui sendo uma amiga de verdade e você está preocupada com a vida financeira da minha mãe? Você está querendo dizer que eu e minha família vamos passar necessidade no outro morro?

Victória: ok, eu estou errada, me desculpa. Não quero brigar com você. - ela me abraçou e eu fiquei parada.

Luanna: eu vou subir pra minha casa pra terminar de arrumar minhas coisas e preciso conversar com o Lobo. - ela fez um joinha com a mão e eu dei um tchauzinho.

Entrei dentro de casa e vi um monte de caixa no chão e minha mãe na correria dentro de casa.

Rosângela: oi filha! - deu um beijo na minha testa. - termina de arrumar suas coisas e depois você trás as caixas para cá. - apontou para as caixas que estava na sala.

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