EPÍLOGO

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No interior da sala de estar, Richard lia o jornal enquanto  ngela preenchia as palavras cruzadas. Miranda e Andrea então desceram as escadas, prontas para uma caminhada matutina.

— Mãe, estamos de saída. — Anunciou Andrea.

— Devemos esperá-las para o almoço?

— Sim, claro.

— Certifique-se de mostrar a Miranda o Parque Northgate. — Disse  ngela, piscando com um olho. — É muito romântico. 

Andrea lançou-lhe um olhar, sinalizando seu constrangimento.

Elas saíram da casa e caminharam  lentamente pela calçada, passeando pelas ruas arborizadas. Miranda estudava o lugar com contemplação enquanto passavam por um mercado de esquina, uma floricultura, bares e restaurantes.

Em certa altura, Miranda olhou para Andrea, que estava atipicamente quieta. Ela pegou em sua mão e entrelaçou seus dedos nos dela. Andrea olhou com surpresa para aquele raro gesto em público.

— Eu fico preocupada quando você não está falando pelos cotovelos. — Disse Miranda.

— Eu só estava pensando no que você faria se meu pai dissesse não.

— Eu só estava sendo cortês, tentando criar uma boa relação com a sua família. Você é adulta, pode decidir por si mesma e eu também. O que importa para mim é que você quer estar comigo.

— OK. — Andrea sorriu, mas ficou novamente quieta.

Momentos mais tarde, estavam sentadas no banco de um parque lambendo um sorvete de casquinha. Andrea olhava fixamente para Miranda, enquanto esta observava os pássaros e o lago logo adiante.

Miranda olhou para ela e flagrou os olhos castanhos muito misteriosos.

— Estou falando sério, Andrea, você tem que me dizer.

— Não é nada. Eu apenas gosto de olhar para você.

Miranda revirou os olhos. Então Andrea começou a dizer:

— Devíamos enviar um cartão de agradecimento ao seu ex-marido.

— Por que faríamos isso? — Olhou para ela com o cenho franzido.

— Bem, se ele não tentasse te irritar depois do divórcio, você nunca teria me convidado para acompanhá-la no casamento, então nós duas não teríamos acontecido.

— Eu não concordo com isso.

— Acha que teríamos ficado juntas mesmo se não tivéssemos ido àquele casamento? — Andrea a fitou com curiosidade.

— Eu acho. Você estava claramente apaixonada por mim há algum tempo, e eu achava você bonitinha...

— Oh! Bonitinha?! — Andrea abriu a boca, aturdida.

— Principalmente quando você usava saias tão pequenas e botas de cano longo. Era agradável de olhar.

— Vou tentar não me ofender.

Miranda riu. — Acho que era questão de tempo até uma de nós, obviamente eu, tomar alguma atitude. Se não fosse o casamento, seria outra coisa.

— Se você já olhava para mim, eu devia ter feito algo muito antes, mas pensei que não tinha chances. Perdemos muito tempo.

— Eu discordo disso também. Acho que acontecemos no momento certo, quando eu já estava divorciada e minha vida resolvida. Se algo tivesse acontecido antes, talvez todos esses problemas em nossas vidas atrapalhasse as coisas. Acho que foi bom do jeito que aconteceu, devagar, com cuidado, leveza e reciprocidade.

Muito Bem Acompanhada (Mirandy)Onde histórias criam vida. Descubra agora