Estamos próximos ao natal agora, a data mais bonita do ano e não só pelo significado, era época de decorar as casas e de festividades. A única desvantagem era a correria de fim de ano na tecelagem, todos as encomendas e aqueles prazos a se cumprirem, levas e levas de tecidos para despachar, era a época mais rentável e trabalhosa do ano.
As festividades da fábrica começam antes do Natal, depois que tudo foi fabricado e encaminhado para o centro de Campos e para o Rio de Janeiro.
Esse ano Rafael havia preparado algo novo, um espetáculo de circo no cinema da Vila Operária. Foi um grande burburinho quando foi anunciado, todos pareceram amar.
Na casa de grande, ela e Heloísa estavam terminando de montar a árvore de natal, como faziam todos os anos. Faltava apenas Dorinha que não estava muito no clima natalino pelos motivos dela.
— Está ficando realmente supimpa nossa árvore Violeta. - Disse Heloísa, rindo.
A verdade era que 1944 não foi um ano fácil ao coração, pra ninguém daquela casa.
— Está sim minha irmã. Realmente linda! - Retribuindo um largo sorriso de volta. — Aaah o natal não é uma época mágica? Vocês não acham?
— É verdade dona Violeta, o natal vai ser sempre a minha época favorita do ano. E devo dizer que essa árvore está mesmo uma beleza. - Leônidas estava observando tudo e também resolveu elogiar as irmãs Camargo.
— Sabia Leônidas que foi Heloísa que costurou todos os enfeites pendurados na nossa árvore de natal, uma a uma. Ela realmente é uma costureira de mão cheia não acha? - A mais velha pisca um olho e rir para a irmã, pois sabia que não gostava de ter nenhum holofote sob si.
Heloísa por sua vez a olha indignada mostrando sua insatisfação ao revelar logo pra Leônidas o feito, a fazendo corar, a mãe de Dorinha caiu na risada, achava tão fofo a irmã assim.
— Verdade Minha Rosa? Você realmente é muito talentosa em tudo que faz. - Constata o homem.
— Eu gosto de costurar e veja pelo lado bom, ninguém no mundo vai ter enfeites iguais a esses. - Fala em resposta, dando agora um sorriso, se sentindo radiante.
Ele pôde ouvir a risada das mulheres, e viu que Heloísa se iluminou ao falar de suas costuras.
Como havia de ter mais tarde o show de circo na Vila Operária, ele resolveu perguntar as irmãs se iriam ao evento.
— Vocês vão ao circo logo mais a noite? - ele perguntou interessado.
— Eu não vou, estou um pouco indisposta mas Eugênio ficou de apresentar o sorteio dos prêmios aos funcionários logo após a apresentação. - Diz Violeta.
— E você Minha Rosa?
— Ainda não sei, Dorinha também acha que não vai poder, certamente se mudar de ideia Joaquim deve passar para levá-la, mas eu adoraria ir.
— Então pode ir comigo, eu ti levo se você quiser. - Falou cheio de esperança.
Violeta abre novamente um sorriso, esperando a resposta da irmã, que olha dele pra ela e pra ele de volta.
— Ah eu... Está certo então, podemos ir. - Ela hesita um pouco mas acaba aceitando.
Agora foi a vez de Leônidas se iluminar todo.
(...)
A noite chaga e então Leônidas já está esperando por ela na sala, juntamente com Manuela, Emília, Augusta e Violeta que está "indisposta" para algumas coisas e para outras não.
— Estou pronta, podemos ir? - Fazendo com que todos olhassem pra ela ao mesmo tempo.
Ela estava linda, com um vestido verde cheio de detalhes bordados e sapatinhos de boneca.
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Minha Rosa
FanfictionNossa história começa então exatamente na parte que Heloísa ouve uma conversa entre Leônidas e o Doutor de Matias no sanatório, onde mais tarde sentados naquele desconfortável banco, pela primeira vez a Rosa demonstrou "afeto" para com o Moreno de O...