Ué. Onde é que eu tô?
- Mokey D. Luffy, você encontrou meu tesouro. – A voz disse a ele.
Cadê todo mundo?
- Você não tem ninguém.
Um riso alto, fantasmagórico e grave ecoou.
Todas as mortes que causara foram projetadas em sua consciência.
- Esse é você.
Não, não sou eu. Sua voz vacilava.
A culpa o preenchia por inteiro, mas não tinha controle de si mesmo. Todas as coisas foram acontecendo, mas sempre que se esforçava para ser ouvido, acabava piorando tudo. Seus pensamentos se contradiziam, era como se dois seres habitassem o mesmo corpo.
O que tá acontecendo? Quê que é isso?
- Chama-se fruta do diabo. O que você esperava encontrar nela?
O rei dos piratas estava sentado em seu trono com um sorriso desfigurado em uma expressão bizarra enquanto terminava de trancafiar tudo o que restou do menino que ousou comer de sua fruta. Mesmo sendo considerado um homem corajoso, o verdadeiro Luffy queria chorar.
- Observe enquanto eu destruo tudo que você construiu. Observe enquanto eu engulo suas esperanças, apenas observe, Luffy.
- Luffy-Sama. – Big Mom entrou no salão do trono e se colocou de joelhos. – O senhor está um tanto aflito, deixe-me recuperar Nami para você.
- Yada! – Ele respondeu taciturno, deixando de conversar com o garoto aprisionado para ocupar sua mente com os assuntos externos. – Não se intromete.
Com o coração fora do corpo, era mais simples lidar com a força de vontade daquele pirata que se fazia de bonzinho, mas ainda restavam pendências para que o mero mortal cujo corpo havia sido tomado fosse permanentemente consumido.
Hancock estava sentada ao lado do rei dos piratas, tão petrificada quanto as estátuas que criava, só conseguia encará-lo enquanto tomava suas decisões. Tentando reconhecê-lo no meio de tudo aquilo, talvez.
- Você parece muito preocupado com seus antigos companheiros, Luffy. – Mom continuou. – Vejo que ainda nutre sentimentos por eles.
Luffy se colocou de pé, e Big Mom baixou a cabeça, tendo noção de que havia passado dos limites, queria provocá-lo, porém, ainda pretendia sair viva daquele lugar.
- Vê se não esquece de quem tá ajoelhado, e quem está com a bunda no trono, sua velha enxerida.
- Sim, claro... Luffy-Sama.
- Sei que seu cérebro não tá funcionando muito bem, mas a ilha Cocoyashi, para onde ela está indo, ainda é um terreno perigoso.
- Por que seu coração está lá? Bom eu tenho planos para recuperá-lo...
- E como eu não confio em você... – Ele prosseguiu. - Também não posso ir deixando todo mundo entrar lá para encontrar o miserável que comeu a Ope Ope no Mi, já basta ele me ameaçando. Sendo assim eu não pretendo permitir que você entre naquela ilha, muito menos que saia por aí dando ordens em meu nome ou pelo meu bem.
- Luffy-Sama?!
- Está tudo sob controle, eu não posso alcançá-los agora, mas eles também não pretendem me fazer mal, já que sou um "amigo precioso". E nem poderiam entrar na minha fortaleza.
O local onde o maligno rei havia formado seu novo reino era Enies Lobby, a antiga ilha do julgamento, que agora havia se tornado a base mais segura para o maior de todos os piratas.
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Resgate
RomanceTodos se separaram. Os chapéus de palha não eram mais os mesmos. Luffy se tornou o rei dos piratas, as custas de quem ele era, e dos amigos que ele tinha. O que restava agora além de pilhas e pilhas de ouro e quantas mulheres ele pudesse comprar...