Shining Bullets • Lightcannon One-Shots

Quando Estrelas Colidem | Conto

⚠️: Esse capítulo é um "teste" pra uma mini saga de one-shots como se fossem pedaços de algum conto oficial da lore. Casa one-shot sendo um cenário diferente de como eu imagino o primeiro beijo delas no universo de SG

Todos os capítulos marcados com "Conto" no título terão essa escrita bem diferente, visando deixar igual/parecida com a escrita dos contos!

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O desespero me atinge quando noto a ausência de Jinx na batalha e é involuntário quando meu corpo se move para procurá-la, mas paro assim que lembro a situação em que estamos. Analiso todos ali, um por um. Ahri, Lulu e Soraka estão feridas, mas apesar da preocupação eu sabia que estavam em boas mãos.

Protejo os olhos da luz forte quando Poppy ataca outra criatura do vazio, com a ajuda de Ezreal, e parece finalmente surtir algum efeito. Meu cajado ainda brilha intensamente em minhas mãos, assim como os meus poderes, refletindo minhas emoções.

"Jinx?!" Chamo em um grito. Não preciso olhar para saber que Ahri e Sarah me encaram "Jinx, consegue me ouvir?"

Meu olhar cruza com o de Janna por um momento e ela assente para mim. É uma confirmação. Ficariam bem sem mim - por hora - e precisamos de Jinx. Afasto-me do campo de batalha, sentindo as explosões atrás de mim aumentarem novamente.

Jinx, cadê você?

Ela estava estranha há alguns dias, eu sabia, mas sumir no meio de uma luta?

Quer dizer, não me lembro de te-la visto lá desde o início.

Ah, droga.

"Jinx?!" Chamo, mais desesperada do que realmente pretendia.

Não vá embora outra vez.

Agora sinto medo, mesclado com a preocupação de ver minha amiga possivelmente ferida e não sei qual das opções me assusta mais.

Vejo um montinho vermelho, encolhido contra um tronco de árvore caído, e não demoro a reconhecer Jinx. Um barulho estranho - um suspiro? - escapa da minha garganta com o alívio de vê-la bem.

"Jinx!" O chamado escapa quando me ajoelho ao lado dela. "Ah, graças a Primeira Estrela eu te achei! Vamos, os outros precisam da nossa ajuda..."

Apresso com preocupação, tocando no ombro dela. Jinx não reage ao meu toque ou ao chamado, seu rosto permanece enterrado contra os próprios joelhos. Por um minuto de desespero penso que ela está machucada ou inconsciente e procuro por qualquer lesão mais séria por onde meus olhos alcançam.

Mas, para o meu alívio, Jinx finalmente fala, levantando a cabeça em minha direção.

"É minha culpa..."

Ela está chorando e eu não sei o que fazer, apenas sei que a visão dos olhos dourados cheios de lágrimas dói muito mais do que qualquer machucado que tive em batalha.

"Por que diabos a Primeira Estrela me escolheu?" Diz ela, voltando a encarar o chão.

"O-O que?"

"Todo mundo tá lutando por algo ou alguém. Eles estão dispostos até a se tornar líderes se tiverem a chance" Reconheço a frase e imediatamente sinto o coração apertar. Estávamos falando sobre isso na última semana... "Eu seria capaz de fazer isso?"

Mais uma vez meu coração aperta dentro do peito. Jinx podia ser inconsequente na maior parte do tempo, é parte de quem ela é e mesmo que me irrite eu ainda gosto de vê-la sorrindo ao fazer algo que possivelmente me tiraria do sério. Mas isso, essa parte dela que se autodeprecia, é o que me machuca também, desde que éramos crianças.

"Eu era conhecida por causar destruição, caos" Jinx chora outra vez, suas mãos agarrando os cabelos vermelhos violentamente "Eu nasci para estragar as coisas... Então por que...?"

Algo explode atrás de mim e desvio meus olhos para ver. Estavam conseguindo, posso ver a Zoe enfraquecendo diante dos ataques, as criaturas em menor quantidade, mas ainda sim precisam de nós.

Volto a realidade quando Jinx me empurra para longe dela.

"Eu não mereço uma chance" murmura ela, encolhendo-se outra vez. "Eu... não consigo nem chamar a sua atenção para mim... eu só te irrito, não é?"

Essa parte me pega desprevenida e a risada amarga que ela deixa escapar, engasgada entre um soluço e mais lágrimas, faz-me vacilar.

O que ela quer dizer...

"Eu nem consigo te falar o quanto eu gosto de você, Estrelinha" o apelido antigo me faz corar "O-Ou como eu quero ir em vários encontros idiotas com você e... e experimentar vários sabores estranhos de sorvete e... é estúpido, não é?"

Jinx se encolhe ainda mais.

Só então percebo minha visão embaçada, provavelmente pelas lágrimas que sequer havia notado e, por um momento, esqueço onde estamos.

Ela acabou de se confessar para mim?

Não consigo pensar em nada, então sigo no automático, pela primeira vez sendo guiada pelas minhas emoções momentâneas e não a razão martelando minha cabeça. Sei que estou sorrindo igual idiota agora, e parece discrepante com o momento, mas ouvir Jinx se expressar - ainda mais desse jeito - fez algo em mim acender.

Me aproximo mais, dessa vez colocando a mão em seu rosto e no mesmo instante ela me encara, surpresa. Cedo a vontade e acaricio sua bochecha, do mesmo jeito que fazia quando ela se machucava quando éramos criança, e enxugo a lágrima que fazia seu caminho por ali.

"Quando... Quando nós sairmos daqui..." eu começo, meus olhos descem para os lábios de Jinx por um instante involuntário "Vamos tomar quantos sorvetes você quiser"

Complementando a promessa, toco meus lábios com carinho no canto dos dela. Jinx se assusta, mas aceita o meu toque. Posso senti-la segurar minha mão quando a encaro novamente.

"Você promete?" ela sussurra, tão tímida como nunca havia visto. "Sem o Ezreal, sem guardiãs, só a gente?"

Eu sorrio.

"Prometo"

Jinx então se levanta, magicamente voltando a postura inabalável de sempre, mesmo com os olhos vermelhos e ainda molhados pelas lágrimas. Ela me puxa com a mão que ainda segurava a minha, abraçando minha cintura ao mesmo tempo que suas asas se formam. Kuro e Shiro voam ao nosso redor.

"Então vamos!" Ela funga e me encara decidida, não posso evitar de sorrir. Jinx nunca muda "A gente tem monstros pra destruir e uma pirralha pra derrotar"

Eu grito quando ela me segura mais forte, tomando impulso e então nos levantando pelo ar. Voar... acho que nunca vou me acostumar com a sensação.