Shining Bullets • Lightcannon One-Shots

When Stars Collide

⚠️: Esse é um rascunho de uma cena para uma possível Long fic, se gostarem pode ser que eu comece a escrever a versão longa ^^

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— LUX!

O grito desesperado de Jinx foi suficiente para que os outros guardiões a seguissem com o olhar, todos em choque ao notarem o corpo quase desacordado despencando diretamente em direção ao solo. Ezreal tentou agir, apressando-se em direção a Lux porém a ruiva fora mais rápida, empurrando-o - e ela jurou, dessa vez foi sem querer - com força o suficiente para que o loiro quase voasse metros de distância, antes de alcançar sua líder a tempo de impedir o impacto dela contra o chão.

Jinx gemeu de dor sentindo como se seus braços fossem rasgar a qualquer momento com o impacto forte e peso repentino totalmente apoiado contra eles, mas o alívio de ter impedido algo pior a atingiu mais forte. Alívio esse que desapareceu quase instantaneamente quando Lux engasgou, virando a cabeça para o lado ao mesmo tempo que o líquido vermelho e viscoso derramava de seus lábios. Sangue.

Não. Não, não, não, não.

— Lux! — dessa vez o grito viera de Ezreal, que corria pelo gramado amplo em direção as duas.

Jinx abraçou mais forte o corpo da garota contra o seu, encarando o outro guardão com os olhos transbordando em fúria. Um aviso. Não se aproxime. Ezreal pensou em ignorar, mas a mão firme de Sarah em seu ombro o impediu.

Pouco a pouco as estrelas voltavam a brilhar intensamente no céu, sinal de que haviam conseguido vencer mais uma batalha. Mas a que custo dessa vez? Jinx conseguia sentir o olhar de todos os outros guardiões sobre si, mas não conseguia se importar e estava aliviada por nenhum deles ousarem se aproximar.

— Ei, Estrelinha, por que fez isso? Achei que eu fosse a inconsequente aqui — a ruiva murmurou, sentindo a voz embargar em preocupação apesar do tom descontraído.

Lux sorriu fraco, gemendo de dor ao tentar puxar um pouco de ar para seus pulmões.

— Você se machucou? — foi tudo o que disse, em um fio de voz carregado em preocupação. Jinx riu sem humor, incrédula.

— Se eu me machuquei? Olha pra você! — queria brigar com ela assim como a mesma fazia consigo todas as vezes que agia impulsivamente, queria gritar aos quatro ventos o quanto aquilo foi estúpido, mas sua voz simplesmente não saia — Por que fez isso? — insistiu em um sussurro.

A de cabelos rosa fechou os olhos com um suspiro sôfrego, porém aliviado. Jinx sentiu o desespero a invadir diante do ato.

— N-Não dorme... Fica aqui comigo, é feio ignorar os outros, sabia? — a ruiva soluçou, mal percebendo quando as lágrimas brotaram nos olhos dourados. Com cuidado, escovou os fios rosados para o lado, ao mesmo tempo em que Lux entreabria os olhos outra vez.

— É que tá doendo — riu fraco, porém uma lágrima solitária deslizou pela sua bochecha. Estava com medo — Mas tudo bem. Vai ficar tudo bem.

Jinx negou com a cabeça, as lágrimas deslizando cada vez mais intensamente, algumas molhando o rosto pálido abaixo de si. Não era para ser assim, não era para Lux ter se colocado em sua frente, não era para Lux ser atingida. Não, não, não.

— Por que? — Jinx mal conseguia falar, mas a indignação em sua voz era notável — Por que você sempre é a primeira? Por que...

— Vai ficar tudo bem, sempre fica — era cada vez mais difícil de respirar, tudo doía — Você vai me encontrar na próxima vida, como sempre faz. De novo, de novo e de novo...

Lux fechou os olhos enquanto mais lágrimas escapavam. Não tinha mais forças para mantê-los abertos.

— Mas eu não quero outra vida, eu quero essa — chorou, enxugando as lágrimas alheias com as mãos trêmulas — A gente ainda tem tanta coisa pra fazer aqui, não me deixa, Estrelhinha, por favor...

Janna abraçou Poppy e Lulu, que choravam baixinho ao seu lado, sentindo os próprios olhos marejarem. Ninguém entendia - sequer ouviam - o que ambas falavam, mas sabiam que não deveriam interferir. No fundo, sempre souberam que elas tinham algo a mais, algo além daquele plano, desde o dia que a Primeira Estrela as escolhera, e ninguém ali se sentia no direito de intervir.

Lux lutou contra a dor aguda em suas costelas, puxando o máximo de ar que conseguia. Mesmo assim, não tinha mais fôlego para falar, logo tudo o que conseguiu fazer fora arrastar uma das mãos até encontrar a de Jinx, sentindo-a soluçar.

E Jinx sentiu, como um tiro certeiro em seu coração, quando Lux deixou escapar o último suspiro. Então gritou, a plenos pulmões, agarrando o corpo sem vida contra o seu.

Sozinha outra vez, aquela era a sua sina.

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

O grito desesperado de Jinx ecoou pelo cômodo pequeno. Estava suada, ofegante e grossas lágrimas arroxeadas deslizavam por suas bochechas. Sentia o corpo inteiro tremer enquanto seus olhos se acostumavam com a escuridão do lugar em que estava. O que não demorou tanto, quando uma pequena esfera de luz reluziu ao seu lado.

Lux a encarou, preocupada, com os próprios olhos também marejados.

Soltaram suspiros de alívio quase ao mesmo tempo, enquanto a de cabelos azuis jogava-se contra a loira sem hesitar, abraçando-a fortemente. A Stemmaguarda não tardou em retribuir o gesto. Mais um sonho. Estavam cada vez mais frequentes desde que começaram a dividir aquela pequena cabana no meio da floresta.

— Você... você também viu, não é? — Jinx sussurrou entre um soluço — Era a gente... mas não era... E você... Outra vez, por minha culpa-

— Shhh — Lux a cortou, respirando fundo para evitar que mais lágrimas caíssem. Uma de suas mãos acariciava os fios azulados com carinho — Foi só um sonho ruim.

Jinx negou fraco com a cabeça, afastando-se o suficiente pra encará-la.

— Mas era tão real — fungou — E se... E se isso for uma lembrança? N-Não faz sentido, dos duas temos o mesmo sonho e-

— Um sonho ou uma lembrança, isso não importa — Lux interrompeu com cautela, um sorriso leve nos lábios enquanto enxugava delicadamente as lágrimas arroxeadas que ainda caiam — Você não está sozinha, eu tô aqui agora, não é? — Jinx assentiu — Porque você me encontrou, e não vai se livrar de mim tão cedo.

A de cabelos azuis riu fraco, sentindo Lux abraçá-la com força, como se para comprovar o que dissera. Deitaram novamente, ainda agarradas uma a outra, não iriam se soltar tão cedo.

— O que eu fiz pra merecer você? — a pergunta retórica saiu em um sussurro quase inaudível enquanto Jinx enterrava o rosto na curvatura do pescoço alheio.

— Você simplesmente é você, e merece alguém que te ame a cada batida do seu coração — sussurrou de volta, seus dedos passeando carinhosamente pelo braço coberto de tatuagens — Que vai estar sempre ao seu lado, amando cada pedacinho seu, principalmente as suas fraquezas.

— Lux... — Jinx murmurou.

— É por isso que eu estou aqui — seus dedos deslizaram até encontrarem os dela, entrelaçando-os com carinho — E não me arrependo.

— Obrigada... — fora tudo o que conseguiu dizer, sem ter coragem de encará-la e permitindo-se chorar baixinho até que o sono as levasse.