Era só mais um clichê

Parceiros de chifres e fofocas.

Ao chegarem em frente a delegacia celeste avista o carro de Christopher estacionado e sente um pequeno arrepio na nuca. Ela não queria ter que o encarar de novo. Ela não estava com raiva, era pior muito pior, estava magoada, se sentia traída. Decepcionada, essa era a palavra.

O Jung desceu do carro e reparando que a garota estava paralisada e olhos arregalados questionou:

-Você não vem? Ela saiu daquele pequeno transe, respirou fundo, e saiu do carro.

-Posso te esperar aqui fora? Ela pergunta aflita olhando nos olhos dele.

-Olha, eu realmente não sei o que houve entre vocês, mas ele deve estar desesperado agora. Posso apenas dizer que você está bem? A garota assentiu e ele a disse para esperar na entrada da garagem do departamento enquanto ele faria o protocolo de saída do plantão. Minutos depois ele apareceu na garagem e os dois foram até o carro do rapaz e em seguida partiram rumo a uma cafeteria não muito longe dali.

Entraram na simpática cafeteira que estava quase vazia e se acomodaram em uma mesinha pra três mais afastada do movimento. Uma garçonete veio até a eles para fazer o atendimento

-Olá, bom dia. O que vão querer hoje?

-Um americano gelado por favor. Disse o rapaz.

-Gelado? Acabou de pedir café gelado? Celeste diz fazendo o outro rir. Vou querer um café tamanho médio bem quente por favor, porque é assim que pessoas normais tomam café. A garçonete riu e anotou os pedidos.

-Algo para comer? Ela perguntou.

-Vamos querer quatro donuts, dois de chocolate e os outros dois de geléia de pêssego, por gentileza. Jung disse a garota e ela anotou sorrindo e em seguida os deixando a sós.

-Café gelado, geleia de pêssego... é, realmente estou questionando minha segurança por aqui. Celeste disse em um tom descontraído.

-Você precisa experimentar, é simplesmente perfeito.

-Eu achava que essa história de policiais e donuts eram piadinha de desenho animado.

-Era até eu conhecer este lugar. O rapaz afirma e ela ri fraco.

-E então, vai me dizer o que se passa nesse coraçãozinho?

De alguma forma e por algum motivo, Celeste se sentia confortável perto do rapaz, como se pudesse confiar em sua companhia, simplesmente parecia certo aos olhos dela. E então a menina disse a ele tudo o que havia acontecido, desde ela não se lembrar e como Christopher a tratou depois até o tão conturbado encontro com Yzzie perto da cafeteria nova.

-Espera ai... ela realmente disse "transa"? Ele pergunta sussurrando fazendo aspas com os dedos ao pronunciar a última palavra.

-Sim. Ela respira fundo. Foi exatamente como ela disse.

-Não! Não pode ser, é que.... Ele faz uma pausa de alguns segundos. Você deveria ter ouvido a versão dele. Ele exclama mais como quem faz um pedido do que como alguém que aconselha.

-Você gosta dela.. não gosta? Celeste diz baixo olhando nos olhos do garoto que desvia o olhar pra própria mão apoiada na mesa. Imediatamente ficam em silêncio, mas logo é quebrado pelo som da garçonete colocando os pedidos sobre a mesa.
Eu sinto muito JungKook. Eu não sabia.

-Tá tudo bem, a Yzzie é meio complicada. E é por isso que acho que deveria falar com ele.

-Porque insiste tanto? Ela diz bebericando o café. Sabe de alguma coisa que eu não sei?

-Olha, digamos que talvez. Eu não posso te dizer agora, mas converse com ele. Ela fez uma expressão desgostosa, e quando ia abrir a boca ele insistiu. Por favor Celeste. Por favor. Eu sei que está muito magoada, mas não acha que deveríamos tirar essa duvida dos nossos corações?

-Você me trouxe pra esquecer os problemas ou pra me arranjar outro? Ela diz irritada.

-Eu sinto muito. Apenas vamos comer bem, depois que comer essa geleia de pêssego o resto dos alimentos vai perder a graça pra você. Ele diz rindo.

Passaram um bom tempo comendo e apreciando a tão amada geleia, Celeste realmente havia gostado. Durante aquele tempo conversaram sobre várias coisas das mais aleatórias possíveis. Terminaram de comer, ele pagou a conta e foram para a porta de saída. Assim que pisaram fora Celeste parou de andar por um instante.

-O que foi? Ele pergunta parando um pouco mais a frente.Vou escutar o que Christopher tem a dizer. Ele sorriu pra ela. Mas saiba que vou fazer por você. Só porque você quer uma resposta.

-Por mim? Ele questiona. Eu sei o quanto está magoada, não precisa se magoar mais por mim. Está tudo bem, podemos superar.

-Não, você tem sido tão legal comigo mesmo sem me conhecer. Quero fazer algo por você para retribuir. Celeste diz.

-Do que está falando? Como assim sem te conhecer? Você é a maluca que queria se matar se atirando no rio eu te conheço. Ele diz fingindo uma seriedade.

-Aaaa pronto. Ela diz empurrando ele de leve. Eu disse que não foi bem assim!! Ela exclama em protesto.

-Eu sei maluquinha, só estou te provocando. Ele diz rindo a empurrando pelos ombros em direção ao carro.

-Maluquinha? Olha quem diz, o corno!

-Já chega vou te deixar pra trás. Diz rindo soltando os ombros da garota e pegando a chave do carro.

-Acho que posso te deixar em casa, certo?

-Sim, eu agradeceria muito. Eu até pegaria um taxi, mas estou sem dinheiro aqui. Desculpe.

-Está tudo bem. Ele diz abrindo a porta do carro pra ela. E assim os dois seguiram até parar em frente ao prédio onde Celeste morava. De longe os dois avistaram Christopher sentado num banco do pequeno jardim aguardando em frente ao prédio.

-Você não precisa ir até lá se não quiser. Jungkook diz. Podemos emendar um almoço e fazer de hoje o dia oficial do corno, o que acha? Ela bate de leve no braço dele rindo da piada.

-Eu preciso ir até lá se quisermos a verdade.

-Qualquer coisa me liga, vou te passar meu contato. Quer que eu espere aqui?

-Não precisa. Ela diz estendendo o celular para que ele pudesse anotar seu número. Eu te ligo se conseguir alguma coisa. Que tal jantarmos juntos pra fofocar depois? Somos parceiros de chifres e de fofocas. Ela levanta a mão sorrindo e ele bate em um pequeno high-five.

-É o que parece. Ele concorda. Não me deixe sem notícias, maluquinha. Eles sorriem um para o outro e celeste desce do carro caminhando vagarosamente em direção à Christopher.