Valentine

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Concordar com a sugestão maluca de Potter foi um erro, Draco sabe. Ele se arrepende imediatamente ao retornar à loja. Que poder sobrenatural o convenceu a dizer sim? Isso não pode acabar bem para ele. Tentar acender uma fogueira em uma tempestade certamente resultará em decepção. Ele e Potter podem ter crescido para ser civilizados - ou até mesmo atraídos um pelo outro em um nível puramente físico - mas a ideia de que eles poderiam ser amigos é risível. É o tipo de ingenuidade que apenas os vencedores perpétuos possuem. Draco deveria saber melhor. Sabe melhor.

Milagres de contos de fadas não acontecem com pessoas como ele. Ele nem merece, não é? Ele terá que sair dessa confusão com o mínimo de dano possível. Quem sabe, talvez, se ele fizer isso bem, ele e Potter possam ser educados um com o outro depois. Potter pode encontrar alguém legal e não contaminado pela escuridão para transar, e Draco pode permanecer contente em sua vida de solteiro até o fim de seus dias. Sem problemas.

Ah, quem ele está enganando?

"Como foi seu encontro?" Mark sorri para ele enquanto Draco passa pela caixa registradora a caminho da oficina. Sob sua franja loira desgrenhada, seus olhos castanhos brilham com interesse. Atrás dele, Iris, a outra assistente de Draco, faz um péssimo trabalho ao fingir que não está escutando enquanto coloca os pratos iridescentes de Draco em uma prateleira.

Draco para em seu caminho. "Foi um almoço. Não um encontro. Comemos fast food nojento e conversamos sobre negócios, só isso."

"Ok. Eu apenas assumi." Marco dá de ombros. "Iris e eu pensamos que ele era alguém especial. Já que você recusa cinco caras por semana, mas não ele." Ele limpa a garganta.

Draco estreita os olhos. Ele consegue muitos pretendentes. Um efeito colateral do dinheiro antigo, sem dúvida. Ele não achava que era tão óbvio, mas a situação é pior do que ele pensava se até mesmo seus funcionários sem noção percebessem. "Eu pedi sua opinião?"

As bochechas de Mark ficam vermelhas. Ele volta seu olhar para os pergaminhos à sua frente. "Desculpe, chefe. Vou calar a boca."

"Seria melhor." Draco rosna. "Vocês dois fizeram algum trabalho ou passaram todo esse tempo fofocando?"

Mark parece desapontado. "Eu pedi o jade que você pediu."

Draco acena, menos gelado agora. "Bom saber que você não é completamente inútil."

"Draco, por que estamos comprando tanta pedra verde?" Iris lança um olhar inquisitivo para ele.

A resposta na ponta da língua de Draco não é da sua conta, mas ele tem que admitir que isso os preocupa um pouco. "Se Picasso pode ter um período azul, eu posso ter uma fase de jade."

"Picasso?" Mark franze a testa. Iris ri dele, escondendo-se atrás da cortina de seu cabelo preto liso.

"Pintor trouxa." Draco coloca uma mão em seu quadril. Após a guerra, ele tentou se familiarizar com a cultura trouxa, e agora ele se deleita em ensinar outros puro-sangue sobre isso. "Você vive debaixo de uma pedra?"

Mark levanta as mãos em derrota e se vira para os clientes que acabaram de entrar na loja. Nenhum de seus assistentes ousa comentar mais. O contentamento lento se espalha pelos membros de Draco. E daí se ele quiser olhar para coisas verdes brilhantes o dia todo? Ele vai superar isso em algumas semanas. É apenas uma fase. Nada mais.

*

O fim de semana de Draco começa com uma limpeza de primavera excessiva. Está chovendo baldes, mas ele se sente como a bruxa da música Spellbound no Wireless, Drunk on Felix. Como se estivesse flutuando em Liquid Luck. Ele tira o pó, desinfeta, reorganiza e decora, passando por tudo, desde o banheiro, passando pela sala, até a cozinha. Já passa da hora do almoço quando ele começa a ir para o quarto, mas ainda está de bom humor, apesar do suor escorrer pela nuca. É divertido. Tarefas que ele geralmente teme agora o animam. O desejo que o compele a tornar seu lugar bonito parece saciado.

Once and Never Again [ TRADUÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora