capítulo 01

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pov: Ellizie

Dês de sempre considerei minha vida como algo medíocre, nunca tive nada que a fizesse ser boa , ela sempre foi mediana. Nunca tive metas, objetivos ou sonhos para se alcançar. Minha família sempre foi só eu e minha mãe, ela não era uma péssima mãe, mas também não era das melhores.
No colégio minha vida se mantida medíocre, sempre ignorada por tudo e todos, ninguém nem sabia meu nome. O que era bom afinal, não gosto de chamar atenção.
Mas tudo isso iria mudar.

Era manhã de sexta-feira, estava nevando quando acordei, eu lutava para me manter em pé o frio congelava até meu último fio de cabelo. Pensei em ligar o aquecedor mas me lembrei que ele estava quebrado e mamãe não queria pagar para arrumar, então peguei minha toalha e marchei em direção ao banheiro velho desta casa velha.

Lá me despi e entrei na água gelada, meu corpo todo se arrepiou. Eu odiava frio. Após um banho rápido visto o uniforme escolar e pego minhas coisas para sair de casa.
Ao passar pela sala me deparo com mamãe deitada no sofá com uma garrafa de vodka em mãos, eu penso em tira-la dali mas logo me lembro que da última vez que a ajudei levei um soco no rosto então só sigo meu caminho quieta.

Quando passo em frente a loja de conveniências do seu Jô vejo uma cabeleira negra saindo de lá, era Samantha.

-Vejo que esqueceu o cachecol Eliz-Ela diz em um tom doce enquanto mexe em sua mochila-toma!

Samantha me entrega um cachecol vermelho com listras verticais pretas.

-Eu sempre esqueço ele-Dou uma risada nasal-Obrigada Sah.

Nós seguimos o caminho até nosso "honrado" colégio conversando sobre o inverno que se instalava em Frost.
Samantha era minha melhor amiga, a única pessoa que me amava, nos conhecemos quando crianças e nunca mais ficamos separadas, ela era uma parte minha já. Meu coração pertencia a ela.

Após a Aula

Tudo ocorreu como de sempre, mais um dia normal. Havia acabado de deixar Sah em sua casa e vc voltava sozinha para a minha pensando em minhas conversas com Samantha. Nós refletimos sobre o que é viver de verdade e como se faz para viver de verdade não chegamos ainda em uma conclusão sobre isso.

Quando chego em casa tiro meus sapatos e os deixo na porta, entro para dentro apenas com a meia calça nos pés procuro mamãe mas não a acho em lugar algum.

talvez ela tenha saido para comprar o jantar.

Penso enquanto começo a limpar a bagunça da mesa de jantar tiro os pratos sujos, pacotes de salgados, copos, latinhas de cerveja, passo um pano logo após arrumo o vaso de flores no centro da mesa.

Pronto! mamãe ficará orgulhosa.

Me deito no sofá descansando puxo meu celular do bolso e começo a jogar um joguinho de matar bolhinhas de sabão. Quando estava chegando no nível 11 a porta é aberta totalmente, fazendo entrar um ar gelado o que faz meu corpo estremecer de frio.

-Quem é?-Pergunto ainda deitada, a porta se fecha e passos vão em direção a mesa na cozinha, me levanto e vejo mamãe com um litro de bebida em mãos e uma sacola na outra.-Trouxe comida mãe?

-Vem ver piralha.

Diz fazendo um gesto com as mãos para se aproximar. Eu me levanto e sigo em sua direção com cautela, olho dentro das sacolas e vejo três pacotes de macarrão instantâneo.

-Esse é o nosso jantar?

Ela assente com a cabeça enquanto se senta na cadeira. Quando ia saindo com as sacolas sinto sua mão gelada tocar meu braço, meu coração nesse momento erra batidas.

-Você andou com quem hoje?-Emma coloca meu cabelo para o outro lado e cheira minha nuca-Seu cheiro está diferente.

Sua expressão muda para nojo.

-C-com ninguém, por que?

Eu estava com medo, qualquer resposta errada poderia causar um surto de raiva em minha mãe.

-Cuidado com quem você anda-Ela bebe um gole de sua bebida-se eu pegar você virando uma traidora igual a ele, juro que te mato.

Emma aperta forte minhas bochechas logo após me solta no chão; eu pego a sacola e vou em direção a cozinha correndo.
Essa situação me causava calafrios, minha mãe sempre foi assim dês q eu me lembro, ela nunca falou muito comigo nem se importava como eu estava, isso era bom pois me dava uma liberdade de ser eu mesma mas também me causava uma solidão, uma falta dela.

Chego na cozinha e coloco o macarrão na água fervendo
em minha mente girava mil coisas entre elas não fazer barulho. Eu respiro pausadamente tentando me acalmar e concentrar no que estava fazendo.

***

E

u estava sentada no sofá vendo televisão quando escuto a porta ser aberta novamente. Era minha mãe. Me viro de volta e volto a assitir o programa que passava, escuto seus passos atrás de mim, eles param.

-Você tá namorando?-Ela chega perto do meu rosto, seu corpo cheirava álcool muito forte-Ellizie, me diga! você está namorando?.

Em um movimento rápido vou para o canto do sofá e nego com a cabeça.

-Me falaram que você estava com uma garota hoje-Ela me dá um tapa no rosto-EU NÃO A PROIBI DE FAZER ESSAS COISAS NOJENTAS?.

-E-eu não namoro-Digo colocando a mão aonde foi desferido o tapa-Eu sou sua garotinha mãe.

Digo na esperança de acalma-lá. Minha mãe sempre teve essa pira de eu ser somente dela, nunca pude apresentar amigos á ela pois ela tinha medo de eu não ser mais "sua garotinha".

-Sua mentirosa, você mente igual seu pai-Ela segura meus cabelos cacheados-Mas você vai pagar, não vai sair ilesa igual ele sua vadiazinha.

Emma pega meu rosto e desfere socos, meu nariz sangra e saem lágrimas de meus olhos enquanto imploro pra que ela pare, porém ela continua. Seus socos começam a vir acompanhados de xingamentos.

-Essa noite você me paga tudo que ele fez-Ela sai da sala e vai para a cozinha enquanto fala no caminho-VOCÊ ME PAGA TODAS AS VEZES QUE ELE ME BATEU POR SUA CAUSA!.

Eu me senti chorando no chão enquanto cubro meu rosto com as mãos, eu não aguentava mais estava exausta de todas essas brigas que ela tem comigo, de todos os tapas e socos.
Da cozinha vem Emma com uma faca ela joga em minha direção porém eu levanto mais rápido e corro para meu quarto trancando a porta.

-ABRA! ABRA AGORA SUA MERDINHA-Ela berra do outro lado da porta quanto da socos nela-Quando eu te pegar vai ser pior.

Eu pego uma mala e coloco minhas coisas três pares de roupa, meu celular, carregador e cem reais. Abro a janela e pulo, quando estava saindo de perto dela é porta é arrombada eu corro mais rápido para a garagem. Chegando lá checo se a chave estavam no carro e para minha sorte estavam, eu entro lá dentro enquanto vejo a porta da sala ser aberta, era mamãe. Eu ligo o motor e fujo dali o mais rápido que posso.

Eu estava fugindo, finalmente fugindo daquele inferno diário.

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1204 palavras.
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Depois do amanhecer | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora