Ignorei a cara de assustada e enervada de Hope e fui tomar um banho. Estava ligando a ducha quando ouvi um barulho do lado de fora do banheiro. Parecia uma conversa. Fiquei curiosa e sai do boxe. Não desliguei o chuveiro com medo que quem estivesse lá fora me ouvisse. Me enrolei na toalha e abri um pequeno feixe da porta fazendo o máximo de silêncio para quem estivesse ali não conseguisse me ouvir.
Olho através da porta e vejo Hope olhando fixamente para alguma coisa. Não consegui ver. Consegui ver apenas uma luz verde na face de Hope, o que me fez deduzir que a luz vinha da coisa que Hope estava conversando. A curiosidade tomou conta e tentei abrir a porta mais um pouquinho. Como já era de se esperar, a velha porta deu um rangido. Hope olhou para minha direção e meu coração parou por um instante. A luz rapidamente se desfez.
- O que você está olhando?- perguntou-me com o cenho franzido.
- Nada, eu só estava indo pegar minha escova de dentes.- eu disse, falando a primeira coisa que veio em minha cabeça.
Sempre fui boa em inventar desculpas. Desde quando eu tinha 6 anos, na casa de minha avó. Quando sem querer quebrava alguma coisa, colocava a culpa em meus primos menores. Sei que era desleal de minha parte, mas na minha cabeça imatura de 6 anos me parecia a melhor saída.
Hope no inicio ficou meio desconfiada, mas depois acreditou em minha desculpa esfarrapada. Eu acho.
Fui para o quarto buscar minha suposta escova de dentes e voltei para o banheiro. Vesti meu pijama, escovei meus dentes e adormeci.
O dia amanheceu ensolarado e até que enfim começariam as atividades. Levantei ao som da corneta de Lúcifer e fui tomar banho. Por incrível que pareça as meninas despertaram sem eu precisar acordá-las. Fui tomar banho. Acabei meu banho e vesti uma legging, uma blusa regata com o símbolo do acampamento que nos deram para fazermos as atividades e calcei um tênis. Deixei meus fios lisos e soltos e passei um rímel (como sempre). Fui em direção à sala e estava apenas Laura lá, todas as meninas estavam se arrumando. Laura notou que eu estava bastante pensativa.
- Você está estranha. O que houve?- disse em um tom de preocupação.
- Ultimamente estão acontecendo coisas estranhas. Não sei explicar...- eu disse.
- Claro! Olhe para este lugar. Você está em Lubsville, a "Terra dos mistérios"- ela disse.
Ri um pouco da sua ênfase em "Terra dos mistérios".
- Não sei explicar. Estou estranhando pessoas.- disse lembrando da experiência de ontem com Hope. Nunca fui de confiar nas pessoas, mas desde que conheci a Laura sinto que posso confiar nela.
- Que pessoas?- perguntou-me curiosa.
- Ah...- quando eu começo a falar, Hope chega na sala e eu me silencio automaticamente.
- O que que foi? O assunto chegou?- disse perguntando um pouco irritada. Neguei com a cabeça e ela saiu sem falar mais nada.
Olho para Laura e ela fica sem palavras.
Esperamos as meninas e fomos para o refeitório. Quando cheguei no refeitório nem vi Carter. Não sei porque, mas senti falta dele.
Eu e as meninas nos sentamos e ficamos conversando, e, claro, Hope se sentou sem uma mesa sozinha.
Ouvimos o som de uma corneta que indicava que as atividades iriam começar. Eles passavam uma lista para cada campista com a lista de atividades. Ironicamente as minhas atividades eram compatíveis com as de Hope. Nossa, sério? Agora além de ter que atura-la olhando para mim com cara lesma morta todo santo dia na cabana, vou ter que suportá-la nas atividades também.
Saí da cantina e fui direto para a primeira atividade. Trilha de obstáculos! Era só o que faltava para completar meu dia. Atividades físicas sem dúvida alguma, não são o meu forte.
Me juntei a um grupo de pessoas que estavam esperando a atividade começar, e, como não conhecia ninguém, fiquei sentada em uma pedra observando as pessoas. Olhei para os lados e vi Carter de longe. Ele veio! Espera, eu estou empolgada com isso?
Ele está vindo, e quando me vê, dá um sorriso e vem em minha direção.
- Ei, gatinha.- disse me dando um beijo na bochecha.
- Ei, não te vi na cantina hoje.- eu disse.
- Quer dizer que a gatinha mais difícil do acampamento sentiu minha falta?- disse provocador.
- Nã-não.- gaguejei e fiquei corada. Esse menino fez meu talento de inventar desculpas inútil. Simplesmente não se aplicava a ele- Apenas não te vi lá.
- Entendi, tomatinho.- disse ele rindo de mim.
Observei melhor o lugar enquanto conversava com Carter. Era uma floresta com o início de uma faixa de terra que se estendia por toda ela. Ao centro, antes da floresta havia o símbolo do acampamento desenhado no chão. Um grande diamante verde-claro, da tonalidade de meu colar estava desenhado.
Um jovem monitor alto, de cabelos castanhos formando um topete, de braços musculosos, olhos cor-de-mel e um pouco mais velho do que eu, ficou no centro. Ele estava falando num megafone.
- Sejam bem vindos! Esta é a primeira parte do acampamento para o grupo de vocês. Reconheço alguns rostos, e outros gostaria de conhecer.- disse olhando fixamente para mim.
Eu percebi que ele estava olhando para mim e Carter também percebeu. O que fez com que seus olhos passassem da tonalidade verde clara para uma tonalidade mais forte e seu rosto ruborizou-se de raiva.- Me chamo Tyler e serei seu monitor durante todo o acampamento.- disse sorrindo. Ele tem um sorriso encantador, admito.- Sigam-me!
Seguimos Tyler até o primeiro obstáculo. Era uma espécie de rede de pesca em cima de um buraco, coberto por lama.
- É o seguinte, terão que passar por baixo da rede, se arrastando na lama.
Eu era a quinta da fila e estava pensando na melhor maneira de passar por baixo dessa rede me sujando o mínimo possível.
- Não tem como passar por esse obstáculo sem se sujar muito.- disse Carter sussurrando em meu ouvido. Foi como se ele tivesse lido meus pensamentos. Incrível como a cada toque, sussurro ou sorriso de Carter me fazem arrepiar. É como se ele transmitisse uma espécie de eletricidade a cada toque, sussurro ou sorriso.
- Verdade.- disse desanimada.
Chegou a minha vez de passar por baixo daquela rede e fui meio desconfortável.
- Vamos lá, você consegue!- disse Tyler sorrindo para mim.
Dei um sorriso sem graça e fui em frente. Como eu sou a pessoa mais "sortuda" do mundo, meu calcanhar agarrou em um buraco da rede. Tyler foi me ajudar.
- Pode deixar que eu a ajudo!- disse Carter nervoso.
- Eu sou o monitor aqui, garoto!- disse Tyler nervoso também.
Situação mais constrangedora que essa? Impossível!
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Oi pessoas,
Estou sumida, não?
Provas, trabalhos, estudo, enem, etc. Tá meio difícil escrever!
Prometo não deixá-los na mão! Postarei assim que der!
Beijos da tia Lu!
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Contos macabros de Lubsville
Misterio / SuspensoLubsville, um pequeno vilarejo no estado do Arizona, é um lugar repleto de mistérios e crimes não desvendados. Cinco jovens interessados nos contos e histórias sobre aquele lugar, são unidos pelo destino e, juntos, descobrirão os segredos e traições...