Capítulo II

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•Escuro•

Contêm gatilhos de suicídio.

OUTUBRO

NOVEMBRO

DEZEMBRO

JANEIRO

FEVEREIRO

Março.....

Desde que ele foi embora eu sinto um vazio tão grande, como se uma parte de mim tivesse partido com ele...

Tudo havia acontecido tão rápido, sem que eu percebesse ,todos tinham partido, em direções diferentes para que de alguma forma eu não conseguisse alcança-los.

Mas mesmo assim ele sumia... Eu ficava bem até ficar sozinha, e ultimamente estou sempre sozinha.

Eu ouvia a voz de Edward com frequência , eu sabia que estava ficando louca mas eu simplesmente não aguentava mais ouvir aquela voz.
Com o passar das semanas as vozes seguiram persistentes, demorei para entender que aquela dor não era apenas de coração partido, era apenas algo que eu já sentia ,algo que apenas tinha sido despertado de novo quando ele partiu.

Os meses se arrastaram até até que a neve tocasse o chão e quando a noite caiu, as vozes diziam para eu sair de casa. A temperatura não me impediu de ligar a picape e dirigir para o mais longe que conseguisse, eu não sabia o que procurar no início mas depois de quarenta minutos dentro daquela lata, eu sabia que só procurava alguma forma de acabar com aquilo.

O vento gelado chicoteava meu rosto, me debatendo entre as árvores eu apenas corria, o ar era como arames sendo enrolados na minha garganta.
Corri até que o cheiro da água salgada preenchesse minhas narinas, era aquilo que eu procurava... Uma saída.

Eu não era egoísta e essa era a única coisa que eu faria por mim em toda minha vida medíocre, me permitir ir embora.

Seria um jeito poético de morrer...

Mas caindo do penhasco eu não sentia nada, não sentia medo, nem agonia, nem sofrimento, apenas o vento.

Senti a água entrar por minhas roupas, seria rápido afinal....temperatura a baixo de zero, quanto tempo será que meu corpo aguentaria? Talvez eu entrasse em choque rápido e não sentiria nada.

Mas antes que eu pudesse me deleitar com os últimos segundos de consciência já com a visão escurecida, algo me puxou para fora.
Eu vi olhos alaranjados sobrevoar a água antes que eu apagasse,
eu finalmente havia morrido.

Um som melódico me trouxe para a realidade, tendo consciência das coisas a minha volta, percebi que não havia sido um sonho.
Eu estava em uma cama, com no mínimo quatro cobertas em cima de mim, estava quente, assim como a toalhinha em minha testa.
Recalculando tudo a minha volta. Tento me levantar sem muito sucesso, ao olhar para minhas pernas pálidas com um tom azulado. Por que eu não estava de calças?.

-Desculpe por isso. Suas roupas estavam molhadas e você estava hipotérmica.

-Q.. quem é você?.

-Seraphine. Seraphine Morningstar.

•Narrador•

Estrela da Manhã        (Nova Versão) Onde histórias criam vida. Descubra agora