Goku estava deitado sobre a toalha com o cotovelo apoiado no chão e uma mão segurando sua cabeça. Ele já tinha devorado metade do piquenique e passou a observar Chichi se deliciar com um de biscoito de nata e que parecia que ela não comia daquele biscoito há anos, sendo que ela devia ter comido no dia anterior, quando os preparara. Ele não podia julgá-la já que os biscoitos eram, de fato, deliciosos, assim como todas as refeições dela, mas ele achava curioso o quanto ela havia passado a comer depois de ter engravidado.
Aquele bebezinho que estava crescendo dentro dela era inegavelmente seu.
Ele sorriu com o pensamento e Chichi percebeu. Então perguntou:
– O que foi, Goku?
– Ãn?! – Acordando de seus devaneios ele a fitou nos olhos escuros e curiosos. – Não é nada... É só que... Eu não vejo a hora do nosso bebê nascer!
Ao dizer aquilo, Goku se aproximou dela e passou a mão pela barriga protuberante da princesa, sentindo o pequeno KI que emanava do interior dela. Chichi sorriu em resposta, seu coração se enchendo de amor. Somente o toque das mãos de Goku era capaz de transmitir uma paz imensa para ela, mas de saber que ele queria muito conhecer o bebê deles, a deixava transbordando de tanta felicidade.
Goku afagava a barriga de Chichi carinhosamente, esperava poder sentir o chute do bebê outra vez. Isso sempre o deixava empolgado.
Chichi deu o último pedaço de biscoito para Goku que comeu alegremente. Ela suspirou, se sentia um pouco culpada por ter comido tanto e por Goku provavelmente ainda estar com fome, mas ela não conseguia evitar, sentia muita fome, precisava se alimentar bastante. E com este pensamento, ela voltou a lembrar da discussão que haviam tido pela manhã. Aquilo foi exaustivo e ela sabia que fora injusta e exagerada, mas seus hormônios estavam à flor da pele.
– Obrigada, Goku! – Chichi sussurrou enquanto passava as mãos sobre a mão dele. Goku olhou para ela, não entendendo o que ela estava agradecendo a ele, e ela riu de sua expressão confusa. – Obrigada por esta tarde, pela surpresa. Foi tão bonito, eu realmente adorei! Obrigada por ter me apoiado no meu surto... – ela então o beijou no rosto e dele que sentiu as bochechas ficarem quentes. – Mas mais do que isso, obrigada por me dar uma família.
Sorrindo, Goku roçou o nariz no pescoço de Chichi sentindo o delicioso aroma e o calor do corpo dela.
– Obrigado você, meu amor. – Ele sussurrou. Ele é quem era grato por ela. Sem ela, Goku não teria a sua família, algo que há pouco ele nem dava importância alguma, mas que agora, era a coisa mais importante da sua vida. Ele nunca tivera uma família tradicional, nunca tivera pai, nem mãe, sua família havia sido o seu avô e depois, com o passar dos anos, seus mestres e seus amigos também se tornaram uma espécie de família para ele. Então ele não sabia muito bem como ia ser essa história de ser pai, mas sabia que estava ansioso por isso, por conhecer o seu filho ou filha.
Ele soube, a partir do momento em que enfrentara Chichi no torneio de artes marciais e que ela o havia lembrado da promessa que fizera, que sua vida iria mudar muito. Logicamente ele não tinha planos de sair daquele torneio noivo de alguém. Seu objetivo era vencer o torneio e ele conseguira, mas não tinha plano nenhum para depois daquilo. Enquanto ainda estava morando com Sr. Popo e Kami Sama, eles haviam questionado o que ele faria da vida depois de vencer o torneio e Goku não soubera responder, pois não havia pensado naquela parte, achou que talvez fosse voltar para sua casa, a casa onde ele e vovô Gohan moravam, pensou que iria atrás da esfera de quatro estrelas, mas só...
Então quando Chichi chegou, ela lhe apresentou uma nova perspectiva e um novo caminho, lhe deu algo a mais pelo que viver e pelo que lutar. Ele faria de tudo para protege-la e também para proteger seu bebê. Eles só estavam a oito meses casados e para Goku, Chichi já significava o mundo para ele, mais ainda depois de engravidar.
Ela merecia uma surpresa como aquela e muitas outras por sempre cuidar dele, por ser paciente com sua falta de conhecimento das coisas e sempre explicar tudo o que ele não entendia – diferente de seus amigos que apenas o xingavam de idiota, mas não lhe explicavam as coisas. Chichi era carinhosa e doce, mas também tinha o seu lado impetuoso, principalmente quando ficava brava com alguma coisa. Ele já enfrentara o exército da Red Ribbon, lutou contra o Rei Piccolo ou até Piccolo Jr., mas podia jurar que não existia nada mais assustador do que a sua esposa quando ficava brava.
Mas isso ainda não o impedia de provocá-la, ah sim, mesmo sabendo que podia despertar uma onça ou uma fera assassina, Chichi ainda ficava incrivelmente sexy quando ficava brava, que ele era incapaz de resistir. Ele adorava aquilo. Amava aquele lado dela.
Naquela tarde, no entanto, ele preferiu agir prudentemente, estava fazendo algo para agradá-la e ela estava extremamente sensível, não podia estragar tudo com provocações bobas. Não podia arriscar fazer um comentário para deixá-la brava, mas acabar deixando-a triste e fazendo-a chorar. Não suportava ver Chichi chorar.
Ele então olhou para o lado e notou algumas florzinhas que estavam rodeando os cantos da toalha. Eram florzinhas silvestres e coloridinhas, singelas, porém bonitas.
– Ei, olhe! – Ele disse e Chichi esticou o pescoço para ver o que ele estava apontando.
– Que bonitinhas! – Ela sorriu.
Com uma mão Goku capturou algumas daquelas florzinhas e as entregou para Chichi, que as cheirou, mas em seguida fez uma careta estranha e disse:
– São bonitas, sim, mas não são cheirosas...
Goku riu.
– Imagino que não. São flores silvestres, Chichi, não devem mesmo ser perfumadas.
– Achei que todas as flores fossem cheirosas.
– Não, nem todas. Algumas só tem... cheiro de planta mesmo!
Chichi sorriu. Às vezes era ele quem ensinava alguma coisa ou outra para ela. Ele então se aproximou de Chichi outra vez, colocando uma das flores atrás da orelha dela, prendendo uma das mechas do cabelo junto. Ele a fitou com um olhar admirado, totalmente perdido na escuridão das orbes dela. Ele estava rendido, completamente apaixonado por aquela mulher. Chichi era linda. Era muito linda. Para Goku, não importava nem um pouco se ela era gorda ou magra, alta ou baixa, para ele, Chichi era a mulher mais linda do mundo e sempre seria.
– Ficou melhor assim, em você! – Goku murmurou ao roçar a ponta do nariz dele no dela.
Chichi sorriu e, antes que pudesse responder, Goku tomou seus lábios com o dele em um beijo suave, porém apaixonado.
Um beijo que dizia simplesmente tudo.
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Pra te ver Sorrir
FanfictionDesde o começo de seu casamento, sempre que Chichi estava triste, Goku sabia exatamente o que precisava fazer para deixá-la feliz.