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Obs: Antes de começar ler esse capítulo eu recomendo que antes escutem a música:The Wisp Sings- Winter Aid ou até durante a leitura pra quem gosta de ler ouvido música. É sério a experiência vai ser incrível, porque o clima da música combina com esse capítulo.

Henry Sanderson


Continua...

Nota da autora 🦋

Gente essa cena ela é nova, os leitores que leram essa história antes de eu resposta ela de novo não viram essa cena, então espero que eles estejam lendo pela segunda vez para ver essa cena, não só essa mas como outras que terão.

Henry Sanderson

Sinto minha testa encostar na dela assim que nossos lábios se separam, ambos ofegantes. Minha mão, ainda tremendo, desliza suavemente pela sua bochecha, afastando algumas mechas rebeldes do seu cabelo. De relance, percebo um sorriso travesso crescer em seus lábios, e antes que eu pudesse reagir, ela pula do meu colo, me deixando surpreso. Eu sabia que algo estava prestes a acontecer.

Ela me lança um olhar sugestivo antes de sorrir e dizer, quase como uma ordem:

— Não saia daqui, ok?

Olho para ela, confuso.

— Como assim?

— Não saia daqui, eu já volto! — responde, já se afastando.

— Aonde você vai, Luna? — grito, minha voz ecoando na escuridão enquanto ela corre em direção à casa onde estamos hospedados.

— Só não saia daí, por favor! — grita de volta, sem sequer olhar para trás.

Ergo uma sobrancelha, completamente confuso, enquanto a observo se afastar. O que ela está tramando para sair correndo assim? Quando ela finalmente desaparece da minha vista, me viro para o mar novamente, deixando minha mente se perder nas ondas que se quebram à minha frente. A dúvida corrói meus pensamentos: será que acabei de cometer o maior erro da minha vida ao beijá-la daquele jeito? Mas o que mais me atormenta é o fato de não me arrepender nem um pouco. Me odeio por isso. Odeio-me por ser um covarde, por tê-la beijado enquanto estava bêbada, sabendo que talvez ela não se lembrará de nada amanhã. E ainda mais, me odeio pela possibilidade de ser o único a carregar essa lembrança.

Mas, ao mesmo tempo, há algo dolorosamente doce na ideia de que esse momento seja apenas meu, um pequeno tesouro que levarei comigo, mesmo quando não puder mais tocá-la ou beijá-la novamente. Talvez essa noite seja a última em que sentirei o gosto dos seus lábios e a proximidade dela tão perto de mim, que a necessidade de tocá-la é quase insuportável.

O som de passos apressados me desperta dos meus pensamentos. Olho para a direita e a vejo correndo na minha direção, seu sorriso iluminando a noite. Seus cabelos curtos balançam ao vento, e suas pernas pequenas se movem com uma determinação encantadora. Não consigo evitar sorrir com essa visão. Mesmo que seja um instante fugaz, eu gravo cada detalhe do seu rosto na minha mente, sabendo que esta será uma das minhas memórias mais preciosas.

Ela para ao meu lado, ofegante, e segura minha mão com firmeza. Seus olhos encontram os meus por um segundo antes de desviar a atenção para o celular em sua outra mão. Eu franzi o cenho, tentando entender.

— O que você está aprontando, Luna? — pergunto, confuso.

— Você saberá logo! — responde com um sorriso travesso, ainda focada no celular.

Finalmente, quando parece encontrar o que procurava, desliga a tela do celular e o coloca sobre meu casaco, que antes estava em seus ombros e agora repousa na areia. Em seguida, ela me puxa um pouco para longe do celular, virando-se para mim e segurando minhas duas mãos. Ainda com a testa franzida, a encaro, tentando decifrar seus planos.

— Dance comigo! — diz, quebrando o silêncio.

— O quê? — pergunto, incrédulo.

— Dance comigo, Henry!

— Aqui? Agora? Por quê?

Ela dá de ombros, um sorriso brincando em seus lábios.

— Precisamos treinar nossa dança para o teatro daqui a dois dias, então por que não aqui? Não tem ninguém olhando, afinal!

Não consigo conter uma risada.

— Você está bêbada, acha que consegue dançar mesmo assim? — digo, dando um leve peteleco na sua testa.

Ela faz um bico adorável antes de responder:

— Eu não estou bêbada! — tenta provar seu ponto tentando fazer um quatro com a perna, mas quase cai, se desequilibrando.

Rapidamente, seguro sua mão, impedindo que caia de cara na areia. Balanço a cabeça, sorrindo.

— Certo!

Ela se ajeita e se aproxima de mim, entrelaçando nossos dedos da mão direita. Seus olhos verdes encontram os meus com uma intensidade que quase me tira o fôlego.

— Dance comigo, Henry Sanderson! — ela pede, sua voz suave, mas carregada de emoção.

Antes que eu pudesse responder, uma música começa a tocar, quebrando o silêncio ao nosso redor. O som vem do celular dela, e eu finalmente entendo.

— Então foi por isso que você buscou o celular? — pergunto.

Ela balança a cabeça, confirmando, o sorriso travesso nunca deixando seus lábios.

— E se eu me recusasse a dançar com você, o que faria? — pergunto, analisando cada traço do seu rosto.

— Eu bateria em você até que mudasse de ideia!

— Uau, que garota agressiva! — digo, sorrindo enquanto a puxo para perto, colando nossos corpos. A diferença de altura entre nós se torna ainda mais evidente. — Eu aceito dançar com você, minha pequena!

O som das ondas se mistura com a música que toca suavemente no fundo. Meus pés, um pouco desajeitados, deslizam pela areia enquanto eu a guio. A afasto com um movimento suave, esticando um dos nossos braços antes de trazê-la de volta para mim, em uma valsa improvisada e um tanto desengonçada, mas que parece perfeita naquele momento.

Com os olhos fixos nos seus, ergui nossas mãos entrelaçadas, fazendo-a rodopiar delicadamente. Ela vira de costas para mim, e seguimos em passos leves de um lado para o outro, meu rosto descansando entre seu pescoço e ombro. Em outra batida da música, a viro de frente para mim novamente, apertando sua cintura e levantando-a levemente do chão, girando-a mais uma vez. O som da areia sob nossos pés ecoa a cada movimento, como uma melodia própria, harmonizando com a música que tocamos com nossos corações.

Uma gargalhada escapa de seus lábios quando, de maneira desajeitada, a inclino para trás, quase deitando-a na areia, antes de trazê-la de volta para perto. Passo minhas mãos em volta de sua cintura, encostando minha testa na dela enquanto nos balançamos preguiçosamente de um lado para o outro. Fecho os olhos, deixando-me levar pelo momento, concentrando-me no som de sua respiração, nas ondas que se chocam ao nosso redor e na música que nos envolve.

Sinto sua testa se afastar da minha, e logo ela descansa a cabeça em meu peito, seus braços pequenos me envolvendo em um abraço gentil. Beijo o topo de sua cabeça, encostando meu rosto ali, e a abraço de volta, rezando para que o tempo pare. Que o universo nos conceda esse instante para sempre.

Porque não preciso de muito, apenas ela. Ela é tudo o que basta.

Eu só muito cadelinha desse casal, quero saber quem vai pagar minha terapia agora🥺❣️

Continua...

A Babá Dos Meus IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora