Eu ainda me sinto perdido.
Percebo pelos céus os dias se passando e no horizonte posso ver cada nascer e por do sol, as nuvens que vem e se vão junto ao vento, mas eu continuo aqui.
Estático.
E tentando não me afogar em mim.
A maré calma e a maré nervosa se encontram de forma agressiva junto ao meu corpo enquanto luto para me manter na superfície, luto para manter meu fôlego.
Sou o caçador e minha própria caça.
Meu próprio inimigo e aliado mais fiel.
E não há ninguém aqui, além de mim.
Aqui dentro do meu coração selvagem há dois lobos, mas diferente da história não vence o que eu alimentar mais, os dois lobos devem viver em harmônia, equilíbrio.
E é isso que eu mentalizo, para não me afogar.
Não existe um lobo vencedor.
Existe um eu perdedor a partir do momento em que o equilíbrio se desfazer.
E eu não quero perder, não de novo.
Não do jeito que fiquei quando você se foi.
Agora não me odeio mais, porém não me amo o suficiente.
Estou no meio de um furacão, mas há uma estranha paz no centro dele, naquele breve momento em que o céu azul pode ser visto.
É estranho ter paz e não te ter aqui, parece até palavras opostas, mas é o equilíbrio.
O equilíbrio.
Mas apesar de tudo, eu ainda me sinto meio assim.
Meio perdido.
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Não Leia-Me by Damien
PoesiaTextos e Poesias guardados dentro de mim, que não deveriam ser lidos por ninguém. Ou seja, totalmente descartáveis.