1. sᴏʙʀᴇᴠɪᴠᴇʀ

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O MUNDO NÃO É MAIS MUNDO, há poucos sobreviventes e os que restam precisam lutar por seu espaço

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O MUNDO NÃO É MAIS MUNDO, há poucos sobreviventes e os que restam precisam lutar por seu espaço.

O acampamento não possuía nenhuma liderança, mas Shane sempre tomava a frente das decisões. No começo de tudo Amelie estava com seu pai, Dale. O homem velho possuía algumas ferramentas mas nenhuma habilidade com armas, o que fazia com que ela se preocupasse.
O grupo estava há duas semanas na pedreira, mulheres e crianças famintos com apenas homens provendo a comida.

— Câmbio! Tem alguém na linha? – Amelie falava com o rádio, ela tinha esperança de ajudar algum sobrevivente que ainda pudesse estar na cidade.

— Você tá há dias tentando isso, não tem ninguém ouvindo. – Shane insistiu, enquanto afiava uma faca.

— Não podemos acreditar que somos os únicos! – Lori protestou, incentivando a garota a continuar a tentar.

— Se alguém estiver ouvindo, saberá que precisa sair da cidade. – a loira insistiu e voltou a transmissão.

As tarefas domésticas ficam a cargo das mulheres, já que Shane não admitiu que Amelie se juntasse aos homens no treino de tiro. Sob a água fria da pedreira, ela lavava as roupas junto com as demais mulheres do grupo.

— Quando os zumbis subirem a montanha, você acha que deixaram quem para trás? As mulheres novas ou o velho de 60 anos com o joelho ferrado? – Amelie comentou com Amy enquanto esfregava as camisas surradas de seu pai.

— Somos um grupo, salvamos um ao outro. – Amy revelou, ajudando a amiga na tarefa. — Shane vai nos salvar!

— Eu não duvido da capacidade dele de ajudar, só quero me proteger. – a garota revelou, mantendo seus pensamentos longe.

— Claro, até por que você é muito ameaçadora, você é um metro e meio de pura força. – Amy debochou da amiga enquanto ria alto.

— Fica quieta! – Amelie espirrou água na loira, enquanto ria também.

As caçadas eram feitas apenas pelos homens, Shane que comandava, enquanto Dale ficava de olho em qualquer ameaça e protegia as crianças do grupo. Amelie gostava de passar tempo com Carl e Sophia, a menina gentil fugia para sua barraca quando o pai ficava violento demais.

Naquela noite ao redor da fogueira, ela se sentou ao lado do pai, enquanto a carne era assada no fogo e todos esperavam para comer.

— Acha que ficaremos aqui por um bom tempo? – a loira perguntou ao pai.

— Não se preocupe com isso, veja Amy, Andrea e Lori parecem tranquilas. – Dale apontou para as demais mulheres que pareciam despreocupadas.

— Eu não quero esperar que o nosso herói Shane Walsh venha nos resgatar. – Amelie sussurrou de volta para o pai.

— Por enquanto descanse e se os problemas baterem a nossa porta, deixa que seu velho dá um jeito. – o homem tranquilizou a filha, fazendo-a deitar em seu ombro e adormecer em seguida.

Os dias pareciam iguais, as tarefas se repetiam, lavar, secar e cozinhar para o grupo, enquanto alguns homens não faziam o mínimo. Havia homens bons: Morales cuidava da família, T-Dog era solitário mas tinha um bom coração, Glenn era divertido e atrapalhado, como uma filhote indefeso, Jim se isolava mas era um bom homem, Shane parecia querer comandar, mas havia um em especial, Ed. O homem não era boa coisa e Dale havia alertado mais de uma vez para Amelie ficar longe dele. As mulheres eram gentis, Carol vivia a sombra do marido, sua filha Sophia era bondosa, Lori vivia sobre a proteção de Shane e era preocupada com seu filho Carl, as irmãs Andrea e Amy eram unidas e Jackie era uma mulher competente e gostava de ajudar. Era um bom grupo.

Na manhã seguinte, ela viu o pai em seu habitat natural, aquele trailer enferrujado.

— Bom dia, raio de sol! – o homem velho deixou um singelo beijo na testa da filha.

— Parece que o nosso líder não está de bom humor. – ela comentou, notando que Shane parecia mais rabugento que o normal.

— A comida está escassa, temos poucos homens e a maioria deles não sabe caçar, Glenn tem medo de entrar na floresta e a mulher do Morales não quer mais que ele saia, por causa dos filhos. – Dale revelou enquanto pegava seu binóculos para observar ao longe. — Precisamos de comida e rápido.

— Talvez se começamos a usar as mulheres, Lóri e Carol jamais iriam, mas eu seria útil. – Amelie alfinetou, já sabendo a resposta do pai.

— Você é útil ficando aqui, prefiro que comamos pouco e você fique viva do que traga comida e seja mordida. – o velho apontou o dedo para ela, um típico sermão de pai.

Amelie não era uma rebelde, não desobedecia nem quebrava regras, mas ao ver a pequena Sophia ficar sem jantar após seu pai pegar sua parte, ela sabia que precisava agir. Ignorando todas os avisos de Shane e de seu pai, ela iria partir para a floresta e caçar qualquer coisa comestível.

Dead Inside - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora