13. ᴄᴏɴғɪᴀɴᴄ̧ᴀ

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A FAZENDA ESTAVA AGITADA, já que a cozinha estava sendo utilizada pelas mulheres do grupo para organizar um jantar de agradecimento

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A FAZENDA ESTAVA AGITADA, já que a cozinha estava sendo utilizada pelas mulheres do grupo para organizar um jantar de agradecimento. Enquanto os demais estavam ocupados, Andrea ficou vigiando até notar uma movimentação estranha.

- Zumbi! - ela gritou, alertando a todos.

- É só um? - perguntou Rick.

- Eu consigo acerta-lo daqui! - ela pegou a arma e mirou no andarilho.

- Andrea abaixa essa arma. - gritou Rick enquanto os demais homens pegavam facas e machados para não fazerem barulho. - Shane, espera um pouco! O Hershel quer lidar com os zumbis.

- Pra que? A gente cuida disso! - insistiu o Walsh indo em direção ao morto.

Enquanto Gleen, T-Dog, Rick e Shane corriam até o andarilho, Andrea ajeitou sua mira e atirou acertando o peito do zumbi, mas quando os homens chegaram mais perto puderam notar que era Daryl voltando de sua procura.

Após ouvirem o tiro, as mulheres correram para fora e os homens levavam Daryl para a casa.

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- Achei a boneca bem no leito do riacho. - Daryl estava deitado em uma das camas, sendo costurado por Hershel. - Ela deve ter deixado cair enquanto cruzava por ali.

- Corta a área quase pela metade. - concluiu Rick.

- De nada. - debochou Daryl enquanto observava o trabalho árduo de Hershel em o costurar.

- Não fazia ideia de que ficaríamos sem antibióticos tão rápido. - disse Hershel. - Alguma ideia do que aconteceu com o meu cavalo?

- Sei, aquele que quase me matou. Se for esperto, saiu do país. - disse Daryl.

- Nelly é uma égua brava, eu teria dito se tivesse me perguntando. - rebateu Hershel, demonstrando seu descontentamento a Rick.

O homem não estava gostando da estadia de desconhecidos em suas terras, mas Rick tentava manter seu pessoal na linha.

Depois de limpar o corte de Daryl, os três homens o deixaram sozinho e foram até o corredor, onde Lóri e Amelie aguardavam.

- Ele vai ficar bem. - Rick garantiu as duas mulheres.

Naquele momento um peso havia sido retirado dos ombros da Horvath, era como se o ar tivesse retornado aos seus pulmões.

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Era a hora do jantar e Amelie quase não comeu, decidiu levar um prato para Daryl. O homem estava deitado, coberto de curativos, seria difícil para um homem como aquele permanecer parado.

- Ei, como você tá? - ela fechou a porta e deixou o prato de comida do lado da cama.

- Não dá pra ver? - ele ironizou, parecendo raivoso.

- Eu trouxe o jantar. - ele se virou para encara-la, mas logo voltou a encarar a parede. - Você é um bom homem, Daryl Dixon.

- Pff. - ele debochou, acreditando que não era verdade. - O Shane e o Rick teriam feito o mesmo.

- Vou deixar você descansar! - ela se preparou para sair, mas antes de tudo, se aproximou dele e beijou suavemente sua bochecha.

- Cuidado, eu tenho pontos! - ele comentou, um comentário que serviu de escudo para sua vergonha após o ato.

Naquela noite, Daryl foi dominado pelo cansaço, ele dormiu como nunca. Amelie era diferente, um anjo puro como aquele jamais poderia o enxergar com outros olhos. No fim, Merle Dixon estava certo aquela garota só o procurava para salva-la.

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No dia seguinte, Carl já estava disposto novamente e estava se recuperando e Daryl estava alojado em uma das barracas. Amelie se perguntou se deveria ir até lá ou simplesmente deixar o homem, mas sua curiosidade a levou até ele.

- Tudo bem, Caipira? - ela entrou e pôde ver o homem deitado, encarando um livro fechado.

Ela não se lembrava de sequer uma vez ter visto Daryl Dixon ler um livro, mas ele precisava de mais dois dias de repouso.

- Pff. Tá desde ontem me chamando assim, garota. - ele deu um sorriso de lado, torcendo para que isso passasse despercebido por ela e jogou o livro em um canto.

- Achei que combinasse com esse seu sotaque sulista. - ela brincou e ele soltou um riso fraco, parecia lutar para não se entregar as brincadeiras da garota.

Daryl era um homem sério, não falava mais que duas palavras com outras pessoas, a não ser que estivesse em uma briga. Era cabeça quente e introvertido. Mas com Amelie ele sentia a necessidade de falar. Queria falar. Queria ter coisas interessantes a dizer.

- Posso te perguntar uma coisa? - ela mordeu os lábios, nervosa.

- Você vai perguntar do mesmo jeito. - ele bufou e ela sorriu.

- Por que tá fazendo tudo isso pela Sophia? - ela sabia que poderia ganhar uma resposta muito rude e que poderia nem ouvir mais a voz do homem, mas precisava.

Por que aquele homem tinha tanto interesse em ajudar uma garotinha de que nem era próximo? Heroísmo?

- A garota tá perdida. - ele deu de ombros, não querendo falar mais nada.

Ela suspirou e acenou com a cabeça, sabendo que não iria arrancar mais nada do homem, mas quando estava prestes a sair ele começou a dizer.

- Quando eu era garoto, queria que alguém procurasse por mim. - ela se virou para encara-lo e ele fez o mesmo, demonstrando que estava dizendo a verdade.

A verdade era que, Daryl passou inúmeras noites solitárias na floresta e tudo o que queria era saber que alguém sentia sua falta e o encontrasse. Mas seu pai costumava beber demais, se drogar demais e festejar demais com garçonetes de beira de estrada.

- Quer saber por que eu pedi pra você vir para o acampamento no dia em que nos conhecemos? - ela sorriu com os olhos, parecia que precisava dizer aquilo ao Dixon.

Daryl ficou surpreso, ele não imaginava que ouviria tanto daquela garota. Na verdade, ele nem pensava que iria ouvir algo, para ele, aquela garota seria mais uma do acampamento, alguém que jamais olharia para um Caipira grosseiro e sem futuro como ele.

- Por que você fez esse mesmo olhar. - ela sorriu sem mostrar os dentes e o encarou da forma mais gentil que conseguiu. - O olhar de que eu podia confiar em você.

Daryl Dixon não era o homem mais gentil que já habitará esta Terra, mas seu coração era bom. Ele não era ruim, na verdade se Amelie Horvath pudesse descrevê-lo, ela diria que ele era "uma alma machucada". E é claro, se Daryl pudesse descrevê-la, ele diria que ela era "um anjo".

As provocações, os apelidos e até um simples prato de comida que ela lhe entregava o deixavam confuso, mas o fato era, Amelie Horvath se importava com ele.

Dead Inside - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora