12. ᴀssᴏᴍʙʀᴀᴅᴏ

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QUANDOS OS MORTOS VOLTARAM A VIDA, ninguém sabia o que realmente estava acontecendo

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QUANDOS OS MORTOS VOLTARAM A VIDA, ninguém sabia o que realmente estava acontecendo. Milhares de famílias nas estradas, a fome dominando e os militares sem respostas.

Amelie lembrava da noite em que conheceu seu grupo.

No meio da estrada e esperando por alguma resposta, ela viu famílias desesperadas por comida. Seu pai havia guardado alguns mantimentos que durariam mais dois dias, no banco de traz Gleen estava apagado enquanto T-dog olhava novamente o mapa.

Gleen e T-Dog. Aqueles dois homens que haviam se juntado a eles no meio do caminho. Na segunda noite de confusão, Dale viu os dois precisando de ajuda e os colocou em seu trailer, desde então eles se uniram para sobreviver. Apesar de Dale mal deixar a garota respirar fora do trailer. Talvez o velho estivesse certo, eles não sabiam o que eram aquelas coisas.

Um estrondo surgiu de repente, assustando a todos.

- Eu vou dar uma olhada. - T-Dog disse, enquanto saia do trailer e entrava na floresta.

Sem conseguir se conter, Amelie foi atrás e quando viu, a cidade estava em chamas. Era um completo caos. Daquela bela cidade, apenas restariam cinzas.

¤

Na manhã seguinte, as mulheres já acordaram para o trabalho e os homens para a procura de Sophia. Daryl revelou ao grupo o que havia visto.

- Vou pegar um cavalo e dar uma olhada nesse monte. - o Dixon contou.

- Boa ideia! Talvez o seu chupa-cabra possa estar lá também. - brincou T-Dog.

- Chupa-cabra? - Amelie perguntou, tentando segurar o riso.

- Daryl não te disse? - perguntou Andrea. - O Daryl disse que essa coisa toda lembrou de quando ele era criança e foi caçar esquilos e encontrou o chupa-cabra. - ela revelou e o garoto que vivia na fazenda riu.

- Do que você tá rindo, ai babaca? - o Dixon perguntou, se estressando.

- Então você acredita num cão sanguessuga?

- E você acredita em mortos andando por aí? - o homem rebateu.

- Ei, já atirou com uma dessas? - perguntou Rick, vendo o garoto tentar pegar uma arma.

- Se eu vou junto quero uma. - ele insistiu.

- Você quer uma e quem tá no inferno quer sorvete. - o comentário veio de Daryl, que logo agarrou sua besta e saiu a sua procura.

Enquanto Rick e Shane iam para a mata, Amelie decidiu ajudar Maggie na fazenda. Cuidou dos cabelos no estábulo e alimentou as galinhas, tudo isto para distrair sua mente da pobre garotinha perdida na floresta. Assim que voltou ao trailer, pôde ver seu pai, ele estava distante e pensativo.

- Qual o problema? - ela perguntou se aproximando do homem.

- O que você acha do Shane, querida? - aquela pergunta era no mínimo estranha.

- Ele não é um dos homens mais agradáveis que já vi, mas não devemos nos preocupar com ele, certo? - ela pontuou sentando-se ao lado do pai, curiosa com o que estava por vir.

- Eu acho que ele é perigoso. - concluiu Dale. - A história do Otis, eu acho que Shane fez alguma coisa com ele.

- Acha que Shane matou o Otis para se salvar?

- Não quero acusar ninguém, mas quero que fique de olho, raio de sol. - ele finalizou apertando levemente o queixo da garota e saiu andando.

¤

Enquanto isto, no meio da floresta, Daryl Dixon andava em seu cavalo. Com precisão, sua flecha acertou mais um esquilo para o jantar. Ele agarrou o animal morto e seguiu com com cavalo, pouco tempo depois ele viu o riacho e algo chamou sua atenção: a boneca de Sophia.

- Sophia! - ele gritou, mas não obteve resposta.

De volta em seu cavalo ele andou mais um pouco até o animal se assustar com uma serpente que cruzava o caminho, ocasionando uma queda a Daryl, que rolou monte abaixo até cair no riacho. O cavalo fugiu e Daryl foi atingido por uma flecha. Sua própria flecha.

Rastejou até uma pedra, onde poderia se encostar, cortou a manga de sua camisa e amarrou sobre seu ferimento. Agora, ele teria que subir até o topo novamente. Mas antes, ele ouviu o farfalhar das árvores, sinalizando que havia um zumbi por perto.

Ele iria subir. Suas mãos agarraram as raízes na terra e tentava firmar seus pés, escalando aquele enorme monte.

- Já subiu a metade, não seja frouxo. - ele dizia para si mesmo.

Quando estava quase chegando, seus pés escorregaram com a terra e ele caiu. Mais uma queda, seu corpo não poderia aguentar. Havia batido a cabeça e adquirido uma febre por conta de seu ferimento. Estava delirando. Assim que abriu seus olhos novamente, viu uma figura conhecida: Merle. Aquele filho da mãe.

- Por que não tira logo essa flecha, panaca? - o irmão mais velho disse. - Vai poder cuidar da ferida melhor.

- Merle. - Daryl disse em um sussurro.

- O que tá acontecendo? - Merle perguntou, de maneira debochada. - Tá fazendo uma ciesta?

- Dia ruim, mano. - ele sussurrou de volta.

- Quer que eu traga um travesseiro? - o mais velho debochou, dando um sorriso de lado. - Talvez massagear seus pés?

- Vai se ferrar!

- Você é quem tá ferrado, pelo o que eu tô vendo. Todos os anos que passei tentando fazer de você um homem e é isso que recebo? Olha só pra você! Deitado ai no chão, como um troço inútil. Você vai morrer aqui, maninho e pra que?

- Garota. Perderam uma garotinha.

- E você liga pra garotinhas agora?

- Cala a boca!

- Por que eu tô vendo que não está mais procurando pelo velho Merle.

- Tentei te encontrar.

- Tentou coisa nenhuma. Você sumiu, cara! Caiu fora na primeira chance que teve.

- Você caiu fora, tudo o que tinha que fazer era esperar. O Rick e eu voltamos por você.

- É o mesmo Rick que me deixou algemado no telhado, é? Me forçou a cortar minha própria mão, é dele que estamos falando? Você é a cadela dele agora?

- Eu não sou cadela de ninguém.

- Não, você é cadela daquela garota. Aquele rabo de saia com olhos assustados, só esperando um Caipira que nem você salvar a bunda dela. O Bambi mexeu mesmo com você, maninho. Você é uma piada, dando uma de garoto de recados para um monte de fracotes negros e democratas. Pra eles você é uma aberração, é só isso que você é. Eles estão rindo de você pelas suas costas, mas eu tenho um aviso, um dia desses eles vão tirar você do caminho como uma merda de cachorro. Não são sua família, seu sangue. Se você tiver cérebro nessa sua cabeça oca, vai voltar lá e atirar no seu amigo Rick pra mim. Levanta logo daí antes que eu arrebente seus dentes.

Assim que Daryl voltou para si, pode ver um andarilho quase o mordendo, ele deu um chute no morto vivo e pegou sua besta, acertando uma flecha no crânio do zumbi, esmagando outro que se aproximava e com a flecha que estava cravada em seu corpo acertou o último. Enquanto subia, ele ainda podia ouvir a voz de Merle em sua cabeça, até chegar ao topo.

- É melhor você correr!

Dead Inside - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora