03- Cibo giapponese, tofu e tanto vino (anche vodka)

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Diluc's pov.
Sinceramente, parecia que o universo tava fazendo algum tipo de conspiração contra mim. Tudo estava dando errado, e ainda eram duas da tarde. O meu trabalho já era cansativo o suficiente por si só, mas o garoto Venti conseguia deixar ele mil vezes pior. Venti só se metia em confusão, nunca me escutava e fazia algo que a agência pedia. Só me estressava. Toda essa merda que aconteceu hoje foi quase o meu limite, é como se ele fizesse de propósito só pra me irritar.

Sendo bem franco, o que ele tem na cabeça? Sair correndo por aí na merda de um almoço importante para eu encontrá-lo com a porra de um anão raivoso (vulgo, Xiao). Ele já estava me tirando do sério, o pouco de paciência que ainda me restava estava indo embora bem rápido, sem falar de todos os outros problemas que ele se mete e sobra para quem resolver? Eu, é claro. Eu não sei mais o que fazer com Venti para que ele me escute, nem que seja uma vez na vida. Mas, apesar de tudo isso, ele é um bom garoto. Pode ser que na maioria das vezes eu só passei raiva com ele, mas eu nunca me perdoaria se algo de ruim acontecesse com ele.

Estou com Venti desde que ele tinha quatorze anos, foi meio impossível não me apegar à ele. 

Author's pov - Venti & Diluc. 

Aquele dia estava sendo uma merda para Venti, nem parecia que era uma tarde de sexta, na verdade, a semana toda estava uma merda. A única coisa que iria deixar a semana meio ruim é o jantar que ele teria com seu "pai" Zhongli, não faz muito tempo desde a última vez que se viram, mas o garoto de tranças estava muito ansioso para ir jantar com ele. Às vezes o bardo sentia falta de quando passou um tempo na casa de Zhongli, os jantares todos sábados o ajudavam a matar um pouco a saudade e relaxar um pouco por causa do trabalho, e Venti amava esses jantares.

Pois bem, após Diluc "jogar" Venti dentro do carro e passar um bom tempo lá fora conversando com Xiao sobre algum assunto que o mesmo não sabia, ele volta para o carro com aquela mesma cara feia de sempre e dirige ao menino de tranças as seguintes palavras: "Você nunca aprende, né? Sempre faz o que bem entende, nunca pensa na merda que suas ações podem dar pros outros, você é um completo egoísta. Não ache que só porque tem a porra de seguidores no Instagram, que você é mais importante do que qualquer outra pessoa. Sabe quantos problemas eu tive que lidar por causa de coisas que você fez?!" diz Diluc, apontando para a face de Venti. Como se não fosse o suficiente, Diluc continua: " Nem tudo gira em torno de você e seus problemas, ninguém vai parar sua vida toda por sua causa, comece a ter o mínimo de senso de responsabilidade pelas merdas que você faz. Nem todo mundo é obrigado a aturar isso."

Quando o mais velho proferiu essas palavras a Venti, foi como ter levado um balde de água fria. O que mais perturbava Venti, era que tudo que Diluc tinha dito estava certo. Ele era egoísta, uma pessoa terrível, às vezes ouvir a verdade pode ser algo um pouco difícil de ser digerido. E enquanto Diluc falava aquelas verdades na cara de Venti, mais e mais lágrimas se formavam nos olhos do bardo, a respiração ficava cada vez mais descompassada, um turbilhão de pensamentos passavam na cabeça dele, suas mãos e pernas começaram a tremer e seu lindo rosto que antes era angelical suava frio. Se acalmar era praticamente impossível na situação.
Percebendo que havia algo de errado, Diluc tentou acalmar Venti. Não é preciso dizer que não ajudou muito, ele era péssimo em se desculpar e assumir erros, então o pedido de desculpas saiu mais como outro xingamento.

"Olha Venti, sei que seu trabalho pode ser um saco e bem estressante, mas isso não significa que você possa sair por aí fazendo o que quiser. Mas, o jeito que falei também não foi dos melhores. Sinto muito se você se sentiu chatea-"
O mais velho não consegue terminar sua frase, o som da porta do carro abrindo impede o mesmo de continuar seu "pedido de desculpas". Mesmo no estado que estava, e soluçando, Venti ainda tinha forças para conseguir abrir a porta do carro e sair. Antes de fechar a porta na cara de Diluc, o de tranças começou a falar: "Sabe… Não fale como se eu não estivesse ciente das minhas atitudes, como se as suas também fossem completas e absolutamente condizentes, não é? Estou ciente de que sou egoísta, mas não sou o único aqui." O bardo ainda soluçava enquanto falava, com lágrimas escorrendo pelas bochechas. Mas tinha algo de diferente, o seu olhar. Seu olhar tinha raiva.

Não tinha muito o que ser dito naquela altura. Tanto o que Diluc e Venti falaram estava certo, os dois não passavam de egoístas que agiam de acordo com seus próprios interesses. Ainda com aquele olhar de raiva, Venti fechou a porta do carro (com bastante força) e saiu correndo, desaparecendo em meio de becos sujos e atravessando ruas. E quanto a Diluc? Ele entendeu que não devia ir atrás de Venti, apenas o deixou ir embora sem dizer nada. Essa tarde estava sendo uma merda.

das Fernweh - xiaoven ficOnde histórias criam vida. Descubra agora