Eren olhou para a figura baixa e atraente de cima, encarando os olhos estreitos azuis que o olhavam com uma devoção quase palpável. A pele era tão pálida, os olhos estreitos eram azuis acinzentados, os cabelos eram perfeitamente cortados e alinhados; no entanto, havia algo diferente ali: a cada vez que a luz do poste piscava conseguia ver claramente a sombra de duas asas enormes atrás daquele pequeno corpo e achou aquilo no mínimo estranho, mas estava fascinado pelo corpo pequeno a sua frente mais ainda pelos cabelos serem ébanos.
Ali estava a cura da sua mãe.
— Hum, oi? Quem é você? — Eren questionou, curiosidade o corroendo mais ainda ao identificar a voz do homem à sua frente.
— Me chamam de Levi. — Ele deu de ombros, mãos dentro dos bolsos da calça preta e um olhar predatório sobre o mortal.
— Por que me conhecer pessoalmente? Você...
— Você gosta de perguntar, não é? — Ele pareceu bravo por um momento e Eren engoliu seco. — Pensei que tivesse ficado claro aquele dia no trailer. Eu estou te observando desde o dia do seu nascimento.
Eren parou no mesmo momento e lembrou-se que um dos demônios que possuiu o corpo de Ymir falou algo como "ele está rondando o garoto desde o nascimento". Então ele era Levi?
Significava que Levi era...
— Sim, eu sou um demônio, Eren. — A voz de Levi rompeu, rouca e calma, fazendo com que o garoto tivesse arrepios por todo o corpo. Não era bem aquele tipo de ajuda que pensou que teria quando as entidades proferiram as profecias, na verdade pensou que o jovem de cabelos ébanos fosse... — O quê? Estava esperando um príncipe em um cavalo branco? Não me faça rir, garoto.
"Oh, você consegue ler o que eu penso?"
— Eu sou um demônio, imbecil.
"Só estava testando."
— Engraçado, você estava se cagando de medo há um minuto atrás.
"Ainda estou na verdade."
— Que se foda, se quer continuar com gracinhas significa que sua querida mãezinha está bem, não é?
Eren engoliu seco. O demônio era baixo, sabia onde atacar e onde doía. Lembrou-se da situação de sua mãe instantaneamente e suspirou fundo. Será que aquele ser que estava à sua frente era realmente a chave para libertá-la? Segundo as profecias ditas para ele no trailer de Ymir, a cura da sua mãe viria em uma espécie de acordo com um jovem de cabelos ébanos e ele estava bem ali.
— Ela não está bem e acho que você sabe disso... — Eren começou. — Hoje eu fui visitá-la e...
— E?
— Ela está muito debilitada, se continuar assim... — Ele parou de falar, olhos cheios de lágrimas no processo ao lembrar-se da visita que fez aquele dia e sua mãe simplesmente não acordou, debilitada e fraca demais, dormiu praticamente o dia todo devido a forte medicação que estava sendo aplicada. O nó na garganta estava lá, principalmente quando lembrou-se que a vida dela estava praticamente por um fio e sua alma foi lida pelo demônio de forma limpa.
Levi bufou com todo aquele sentimentalismo de repente. Jamais iria compreender emoções e sentimentos mortais como aqueles que Eren estava demonstrando. Para ele, um demônio, esses eram apenas brechas e lacunas que humanos eventualmente abriam para que conseguissem agir da forma que quisessem. Sempre foi assim: os demônios usavam das fragilidades e fraquezas humanas, onde mais doía e incomodava. Eram sujos, profanos e imundos.
E se gabavam por isso, no fim.
Com um olhar entediado e pensando na profecia que envolvia ambos, Levi revirou os olhos, estalando a língua no céu da boca.
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PACTO (ERERI - RIREN)
Fanfiction- 「RIVAERE/RIREN | SOBRENATURAL&TERROR | EREN!human + LEVI!demon」 Onde Eren se vê diante de uma escolha que mudaria para sempre sua vida: ver sua mãe morrer em cima de uma cama de hospital com um câncer em estado terminal ou vender sua alma ao demôn...