Iai de volta por aqui. Comentem 🔪
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- Você sabia que esses quadrinhos são ilegais aqui?
- Se eu te mandar sair do meu quarto, quais são as probabilidades de você me denunciar. - Respondo, ela me deixou a incerteza se era uma brincadeira.
Ela olhou uma última vez pras minhas coisas espalhadas, contraiu os lábios, como se quisesse que eu notasse a vontade que ela tinha de rir naquele momento.
- Superman venceria o Hyperion molezinha.
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Momo cantava com Chaeyoung a música do comercial, aquela brega do biscoito de Pepero, brigavam pela vassoura que serviu de microfone.
Félix sentado no chão de madeira, sem cantar, mas batendo palminhas. Ele mexia os quadris sutilmente com ritmo da música. Félix é esquisito.
Olhei pra Mina sentanda no chão de pernas cruzadas lendo algum livro, encostada no pequeno guarda roupa, se ela soubesse que estava cobrindo os adesivos de City Hunter, ligaria pra importância emocional que Ryo Saeba (O protagonista) tem pra mim. Mina fazia balé. Isso fazia a postura dela ser sempre perfeitamente ereta. Já a minha postura? Minha postura grita.
Apertei meus olhos pra tentar ver a capa do livro. Estou sem óculos, o que dificulta meu sucesso fazendo isso.
"Sijô - Um clássico de poesiacanto coreana"
- Pepero! - Momo e Chaeyoung gritaram juntas, na divisão de ambiente entre Mina concentrada, e o caos.
Odeio o barulho deles, mas odeio a sensação de frio na barriga e ansiedade de pensar na parte que vão embora, de ficar sozinha.
E a ansiedade me faz querer ir ao banheiro, que inclusive, Nayeon estava usando, faz duas horas que ela esta fazendo touca.
A porta do quarto se abre, uma Nayeon com toalha na cabeça parou na porta, com o rosto mais sereno possível, e acho que devo me preocupar.
- Vocês podem por favor abaixar o volume da tv? - Ela falou. Sua calma me assusta mais do que quando parece furiosa.
Ninguém pareceu dar muita atenção, Chaeyoung e Momo continuaram pulando, Félix não escutou, Mina provavelmente sim, mas ela decidiu não olhar, ela era a última que deveria responder por eles. Eu fingi não escutar também.
Ela fechou os olhos a apertou os punhos, estava se preparando pra surtar. Tapei meus ouvidos porque Nayeon consegue chegar a notas bem mais altas das que eu posso advinhar.
- Porra, abaixa essa droga! - A voz dela soou por todo o quarto, e quarteirão.
Todos pararam, todos olharam pra só um ponto, e todos ali odiavam Nayeon.
Acho que sei porque Nayeon vive gritando. As pessoas só dão atenção quando ela te xinga, quando age pior do que realmente é. Ela estava segurando a toalha no corpo então não acho que vá bater em alguém agora.
- Obrigada meninas. E Félix, você está aí. - Nayeon deu um sorriso. Ela não era gentil, não era amigável, devia ser porque ela era mais velha, mas não conseguimos nos dar bem com ela.
- Alguém sufoque a Nayeon por favor. - Vi Momo dizer se levantando do chão pra se jogar na cama - Alguém?
Chaeyoung levantou o braço sem fé nessa possibilidade, mas era o que todos queriam.
- Por que a touca dela não pega fogo? - Falei pensando se ela ia fazer ou não muita falta.
Elas concordam.
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what happened that summer of 88? - satzu
RomanceA amizade de Chou Tzuyu, e Minatozaki Sana, a recém chegada dos Estados Unidos com os pais hippies, é a base de coisas não legalmente "permitidas", tudo no quarto dos fundos da loja de discos. Em uma Coréia conservadora, de 1988. ©® Caso queiram com...