Riscar a madeira do balcão me parecia muito divertido.Não, estava um tédio tremendo a ponto de fazer marcas de grafite na madeira ficarem mais ou menos engraçados. O lápis já estava sem ponta, eu mesma quebrei. E Sana e Ryunjin? Quero saber quem vai cortar primeiro essa conversa sobre coisas que as duas tem em comum.
Quer dizer, até o momento, eu achei que eu era a pessoa com essa conquista no jogo. Gostamos de ler as mesmas coisas, ok, não parei pra pensar que não gostamos das mesmas bandas, ao contrário, Shin tem isso na lista dela. Beatles, ultimamente está na minha lista também: Das coisas que mais odeio.
- Não sabia que você curtia essas coisas Chou, no caso, cultura. - Ryunjin dirige sua palavra a mim, se vira depois de passar minutos conversando com Sana, o que é aproximadamente horas.
- Eu não curto tanto. - Respondo, indecisa. Curtia, mas depende. - Não Beatles.
- Eu tenho alguns, vocês sabem guardar segredo né. - Afirmou, o motivo de tanta certeza era todo os outros segredos na loja.
Sana, é claro, ri condizente. Abaixa no balcão e guarda algumas coisas ainda de cima do próprio balcão.
- Nem adianta, eu vi que era maconha. - Ryunjin pontua. Olho pra Sana, subitamente compartilhamos cinco segundos de tensão. E relaxamos. - Nenhuma coisa mais pesada?
Minatozaki surge rispidamente de trás do balcão.
- Pergunta denovo, e cê vai ralar peito. - Diz segura.
Ryunjin não parece na defensiva o que seria da índole dela, está apática, estende a mão.
- Ryunjin.
Parece que percebeu que conhecem os Beatles, mas não se conhecem. Minatozaki apalpa o ar e a sua mão vai até a de Shin.
High five, foi um é um prazer esquisito. As assisto, não tenho certeza se quero saber aonde o próximo take vai dar.
📼📼📼
Ir daqui até a direção de Félix é uma eternidade, na verdade, dar um passo é doloroso. E quão foi doloroso pra Chaeyoung ir pedir desculpas pra cuzona que eu sou? Me apego a esse pensamento e chego perto. Ele está organizando sacolas em uma caixa, pra irem embora na traseira de um carro.
- Não tem pão velho.
- Acho que você já sabe então o que eu vim fazer.
- Sei. - Ele coloca as mãos na cintura, acho essa ofensiva arrasadora, as minhas mãos, eu ponho pra trás. - Começa.
- Eu? - Achei que vim preparada, e aqui estou desprevenida. - Por que?
- Se é sobre você então pergunte pra você. - Ele aspirou bastante ar, e hoje estava meio frio. Ficou enrolando, por mais que parecesse o próximo a falar. - Olha, é besteira, somos bons em esquecer.
- Pedir desculpas é importante. - Intercalo os olhos em Félix, e pra baixo, a primeira coisa não consigo por tanto tempo. - Perdoar, nem sempre.
Uso as palavras que ouvi de alguém, em mim ficou ridículo.
- Uau.
Essa onomatopeia me deixa o esperar esperançosa, e espero.
- Acho que de uns tempos pra cá você realmente deu uma mudada, Tzuyu.
Me checo, toco até na bainha da blusa e puxo pra baixo.
- Me sinto exatamente a mesma. - Respondo. Incerta.
- Não tenho material científico pra dizer isso, mas é uma catástrofe. - Ele diz com um sorriso de orelha a orelha. - Talvez, seja o efeito Sana.
Abro bem os olhos, não sei dizer ainda sobre a forma que escutar alguém mencionar isso me pega de cheio.
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what happened that summer of 88? - satzu
Roman d'amourA amizade de Chou Tzuyu, e Minatozaki Sana, a recém chegada dos Estados Unidos com os pais hippies, é a base de coisas não legalmente "permitidas", tudo no quarto dos fundos da loja de discos. Em uma Coréia conservadora, de 1988. ©® Caso queiram com...