o ônibus de hippies do outro lado da cidade.

344 22 27
                                    


Coreia, 1988

     🦸‍♀️

Fui pra casa, o que não tem nada de novo, sempre que alguma coisa dar muito errado, sempre que eu me sinto confusa, sempre que eu me sinto deslocada, assustada, e, hediornamente, com raiva de Sana.

- Tzuyu?

Escutei meu pai, era eu top 5 de coisas que eu não queria ouvir agora, necessariamente não nesse momento. Respondi, só que não tirei o rosto do meio do travesseiro.

- Tive tempo de fazer algo, não vai comer nada?

Já que eu precisava responder que não estava com um pingo de fome, neguei balançando a cabeça. Sei que podia ser importante, mas não estou mentindo. Não sou uma mentirosa!

Fechou a porta e não me perguntou mais nada, o que não significa que ele é um pai ruim.

Fiquei imaginando as um milhão de possibilidades de tudo que eu podia ter feito diferente nesse dia. Podia ter dado um soco na cara daquela garota, mas não teria essa chance se não tivesse pulado no lago, e se eu não tivesse entrado no lago? Se caso não tivesse ido. Eu não sei, quando amanheceu não lembro no que dormi pensando.

     📻📻📻

Na escola procurei pelos outros, cheguei na sala, e como o esperado, só Momo não virou a cara pra mim. Ela acenou pro meu lugar como se estivesse preocupada que eu notasse o clima que eu deixei. Também não tentei falar com Félix ou Chaeyoung, nem eles comigo. Não peço desculpas pras pessoas, não acho que preciso, e não consigo.

- Ei. - Momo tentou chamar no meio da aula de literatura coreana, nossas cadeiras eram lado a lado entre a fileira. - Pra aonde foi ontem? Você sumiu. Ficamos te procurando.

- Eu tenho certeza que não ficaram. - Impulsivamente disse por saber que estraguei a noite deles, não faria sentido me procurarem. Momo endireitou-sse no seu lugar feito tivesse acabado de descobrir o verdadeiro vilão inimaginável (que nem quando foi descoberto quem na verdade era Justin Hemmer, e ele também era idiota) Não sei o que a expressão dela diz, mas deve achar que agora sim Félix e Chaeyoung tem razão.

Peça desculpas, por favor, peça desculpas Tzuyu.

O sinal tocou e não pude continuar meu dilema. Chaeyoung levantou primeiro querendo muito escapar da minha presença, Felix acenou mas está me evitando também. Momo, antes dela sair supliquei segurando nas  mãos dela, não supliquei supliquei. Só não queria mesmo que ela fosse também.

- Escuta. - E agora? O que as pessoas falam depois? - Não sei como você entendeu quando eu disse que não sentiram a minha falta ontem.

- Chaeyoung e Félix tão putos com você, eu nem sei o que rolou com o Félix e se foi o mesmo com a chaeyoung. - Momo me olhou, me decepcionei por a ver ressentida por eu ter sido a babaca, ela parece encurtar o resto da nossa conversa, diz;

- Somos seus amigos. Mas você tá numa fria Tzuyu.

- Eu sei. - Digo, mas não tenho certeza com relação ao contrário. - Diz que eu sei que fiz besteira.

- Eu não, você tem boca. - Momo ri da minha cara e dá meia volta. - Diz você, até mais e boa sorte aí.

Ok, eu digo. Não sei como e quando. E Momo e péssima aconselhando, espero que ela nunca tenha filhos.

Já que hoje estou sozinha, e quando digo sozinha, estou realmente sozinha, infelizmente, ou felizmente, não falo com mais ninguém na escola.

- Aí caramba.

Olho ao arredor, não posso afirmar que alguém falou comigo, Shin Ryujin estava do meu lado.

- Chou Tzuyu, não tinha reparado que você era solitária.  - Só aí reparei que  Shin Ryujin falava comigo. -  Quem diria.

what happened that summer of 88? - satzuOnde histórias criam vida. Descubra agora