Capítulo 2

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— Até que não é nada mal — apesar das palavras moderadas, os olhos de Red brilhavam ao observar o vasto pátio a frente deles.

Flanqueado por vários quiosques, lojas e restaurantes, o vasto pátio esbanjava um belo jogo de cores azul bebê e prateado. Viram planadores deslizando pelo chão e ou planando no ar indo se um lado ao outro, robôs serviçais catando o lixo ou auxiliando as formas de vida presentes naquele local.

Tudo isso com o céu do espaço decorando a vista superior deles. Milhares de estrelas brilhando num show permanente de luzes naturais, dando mais um grau de iluminação fornecido pelas centenas de lâmpadas pregadas ao longo do vasto teto prateado daquela parte da estação espacial.

— Nunca me canso de ver lugares assim — ouviu Ôm comentar ao seu lado, satisfeito.

— É, né? — após alguns segundos deslizando o olhar para apreciar cada metro quadrado do lugar, Red tornou sua mente ao mundo real. — O que acha da gente comer alguma coisa antes de começar o trabalho? A gente chegou cedo mesmo.

A imagem de um "!" surgiu brilhando em vermelho no visor de Ôm.

— Ah, perfeito. Estava querendo mesmo recarregar as baterias.

— Ótimo — segurou firme a alça da mochila. — Vamos andar por aí e ver qual restaurante tem comida com uma melhor aparência — disse de um jeito meio desleixado.

Seguindo ao longo da vasta fileira de restaurantes e lojas, cujos aperitivos exibidos em suas vitrines e cartazes de promoção possuíam uma aparência bem convidativa, os dois viajantes espaciais se depararam com um estabelecimento de aparência bem peculiar.

— Olha, que coincidência filha da mãe — com um sorriso despretensioso, Red pôs ambas as mãos na cintura e fitou a placa que esbanjava o largo e brilhante nome do estabelecimento em tons púrpura Néon.

— "Cyber Lanche" — leu Ôm. — O mesmo local do nosso trabalho — direcionou seu visor para Red. — Mas esse local não era só uma espécie de Lan House?

Red pressionou alguns botões de seu relógio, a procura de mais informações do local.

— Parece que eles ainda não atualizaram o perfil desse local. A última postagem era de 2 meses atrás.

— Caramba. Então os caras estavam mesmo desesperados no pedido desse trabalho.

— Por isso que vamos logo comer alguma coisa e terminarmos isso — os dois se dirigiram até uma das várias mesas desocupadas.

Se eles estão mesmo com problemas nos servidores há 2 meses, então porque não pediram ajuda a ninguém? Red estreitou seu olhar aos seus flancos.

Agora que mantinha um foco em seus olhos, podia notar que alguns homens portavam uma aparência diferente dos outros clientes e trabalhadores da estação. Vestiam roupas grossas e escuras, além de portarem armas que, se a sua experiência não o enganava, poderiam ser proibidas em vários planetas.

Vislumbrou um dos homens falando algo a um dono de loja que o deixou encolhido num canto quando tornou sua atenção a mesa. Uma vez sentados, os dois esperaram serem atendidos por alguém.

O bom dessas estações é que nem precisamos ir nos balcões. Os atendentes vêm até nós.

Notaram que boa parte dos garçons eram compostos por robôs. Uma em específico chamou a atenção de Ôm: uma robô rosa com forma humanoide carregava uma bandeja e dirigia-se aos clientes em uma outra mesa.

Ôm ficou a seguindo com o olhar de maneira distraída, um coração rosa surgindo em seu visor.

— Se você tivesse boca, eu diria que era para você fechá-la, porque com certeza estaria vazando óleo.

O Caçador Vermelho (One-shot)Onde histórias criam vida. Descubra agora