Red congelou. Não era do tipo de pessoa que se acovarda por qualquer coisa. Porém, se fizesse alguma gracinha, não saberia se Andressa e Davi seriam capazes de se defender.
— Você é surdo? — pelo tom da voz, parecia ser um homem grande e bem grosso. — Eu estou falando com você.
Red se virou lentamente, afim de não representar nenhuma ameaça para ele (apesar de que andar com uma espada presa na sua cintura não ajudaria a criar essa imagem).
Quando teve uma visão completa do homem, Red conseguiu identificar que ele trajava o mesmo uniforme que aqueles outros homens que ameaçaram um dono de loja mais cedo. A diferença era que o homem parecia ser uma armário com 2 metros de altura, cujos músculos pareciam ser capazes de quebrar os ossos de Red.
Andressa recuou alguns passos, apreensiva, pondo seu irmãzinho atrás de si com sua mão trêmula, mordendo o canto do lábio.
Ôm permaneceu inerte, observando a situação e o homem que fitava Red de cima, o olhar sério e ameaçador.
Vendo o tipo de homem que julgava ser ele, Red reduziu-se a falar:
— Não, senhor — disse com um sorriso despreocupado. — Eu só estava distraído na minha conversa. O que o senhor deseja?
O homem abaixou um pouco a mira da arma de aparência ilegal e começou a falar num tom que poderia intimidar até um homem adulto.
— Nada. Só estava cumprindo minha patrulha.
— É mesmo? Bom trabalho para o senhor.
Ele guardou a arma de volta no coldre, o que fez Andressa e Davi soltarem um suspiro de alívio.
— Vocês sabem qual é o principal trabalho de um homem da patrulha?
E o nervosismo deles voltou com tudo.
— Eu não sei. Patrulhar? — respondeu Red com aquela pergunta, encolhendo os ombros.
Aquilo pelo menos conseguiu arrancar um leve sorriso de dentes amarelados daquele homem.
— É, e mais uma coisa — começou a rondar lentamente a mesa, com Andressa se assegurando que ela e seu irmão estivessem na outra extremidade, os olhos nervosos sem desgrudar dele. — Garantir que todos cumpram uma certa regra implícita nessa Estação Espacial.
Parou quando ficou de frente para Red, que mantinha sua posição, o olhando de baixo.
— Que regra?
Porque esses caras gostam tanto de enrolar? Falem logo de uma vez e parem de fazer todo mundo perder seu tempo.
— Como você é novo aqui, vou dar uma colher de chá — cruzou os braços maciços sobre seu largo peitoral, o que, estranhamente, conseguia criar uma ilusão de que ele ganhou um pouco mais de altura, para o azar de Red, que precisou erguer mais sua visão. — Todos aqueles que passam aqui devem pagar uma pequena quantia.
— Nós já pagamos o estacionamento.
O homem soltou uma risada, o que fez Andressa recuar instintivamente mais alguns passos vacilantes.
— Aquela é a quantia para entrar — ele esfregou os dedos indicador e polegar. — Agora falta a quantia para ficar.
Agora entendi. Red fitou o homem seriamente, um dos olhos tendo parte de sua visão obstruída por sua franja.
Moveu lentamente sua mão até o seu cinturão, onde uma arma estava guardada em um coldre de couro preto. O homem, notando tal ação, estreitou sua visão, espelhando o ato, pronto para se defender.
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O Caçador Vermelho (One-shot)
Science FictionUma missão do outro lado do universo. Um grupo criminoso dominando uma estação espacial. Pessoas vivendo com medo. Um jovem e um robô vermelhos.