Capítulo 3

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Red congelou. Não era do tipo de pessoa que se acovarda por qualquer coisa. Porém, se fizesse alguma gracinha, não saberia se Andressa e Davi seriam capazes de se defender.

— Você é surdo? — pelo tom da voz, parecia ser um homem grande e bem grosso. — Eu estou falando com você.

Red se virou lentamente, afim de não representar nenhuma ameaça para ele (apesar de que andar com uma espada presa na sua cintura não ajudaria a criar essa imagem).

Quando teve uma visão completa do homem, Red conseguiu identificar que ele trajava o mesmo uniforme que aqueles outros homens que ameaçaram um dono de loja mais cedo. A diferença era que o homem parecia ser uma armário com 2 metros de altura, cujos músculos pareciam ser capazes de quebrar os ossos de Red.

Andressa recuou alguns passos, apreensiva, pondo seu irmãzinho atrás de si com sua mão trêmula, mordendo o canto do lábio.

Ôm permaneceu inerte, observando a situação e o homem que fitava Red de cima, o olhar sério e ameaçador.

Vendo o tipo de homem que julgava ser ele, Red reduziu-se a falar:

— Não, senhor — disse com um sorriso despreocupado. — Eu só estava distraído na minha conversa. O que o senhor deseja?

O homem abaixou um pouco a mira da arma de aparência ilegal e começou a falar num tom que poderia intimidar até um homem adulto.

— Nada. Só estava cumprindo minha patrulha.

— É mesmo? Bom trabalho para o senhor.

Ele guardou a arma de volta no coldre, o que fez Andressa e Davi soltarem um suspiro de alívio.

— Vocês sabem qual é o principal trabalho de um homem da patrulha?

E o nervosismo deles voltou com tudo.

— Eu não sei. Patrulhar? — respondeu Red com aquela pergunta, encolhendo os ombros.

Aquilo pelo menos conseguiu arrancar um leve sorriso de dentes amarelados daquele homem.

— É, e mais uma coisa — começou a rondar lentamente a mesa, com Andressa se assegurando que ela e seu irmão estivessem na outra extremidade, os olhos nervosos sem desgrudar dele. — Garantir que todos cumpram uma certa regra implícita nessa Estação Espacial.

Parou quando ficou de frente para Red, que mantinha sua posição, o olhando de baixo.

— Que regra?

Porque esses caras gostam tanto de enrolar? Falem logo de uma vez e parem de fazer todo mundo perder seu tempo.

Como você é novo aqui, vou dar uma colher de chá — cruzou os braços maciços sobre seu largo peitoral, o que, estranhamente, conseguia criar uma ilusão de que ele ganhou um pouco mais de altura, para o azar de Red, que precisou erguer mais sua visão. — Todos aqueles que passam aqui devem pagar uma pequena quantia.

— Nós já pagamos o estacionamento.

O homem soltou uma risada, o que fez Andressa recuar instintivamente mais alguns passos vacilantes.

— Aquela é a quantia para entrar — ele esfregou os dedos indicador e polegar. — Agora falta a quantia para ficar.

Agora entendi. Red fitou o homem seriamente, um dos olhos tendo parte de sua visão obstruída por sua franja.

Moveu lentamente sua mão até o seu cinturão, onde uma arma estava guardada em um coldre de couro preto. O homem, notando tal ação, estreitou sua visão, espelhando o ato, pronto para se defender.

O Caçador Vermelho (One-shot)Onde histórias criam vida. Descubra agora