CAP I - Descontrair um pouco

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- Não sintas muito a minha falta ok? - disse-lhe Jake ao colocar ambas as mãos em cada ombro do garoto - Não quero nem imaginar que andas numa academia nobre a chorar aos cantos, assim ainda sofres bullying.

-Ei! - exclamou Ethan erritado - Eu não choro sem mais nem menos. Nunca choraria por ti, credo...

- Oh, meu caro amigo, eu sei que me amas - riu Jake envonvendo o maior num abraço apertado, o qual este tentou evitar para não o deixar levar a melhor. Mas ao pensar que não se veriam por um ano preferio apertar também aquele chato que sempre estivera ao seu lado desde jovem.

-Realmente vou sentir a tua falta - disse Jake ainda o apertando.

- Vai ser estranho, sabes ? Sempre estivemos juntos e fazemos sempre tudo juntos...Estou um pouco nervoso - confessou Ethan ao se afastar do abraço.

-Não te preocupes, vamos voltar a ver-nos. Um ano passa num instante. Para além disso encara isto como uma nova aventura. Nós sabiamos que um dia não daria mais para estarmos sempre juntos. - Jake sorriu e Ethan forçou também um sorriso.

- Sim só não pensei que fosse tão cedo...

Como se a despedida de Jake não fosse o suficiente este ainda se tinha de despedir da mãe, o que foi bem doloroso. A mais velha fazia de tudo para se negar a deixar o filho ir quando o comboio já estava prestes a partir. Ethan sabia que ela se iria sentir sozinha, sem o marido e agora sem o filho. Isso fazia com que ele se sentisse meio triste e culpado, talvez estivesse a ser um pouco egoísta. Mas agora era tarde para tais pensamentos.

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O rapaz olhava pela janela vendo as árvores e os campos ficarem para trás passando rápidamente pela janela daquele comboio como borrões de aguarelas, que embalavam seus olhos em parceria com o sol que o venceram fazendo Ethan adormecer.

Não soube exatamente quanto tempo dormiu, mas uma curva violenta do comboio o acordadou, para reparar que ja anoitecia do outro lado do vidro e de que a natureza cada vez começava a desaparecer mais dando lugar a vastas e altas casas de pedra brancas com telhados detalhados e rapidamente uma cidade se foi formando com várias moradias de 4 andares como Ethan nunca havia visto.

No meio das moradias haviam edificos grandiosos, provavelmente bibliotecas, teatros e bancos. Ethan sempre ouvira falar bem da capital e como era bela, mas nunca havia imaginado que era um mundo completamente oposto ao seu na pequena cidade onde nascera, morava e de onde nunca saíra. De alguma forma, embora bela, aquela vista amedrontava-o.

Tudo parou de se mover e o comboio parou de balançar e de fazer barulho. O som agudo de um apito ecuou pelos vagões do tranporte assinalando a chegada à grandiosa capital.

Agarrando seu malão com força, Ethan saltou do degrau do vagão para o piso da estação repleta de viajantes em seus mais belos trajes. Ele estava perplexo com a imensidão de gente que ali havia, como era barulhenta a cidade e como todos pareciam apressados e focados em algo, ninguém ali passava por apenas passar.

Acordou de seus pensamentos ao ser empurrado por um homem que reclamou algo saindo sem se desculpar.
Ainda espantado com tal ato outro homem foi contra o garoto - Então rapaz, vê por onde andas!

Vendo o homem continuar o caminho, Ethan percebeu que era melhor sair dali antes de levar com mais seres humanos em cima.

A informação que lhe havia sido dada na carta que recebera meses atrás, era de que este ao chegar à capital se deveria dirigir ao parque ao lado da estação de comboios.

Ele não sabia onde era, mas se era ao lado então só teria de caminhar para o lado. Mas qual dos lados? Esquerda ou direita? Já estava escuro e Ethan não queria mesmo se perder, então olhou em volta e fitou uma mulher sentada num banco com uma criança ao lado que comia um pitulito.

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