E se Rhysand tivesse uma irmã?
Em um ato de loucura e amor Galene consegue passar pelas barreiras de velaris, depois de 42 anos tentando. Finalmente ela consegue sair para salvar seu irmão das garras de Amarantha. Mas algo a impede de chegar até ele...
O vento frio que se choca contra meu olhos e rasga minha alma.
Tenho seguido um rumo em que sinto demais.
Isso é assustador.
Pedro Miranda
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A exaustão já tomava conta de meu corpo, usar magia para atravessar longas distâncias poderia ser cansativo. Eu só parei para descansar uma vez nesses dois dias que estive fora das terras de Hybern, mas isso era por Orion.
Eu não gostava de deixá-lo sozinho por tanto tempo, por mais que ele estivesse sob os cuidados de Range e eu confie nela. Eu sou mãe e qualquer mãe se preocupa com um filho que não está debaixo de suas asas, de sua vista e seus cuidados.
"Como Orion está?" perguntei para minhas sombras
"Bem, senhora" respondeu elas depois de alguns segundos e eu assenti
A floresta da Crepuscular era assombrosa, posso ser uma Grã-feerica adulta mas ainda assim tenho medo de escuro. Com isso eu andei mais rápido, não queria ter que atravessar, estava poupando energia.
A floresta estava silenciosa, só se ouvia o farfalhar das folhas contra o vento e os sons de animais, como corujas e cigarras. Vi mais a frente algo se mexer então eu parei e logo saquei uma adaga do boldrié, fui andando com calma até onde eu vi a tal coisa e caminhei mais um pouco pulando das sombras...só para ver um servo que me olhou assustado e correu.
- Palhaçada - eu disse baixinho e suspirei
- Olá pequena Galene - uma voz melódica e antiga soou atrás de mim fazendo meu pelos se arrepiarem e eu dei um salto - está assustada criança? - uma risada esganiçada chegou até meus ouvidos e eu suspirei reconhecendo o dono da voz ... eu me virei e fitei seus grandes olhos leitosos.
- Susu? - um sorriso cresceu em meus lábios, eu iria correr e abraça-lo mas ele fez sinal para que eu parasse
- Sem contatos físicos criança - disse o Suriel e eu bufei
- Anos se passam, coisas mudam mas você não - eu sorri, sentindo meu peito se aquecer - senti saudades.
Ele estalou a língua e jurei que vi um resquício de um sorriso no rosto ossudo da criatura alta e esguia.
- Mas eu não. - ele deu de ombros e eu fechei a cara
- Então o que está fazendo aqui? - perguntei e guardei a adaga no boldrié
- Você cresceu muito desde a última vez que nós vimos... - ele comentou me avaliando
A última vez que eu o vi, foi um dia antes de Rhysand me encontrar naquela floresta, eu ainda era uma criança. Me lembro como se fosse ontem de suas palavras.
