IMAGINES BATFAMILY

O que resta de mim é seu - Jason Todd x Reader

𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐀𝐒 𝐈𝐓 𝐖𝐀𝐒

Não muito permaneceu o mesmo após a ressurreição de Jason, exceto uma coisa.

━━ Jason Todd x Fem!Reader

Conteúdo : fluff, angústia, agridoce, sangue, 2k

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Uma exalação suave acompanhou o arrastar de um pano ensanguentado contra o braço de Jason, os músculos flexionando sob a pele rachada enquanto a gaze afundava profundamente em suas feridas. 

Às vezes ela esquecia quanto sangue uma pessoa pode conter até a noite cair e Jason voltar rastejando até ela, cheirando a pólvora. 

Era tarde, a chuva forte batia no telhado de seu apartamento e exalava um cheiro de petrichor. Mas por baixo havia o cheiro distinto de sangue e suor, misturado com antisséptico – como se ela o usasse para tentar apagar a história da noite. 

O quarto estava escuro como breu, exceto pelo luar que entrava pelas janelas e pela lâmpada ao lado dela. Jason estava deitado em seu sofá, sem camisa, enquanto ela trabalhava para desinfetar os vários cortes longos, mas rasos, em seu braço e peito.  

Eles se conheceram antes do Poço de Lázaro e do Capuz Vermelho, durante os primeiros estágios de seus dias de Robin. Incidental, mas um dos momentos mais marcantes de suas vidas. 

Ou talvez apenas dela. 

Jason só falou sobre isso uma vez – descreveu a paz fria e tranquila que a morte trouxe e a agonia que ele sofreu ao voltar. Era instável, contado em pedaços fragmentados que eram difíceis de lembrar. Sua confiança habitual se foi, sem qualquer emoção quando ele falou sobre a provação e fez arrepios em seu corpo mais rápido do que qualquer admissão de seus erros. 

Presa em seus pensamentos, a letargia do dia a alcançando, ela não captou o gemido suave vindo de Jason até que seu braço de repente puxou em seu aperto. Era como se sua voz estivesse a mil milhas de distância, transmitida por vários rádios antigos. 

Ela voltou à realidade, registrando a pressão desnecessária que aplicou no corte dele antes de se afastar para enrolar um curativo em volta dele. 

“Foda-se, calma aí,” Jason rangeu. “Talvez seja você quem está tentando me matar. Estar morto uma vez não foi suficiente?” 

“Pare com isso, Jay,” ela disse, revirando os olhos enquanto continuava a aplicar a gaze. “Não vai doer por muito mais tempo.” 

Sua voz estava tensa, rouca; dor escrita em seu rosto. "Mentiroso."

Ela estaria mentindo se dissesse que não obteve nenhuma satisfação com o grunhido de dor de Jason - talvez o alcançasse para ser cuidadoso. Mas não durou muito, logo substituído com preocupação. 

Ele sempre tinha que se machucar. Sempre a tinha preocupado. Sempre preocupado com ele. A ansiedade crescia a cada dia, roendo e chocando-se contra seu peito e sentiu-se aos poucos chegando ao limite. 

"O que aconteceu?" ela perguntou, tomando cuidado para manter sua voz plana. 

"Distraído." Jason sibilou novamente quando ela pressionou o pano em outro corte, desta vez em seu peito. Sua mão livre se estendeu, agarrando um dos travesseiros em seu sofá. 

“Os heróis do pensamento não se distraíam.” 

Jason zombou cruelmente, um carrapato em sua mandíbula flexionando enquanto ele repetia, “herói”. 

Ela trabalhou em silêncio depois disso. 

O que quer que tenha acontecido naquela noite, ela podia sentir – viu a evidência que revestia seu corpo e roupas respingadas de vermelho, sem dúvida que o sangue dividido transformou ruas em rios vermelhos.