CAPÍTULO 57: O DOCE LAR DE SIMON

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A MINHA DESPEDIDA FOI MUITO MAIS A CARA DE BARBARA DO QUE A MINHA. ELA RESERVOU UMA SALA DE KARAOKÊ E A FESTA FOI REGADA Á MÚSICA E BEBIDAS. APESAR DE GOSTAR DE CANTAR NÃO VOU A KARAOKÊ COM FREQUÊNCIA. MAS O PESSOAL SE DIVERTIU ATÉ ALTAS HORAS. NAQUELA SEXTA FEIRA ERA A NOITE DO SKELTERS NO BAR E EU ESTAVA LIVRE. OS SKELTERS E PRINCIPALMENTE A JANE, MINHA NÊMESIS DO MUNDO MUSICAL ESTAVA GANHANDO POPULARIDADE EM SUAS APRESENTAÇÕES. ISTO NÃO CHEGAVA A CAUSAR UM GRANDE IMPACTO NA BASEMANT PORQUE TEMOS SIDO CHAMADOS PARA TOCAR NAS FESTAS DOS RICOS DE NOVA YORK. E NESTE FINAL DE SEMANA TEREI QUE ESTAR EM DUAS FESTAS. UMA NO SÁBADO Á NOITE E OUTRA NO DOMINGO.

APESAR DE TER CHEGADO DE MADRUGADA NAQUELA SEXTA ISTO NÃO ATRAPALHOU OS PLANOS DO ALMOÇO COM SIMON E SYLVIE. DORMI ATÉ MAIS TARDE E ESTAVA PRONTA PARA O ALMOÇO QUANDO RECEBI O AVISO DE QUE O MOTORISTA ESTAVA Á MINHA ESPERA. ME SINTO APREENSIVA DIANTE DESTE ALMOÇO NO APARTAMENTO DE SIMON. DURANTE O TRAJETO VOU TENTANDO ME ACALMAR, OUVINDO MÚSICA EM MEUS FONES DE OUVIDO PARA TENTAR RELAXAR. NÃO VEJO SYLVIE DESDE AQUELE FIM DE SEMANA MAS, COM CERTEZA ELA IRÁ FAZER O POSSÍVEL PARA ME SENTIR DESCONFORTÁVEL E ME AFASTAR DE KEN.

QUEM ABRE A PORTA PARA MIM É SIMON. ELE TEM AQUELE SORRISO LUMINOSO E DOCE AO BEIJAR O MEU ROSTO E DIZ ME PUXANDO PARA DENTRO :

-  SEJA BEM VINDA SHELLEY, SINTA-SE EM CASA.

ELE CRUZA O HALL E QUANDO CHEGAMOS NA SALA DE ESTAR COM UMA DECORAÇÃO REQUINTADA E CARA, EU NÃO VEJO NEM KEN E NEM SYLVIE. NÃO ME SENTO ANTES DE PERGUNTAR, ENQUANTO OLHO AO REDOR:

-  O KEN AINDA NÃO CHEGOU? E A SYLVIE?

-  ELES ESTÃO NA COZINHA - ELE EXPLICA E BEM HUMORADO ACRESCENTA - A SYLVIE O OBRIGOU A COZINHAR. QUER QUE EU COMA A COMIDA DE KEN ANTES DELE VIAJAR. ELE AINDA NÃO COZINHOU PARA MIM. ENTÃO A SYLVIE DEU A IDEIA E EU DISSE QUE IA GOSTAR DE PROVAR A COMIDA DELE. ELA ESTÁ AJUDANDO, PORQUE EU NÃO SOU MUITO BOM COM ISSO. GERALMENTE EU PEDIA COMIDA PELO TELEFONE.

ESCUTO UNS SONS AO FUNDO E DIGO ME DIRECIONANDO PARA LÁ:

-  A COZINHA É POR AQUI?

-  POR QUE NÃO SE SENTA E EU TE SIRVO UMA BEBIDA? DEIXE ELES DOIS LÁ SE VIRAREM - ELE SUGERE DESPREOCUPADO.

COMO ELE CONSEGUE SER TÃO TRANQUILO COM OS DOIS NA COZINHA SOZINHOS? EU NÃO CONSIGO. ENTÃO DIGO, DANDO ALGUNS PASSOS ADIANTE, DEPOIS DE DEIXAR A MINHA BOLSA EM CIMA DO SOFÁ:

-  EU VOU APENAS DIZER UM OLÁ, OK? EU JÁ VOLTO, VÁ SERVINDO O DRINQUE. NÃO PRECISA ME MOSTRAR, EU ENCONTRO O CAMINHO.

-  TUDO BEM ENTÃO, VÁ EM FRENTE, É SÓ SEGUIR O BARULHO DAS VOZES E LOUÇAS - ELE DIZ INDO PARA O BALCÃO DO BAR QUE TEM NA SALA.

EU VOU SEGUINDO O SOM MAS DE REPENTE NÃO OUÇO MAIS NADA, APENAS AS GARGALHADAS DE SYLVIE. NÃO ESCUTO A VOZ DE KEN. ME APROXIMO CAUTELOSAMENTE. EVITO DENUNCIAR MINHA PROXIMIDADE E TENTO NÃO DEIXAR QUE MEUS SALTOS FAÇAM BARULHO, DANDO PASSOS MAIS LENTOS. A PORTA ESTÁ FECHADA.

'ISSO É DEMAIS KEN, COMO PODE FECHAR A PORTA E FICAR A SÓS COM ELA BEM DEBAIXO DO NARIZ DE SEU IRMÃO? ' ENCOSTO O OUVIDO NA PORTA E CONTINUO A OUVIR AS RISADAS DE SYLVIE ENQUANTO ELA DIZ:

-  QUE BAGUNÇA ESTOU FAZENDO, SOU UMA PÉSSIMA AJUDANTE, MAL CONSEGUI DESCASCAR UMAS BATATAS, SÓ SOU BOA MESMO EM FAZER AQUELE MOLHO PARA O SPAGHETTI.

-  EU POSSO TERMINAR, ESTÁ QUASE PRONTO, POR QUE NÃO VAI FICAR COM SIMON? - A VOZ DE KEN É BAIXA E DISCRETA.

-  ORA, NÃO SE PREOCUPE, SIMON CONFIA INTEIRAMENTE EM MIM, ELE NÃO SUSPEITA DE NADA DESDE QUE DECIDI MORAR COM ELE.

-  ÓTIMO, EU NÃO QUERO QUE ELE TENHA NENHUM TIPO DE PREOCUPAÇÃO ATÉ O DIA DO LANÇAMENTO DE SEU NOVO LIVRO. ELE PRECISA MANTER O FOCO, ASSIM AJUDE-O.

MINHA HISTÓRIA DE: AMOR POR ACIDENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora