35. o narrador que conta a história.

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AntesEthan, vinte anos

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Antes
Ethan, vinte anos.
Conteúdo sensível: menção de suicídio/pensamentos suicidas.

TENHO QUE SAIR DAQUI.

A força desse pensamento se instalou em meus ossos com a intensidade de uma tempestade; como se não houvesse outro caminho a não ser encarar que essa era a minha realidade e que nada de bom estava previsto para vir em um longo tempo. Nesta sala escura onde minha irmã dormia com a cabeça em meu ombro e meu irmão mais novo dormia em meu colo, ambos sendo minha única fonte de calor.

O que há para mim aqui? Meus irmãos.

Não. Acho que a pergunta certa seria o que há para nós aqui?

Ou talvez fosse só uma forma que minha mente tinha de encontrar uma desculpa para o que eu estava prestes a fazer. Mas não conseguia ficar mais um minuto aqui sem ser tomado por pensamentos sombrios onde o fim da minha existência era mais esperado do que temido. Penso em morrer a cada minuto do dia desde que tudo aconteceu. Pensei em morrer hoje enquanto meus pés pisavam na Igreja e os corpos dos meus pais permaneciam inertes e frios nos caixões à nossa frente.

Estava pensando nisso enquanto ninava meu irmão de quatro anos e continuei pensando nisso quando minha irmã começou a chorar nos meus braços. Estive pensando nisso enquanto movia os pertences dos nossos falecidos pais para a garagem e desejei simplesmente parar. Eu olhei para todas aquelas coisas e desejei que tudo fosse ao contrário: que fossem os meus pertences, que fossem meus pais ainda andando na terra e atravessando o gramado, por mais egoísta que isso soasse.

Embora estivesse sentindo tudo, também era como se não estivesse sentindo nada.

Gentilmente movi a cabeça do meu irmão para a almofada do sofá, enquanto minha irmã apenas suspirou quando substituí meu ombro pelo sofá. Silenciosamente, caminhei pela casa como uma alma penada até a cozinha e contive um gemido ao perceber que a luz estava acesa, e só podia significar que Malorie estava acordada. Minha tia por parte de mãe era um caso catatônico. Ela não fez nada desde que tudo aconteceu, mas continuava ao nosso redor enchendo a porra do meu saco com aquelas lágrimas ácidas.

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