Capitulo 1: A bordo.

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  O vento do verão chegara sobre o caribe, em uma área aquecida onde se vive o jovem Dominic, um rapaz de pele clara que até um sutil aperto já deixava um vermelhecer incomodante ao rapaz, a pele que puxara pelo lado de sua mãe, assim como puxara dela sua cor de cabelo, um castanho claro que muitos diziam ser loiros, assim como seus fios levemente ondulados que alcançavam seu ombro praticamente. A única questão que puxara da parte paterna de sua descendência com vasta certeza são suas Iris escuras, que nem mesmo eram iluminadas exatamente pela luz do sol constante daquela ilha, assim como as beiradas de seus olhos que sempre dava impressão de estarem cobertos por tintura escura, uma beleza natural. A aparência não era o que mais o agradava, o que mais desgostava era de uma pinta escura acima de seu lábio superior ao lado esquerdo e abaixo de seu nariz, todo o conjunto o deixava com uma feição feminina, o que fazia os colegas de muitos anos que convivia, o incomodarem e até o fazer ser digno de piadas maldosas. Por outro lado, já era mais sociável as mulheres, pelo menos em relação as que vinham de fora como uma viagem, afinal, a beleza era mais agradável a pessoas que realmente conseguiam perceber sua delicadeza, isso também é um fator que o incomodara, era tratado como "diferente" em relação estética, pois seu porte médio era o contrário da grande maioria dos rapazes da ilha em que vive, onde todos são grandes; e falando de forma direta, másculos. A ilha em questão é Curaçao, o que o interessava naquela ilha era sua história, seu pai nunca comentara sobre o porquê de viverem nessa ilha e não cogitarem ir a um país maior, por mais que gostasse da sensação de conhecer praticamente todos que viviam na vila próxima a sua casa.
Nesse momento, com o sol quase partindo, uma explosão avermelhada surgia ao céu, rasgando as nuvens enquanto realizava um espetáculo visual, os marcadores estavam finalmente o festival dos fogos, o criador desse festival não era ninguém mais que o próprio Dominic, que propôs ao seu pai a cinco anos atrás, seu pai aceitara de bom grado pois nunca em sua vida negou uma boa festa. Rapidamente se tornou tradição da região e uma vez por ano acontecia. Mas agora, com Dominic fazendo finalmente 17 anos de idade, iria ser sua última participação nesse festival, pelo menos por um bom tempo. O jovial deixou sua casa no mesmo instante que viu a luz vermelha aos céus, correndo em direção ao vilarejo, escutando somente sua mãe falando ao fundo:

- Dom! Não perfez seu dever, não saia assim de casa! – Por mais alto que sua fala fosse, era uma voz agradável a ouvidos alheios, uma voz macia que agradava quem tivesse bons ouvidos.

- Eu hei de terminar assim que chegar em casa, mama. – Respondeu ele, com audácia, sabia que por mais gentil que ela fosse, não era tão compressiva quando se tratava de festança.

  E assim como seu objetivo, finalmente chegou ao vilarejo que agora brilhava em lanternas a frente de todas as casas, os rapazes bebericando suas canecas cheias de cerveja e as damas conversando em meio as suas risadas, mas que eram interrompidas por Dominic que protagonizou a festa, chegando as damas e rapidamente capturando a mão de sua paixão de criança enquanto a levou para as ruas em meio aos amigos de seu pai que tocavam músicas envolventes enquanto bebiam, nunca entendendo como eles bebiam tanto sem caírem bêbados ao chão, mas eram muito talentosos.

- E a dama está ainda mais formosa que a última vez, que tal uma rápida dança, hum? – O rapaz a questionou com um sorriso sereno em seus lábios, era uma moça comprometida e mesmo assim se fazia de bom moço a oferecendo companhia. Ainda segurando-a pelas mãos na tentativa de cativa-la um sorriso ao menos.

- Eu não sei não, Dom. E se o Vandressen surgir? Te bateria sem dúvidas alguma. – Agora que respondera, esperava que o rapaz insistisse pelo menos, afinal, eram amigos desde criança e uma simples dança antes dele partir era o que ele merecia por a aturar a tanto tempo.

- Bem, é só uma dança, não vejo problemas, horas. – Insistiu assim com ela estava esperando, recebeu um assentir de cabeça um tanto envergonhado vindo dela e então teve sua confirmação, a puxou pela cintura e com um colar de corpos iniciou a dança, a guiando com facilidade, a afastando e puxando em um ritmo envolvente.
O que não esperava era que Vandressen desse a cara tão rapidamente, ao fim da rua o homem alto e forte já demonstrava sua hostilidade, indo em direção ao protagonista enquanto empurrava quem estava a sua frente, simplesmente limpando seu caminho até finalmente chegar a ele. Por sorte a percepção de Dominic era afiada e já notara o homem se aproximando, em seu momento de brilho, puxou sua amada para um pouco mais perto e por fim selando seus lábios em um beijo que durava nada mais que um segundo, sentiu que era isso que tinha que fazer naquele momento, sempre quis e nunca teve coragem, mas estava disposto a arriscar já que era seu último dia no fim do mundo em que vivera, o horário passava de forma veloz e em instantes alcançara o ápice da noite esperada para pegar seu barco construído por seu pai e então tomar rumo a Espanha. Em uma veloz corrida, saltou sobre a parede da casa mais próxima, suas leves incongruências nos tijolos facilitavam a escalada que começou, se agarrando com a ponta das solas de seus sapatos entre esses relevos e suas mãos se agarravam no grande lenço da casa que voava pela janela, assim como saiam de várias casas, a parte visual do festival era bem detalhada, mas essa parte quem cuidara no passado fora sua mãe, não era bom com coisas do tipo. Com as mãos e pés firmes, começou uma rápida corrida para a varanda da casa e dela saltou para o telhado, sua mão doía um pouco com esses movimentos, mas nada que fosse insuportável, era exorbitantemente melhor do que ter sua face socada pelo brutamontes. Seus movimentos eram rápidos e precisos, Dominic com toda certeza já fora perseguido por Vandressen várias e várias vezes em sua vida, sempre pelo mesmo motivo.

O Cântico do GraalOnde histórias criam vida. Descubra agora