O começo de tudo...

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Phakphum estava feliz, cansado, porém feliz.

Há quase doze anos atrás, colocou em seu coração fazer parte da maior empresa de Marketing da Tailândia.

Trabalhou duro para conseguir estar onde estava, foram noites em claro estudando e aguentando qualquer um que tentava o diminuir, porém nada foi o suficiente, pois ali estava ele, sendo um dos mais requisitados dentro da empresa e braço direito de seu chefe.

Quando colocou o seu pé na empresa pela primeira vez como um funcionário, não pode deixar de se sentir nervoso e enjoado.

Se lembraria com carinho de como suas mãos suaram, e de como seus olhos percorriam todo aquele incrível lugar com uma velocidade que não reconhecia, um sinal de que estava eufórico demais pela mais nova conquista.

Se lembraria também da primeira vez que conversou com seu chefe, um homem simpático que fazia piada de tudo e que ao longo do tempo se tornou um amigo ou até mesmo um pai para si mesmo.

E com certeza se lembraria também do garoto mimado, que entrou sem bater no escritório do pai, com um bico que Mile achou extremamente infantil para alguém daquela idade. O garoto da língua afiada que Mile curiosamente se tornou próximo, ousaria até mesmo dizer que amigos, apesar do garoto insistir que Mile não passava de um velhinho estraga prazeres.

Claro, Mile sabia que as coisas não funcionavam mais desse jeito. O garoto que não era mais garoto, agora lhe despertava emoções e reações que Mile preferia não sentir.

Mile sentia falta de quando tudo começou, é óbvio que sentia.

Em meio a todo seu foco de querer algo na vida acabou não se dando conta do quão sozinho era, e por mais louco que parecesse o adolescente birrento de quase 18 anos era o mais perto que tinha de uma amizade. Não reclamava, gostava do humor sádico de Apo e de como sempre se metia em furada quando estava com o adolescente, se sentia... Mais novo.

Como se ganhasse novamente algo que perdeu no passado.

Tinha tanto para se lembrar, inclusive dos momentos que estava junto de Apo.

Nas primeiras semanas de convívio com o garoto, podia jurar que o mesmo era algum tipo de garoto com mente diabólica. Ele era com certeza um garoto que parecia agir por impulso, mas a verdade era que tudo era esquematizado em sua mente tediosa.

Com certeza se lembraria do sufoco que passou na segunda semana de trabalho, quando deu uma bronca no garoto pelo mesmo ficar ligando para si de um em um minuto o chamando toda hora no escritório do pai. O sufoco em si nem era as ligações, mas sim, o fato do garoto o ter ameaçado durante uma semana dizendo que contaria a forma rude em como Mile o tratou, e isso, foi quando Mile soube que o garoto era o xodozinho do pai, e que o mesmo fazia todas vontades do garoto.

Suar frio era nada perto do que Mile sentiu com a possibilidade de perder o emprego por algo tão bobo ao seu ver. E somente por isso, ficou durante uma semana fazendo tudo que Nattawin queria, para no final de tudo o adolescente entrar no escritório do pai e pedir para o mesmo despedir Mile. A forma como seu patrão o olhou e a forma como Nattawin gargalhou logo em seguida andando em direção a Mile e dizendo em como o mesmo deveria ter o visto, foi o estopim para Mile achar que o mesmo agia de forma desregulada da cabeça.

Desde então, implicar com Mile parece ser o passatempo preferido de Nattawin.

O mais novo sempre provocava Mile falando para o pai o demitir. Ou quando ajudava o mais velho atrasado a entrar no escritório do pai sem o mesmo ver, só pra quando Mile estivesse crente que Nattawin o ajudaria de novo, o mesmo alarmasse a sua chegada. Ou quando Nattawin estava extremamente tedioso e lançava o maior bico para Mile fazendo o mesmo não resistir a tamanha fofura e o levar para passear, em momentos assim, Mile realmente achava que os dois eram melhores amigos.

Há nove anos de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora