Capítulo 42

61.6K 4.2K 2.9K
                                    

| Maia Alencar 📍|







— O que está fazendo ? — Katy entra na minha casa.

— Exercícios — digo ofegante subindo e descendo as escadas daqui de casa. Estava suando, nem conseguia respirar direito, podia sentir o suor escorrendo pela minha testa e entre meu seios.

— Isso eu entendi, mas por quê ? — desço as escadas rápido sem olhar pra ela.

Respiro fundo e volto a subir.

— É que... — limpo a garganta procurando falar de um jeito sútil — Talvez eu esteja, só talvez... Não significa que eu possa...

— Para de enrolar amiga — ela se joga no sofá.

— Tô em período fértil — paro de correr pela escada, ponho as mãos na cintura respirando ofegante olhando pra ela — As coisas estão bastante estranha pra mim — ela ri e eu tenho apenas vontade de chorar.

— Isso é normal, está fazendo exercícios por causa disso ? — perguntou óbvio, mas é claro que eu estava.

Meu Clico sempre foi regrado, sempre contei os dias certo em todo mês, quando estava pra descer, quando ia embora e quando o período fértil começava. O problema não está nisso, não prestei atenção em como o meu próprio corpo ficava, não era algo difícil de lidar, nenhum desejo, nada que pudesse me instigar naquele momento, mas agora o problema é outro e não eu estou sabendo lidar com isso.

Concordo com a cabeça.

— O problema não é só isso — falo e me sento no degrau da escada — O que está sendo complicado é que parece — mexo com os meus dedos — Eu vou subir pela parede... — comento baixo, não faço nem questão de encarar ela, mas escuto sua risada.

Nem um tipo de banho gelado na antártica ou uma reza muito forte é capaz de me ajudar.

— Quem diria... — ela fala — Poderia chamar o Escorpião pra te ajudar nisso, mas como ele foi um filha da puta com você, minha vontade é de enfiar um foguete no cu dele e mandar ele pra puta que pariu — diz com raiva, eu comentei o que tinha acontecido na casa da Verá semana passada, ela gritou tanto por áudio que achei que meu celular ia explodir de tanto ódio.

— Nem me fale esse nome... — olho pra ela e me sento ao seu lado — Sonhei com ele... — comento com ela, como alguém que não quer nada.

— Tá de sacanagem Maia ? — nego — Garota vontade de te bater.

— Não briga comigo — faço um bico — Não foi como se eu quisesse, não me deitei na cama e falei, "São Judas Tadeu me faça sonhar com aquele canalha", eu só dormi e acabei sonhando.

— Como foi ? Espero que tenha sido ele levando um tiro — murmura mexendo no seus cachos, encaro ela com horror.

— Claro que não né — ela pouco se importa — Na verdade... — tento não rir, mas fica difícil quando ela aperta os olhos pra mim já adivinhando o que eu vou dizer — Eu sonhei que eu estava fazendo certas coisas com ele — começo a rir e paro de olhar pra ela que também tentava não rir, me encosto no sofá e olho pro teto porque se eu continuasse olhando ela, eu nunca ia conseguir falar — Eu na verdade estava fazendo uma coisa lá...

Não consigo terminar de dizer, porque ela explode em uma risada alta eu sigo ela.

— Amiga para de rir — digo rindo.

— Porra... Não dá — diz rindo — Continua, que coisa você estava fazendo ? — tenta parar de rir.

Período fértil se tornou deprimente pra mim.

MEU PECADO (MORRO)Onde histórias criam vida. Descubra agora